Os pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Leandro Pereira Gonçalves e Odilon Caldeira Neto, ministram o curso on-line e gratuito “Integralismo e neointegralismo: da história aos dias atuais”. Ao todo, são quatro horas de aula divididas em dois encontros que acontecem nesta terça e quarta-feira, dias 20 e 21 de outubro, sempre começando às 19h. “O propósito é abordar o principal movimento fascista da história do Brasil, o integralista, trazendo reflexões sobre a história do autoritarismo nacional – incluindo o legado e o reflexo desse movimento na sociedade contemporânea, observando elementos do passado autoritário ressignificados atualmente”, explica Leandro Gonçalves.
Os professores adiantam que o conteúdo do curso dialoga com o livro lançado por ambos em julho deste ano, intitulado “O fascismo em camisas verdes: do integralismo ao neointegralismo”. As inscrições para participar das aulas seguem até amanhã, terça-feira, 20, às 16h. Para adquirir o curso gratuitamente, é preciso inserir o código “EUQUEROGRATUITO6386” durante o ato de inscrição. Aberto para o público em geral, o curso é realizado em parceria com a Escola Superior de Advocacia (ESA), vinculada ao setor secional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP).
“Um ponto importante dessa parceria é o fato de que muitas bases do pensamento jurídico brasileiro têm fundamentações dentro de propostas teóricas autoritárias do passado. Um exemplo é Miguel Reale, um dos principais juristas da história do país, coordenador da reforma do Código Civil brasileiro, leitura obrigatória em cursos de Direito – ele foi um dos líderes do movimento integralista nos anos 30. Logo, uma das ideias do curso é proporcionar elementos de críticas para a compreensão desse histórico autoritário brasileiro”, elabora Gonçalves.
Ambos os professores atuam no Laboratório de História Política e Social (LAHPS) da UFJF. Odilon Caldeira Neto afirma que o convite para ministrar o curso on-line é um reflexo combinado da produção de conhecimento junto a colegas pesquisadores, da preocupação com a divulgação científica, do lançamento recente do livro “O fascismo em camisas verdes” e pela atualidade do tema – tanto o neofascismo quanto o neointegralismo encontram espaço no Brasil contemporâneo.
“Consideramos que o conhecimento construído nas universidades é propriedade da sociedade. É necessário buscar essa interlocução, até para mencionar e defender a viabilidade, a validade e a necessidade das pesquisas, não apenas da área de História, mas das universidades públicas brasileiras. Então, dialogar a partir desses espaços é sempre muito interessante para colocarmos esse passado tão presente em discussão, e fazer com que as crises da democracia não sejam rupturas traumáticas em torno de processos antidemocráticos”, define Caldeira Neto.
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