Bolsistas acompanham, de forma remota, atividades do Colégio de Aplicação João XXIII (Foto: Caique Cahon/UFJF)

A segunda turma do Programa de Especialização e Residência Docente da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) retomou os trabalhos em setembro, após a suspensão das atividades presenciais devido à pandemia da Covid-19. Os nove residentes foram selecionados em março deste ano e atuam no Colégio de Aplicação João XXIII. 

O programa consiste em três eixos principais – Formação, Prática Escolar e Gestão Docente. Os trabalhos realizados pelo residentes são examinados pela Comissão de Residência Docente (Cored), composta por representantes de alunos, professores orientadores, Faculdade de Educação, Coordenação de Licenciaturas e do próprio Colégio.

“Em certa medida, houve uma mudança, já que os residentes não acompanham o dia-a-dia da escola presencialmente, e sim de uma forma remota, mas o projeto continua o mesmo”, explica o coordenador da Residência Docente, Anderson Ferrari.

Imersão
Segundo a coordenadora de Licenciaturas, Angélica Cosenza, os residentes também são estudantes de um curso de especialização e produzem um trabalho de formação docente. “Eles observam e intervêm em diversos espaços do Colégio e nas salas de aulas, e circulam dentre os vários espaços do ambiente escolar. Além disso, têm a oportunidade de conhecer a gestão da instituição, participando das atividades da coordenação e da direção.”

Para Margareth Pereira, diretora de ensino do João XXIII, a Residência Docente é uma vivência que se consolida na perspectiva da formação docente continuada, sendo um compromisso da instituição com a sociedade. “Trata-se de uma importante política que cria espaço de integração entre teoria e prática, com imersão no cotidiano da escola, possibilitando aos residentes vivências que enriquecem sua formação e que promovem mudanças também nos espaços do Colégio”.

“A oferta de uma segunda turma reflete o compromisso da Universidade com políticas sérias de formação de professores e com o seu papel enquanto formadora que oferta uma educação de qualidade em seus diferentes níveis. Para o Colégio João XXIII, a continuidade desse processo significa também esse compromisso com a educação como parte que é da UFJF, numa articulação e aproximação maior com as demais unidades acadêmicas e institutos. São ações que fortalecem internamente a Universidade e que promovem a ampliação do conhecimento e aprendizado”, ressalta.

De acordo com a pró-reitora de Graduação, Maria Carmem Simões, o programa foi criado a partir de sua atuação, juntamente com a vice-reitora, Girlene Alves, na Residência Multiprofissional em Saúde. “A partir dessa experiência, tivemos a ideia de construir a residência docente. É uma experiência nova, com um formato único no país. Ela prepara muito bem os professores como uma formação complementar para os graduados em licenciaturas.”

Atualmente, os residentes recebem uma bolsa no valor de R$ 3300 para atuar ao longo de um ano, com carga horária de dedicação exclusiva às atividades do projeto, totalizando 40 horas semanais.

Primeira turma
Para marcar a conclusão da primeira turma do Programa de Especialização e Residência Docente, aconteceu, entre os dia 31 de agosto e 4 de setembro, o Seminário “Vivências Formativas no Tempo-espaço do Cotidiano Escolar”. Segundo a diretora do Colégio de Aplicação João XXIII, Eliete Verbena, o evento foi de extrema riqueza tanto nos trabalhos produzidos quanto nos relatos dos residentes e docentes envolvidos. Já em termos institucionais, a Residência demonstra a importância do Colégio de Aplicação na formação de professores. 

“Além do compartilhamento dos trabalhos construídos ao longo da residência, o seminário deu visibilidade à importância da formação continuada de professores, como compromisso da educação pública de qualidade assumido pela UFJF. Não temos dúvida de que estes professores atuarão nas diferentes redes de ensino, contribuindo para a melhoria da educação básica na cidade e na região”, diz Eliete.