O negro e a educação foram temas das apresentações (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

O negro e a educação foram temas das apresentações (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

A primeira mesa de debates da 2ª Semana de Consciência Negra da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), ocorreu nesta terça-feira, 19, na Faculdade de Educação (Faced). A atividade contou com a presença de ex-alunos da instituição que apresentaram suas pesquisas sobre o negro e a educação, realizadas para o Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE). 

O professor e diretor de Ações Afirmativas (Diaaf), Julvan Moreira de Oliveira, que também é coordenador do grupo de pesquisa Antropologia, Imaginário e Educação (Anime) do PPGE, deu início as apresentações do evento. “Decorridos 20 anos de atividades do PPGE, é possível registrar apenas 12 dissertações e uma tese defendidas ao longo desses anos, com a temática étnico racial. Um número ínfimo diante da quantidade de defesas já ocorridas neste Programa. Isso nos faz refletir sobre a ausência de professores que possam orientar novos pesquisadores nessa área. Nosso objetivo aqui é a maior visibilidade dos trabalhos realizados com esta temática”, destacou.

Posteriormente, a professora Aretusa Santos, que foi a segunda pessoa a defender um trabalho sobre o negro e a educação no PPGE, apresentou parte de sua dissertação e explicou como foi realizada a pesquisa. “Na minha pesquisa, eu tratei a infância e as relações étnico-raciais. Um tema que, na minha época e até hoje, é pouco estudado. Meu trabalho foi realizado pelo o que eu observava nas brincadeiras das crianças em creches e escolas em que trabalhei.” 

Na sequência a professora de história do ensino regular, Marina do Nascimento Neves Felizardo, a terceira a defender trabalho sobre a temática no PPGE, fez sua apresentação. Marina, em sua dissertação, abordou a história da cultura afro-brasileira e a identidade da mulher negra professora de história. “Quando me formei e comecei a lecionar, a história da cultura afro-brasileira não era ensinada, tanto nas escolas como na universidade. Na minha pesquisa, identifiquei que a história da cultura afro-brasileira era invisibilizada, assim como a identidade da mulher negra professora de história. Hoje as coisas começaram a mudar.”

Por último, foi a vez do doutorando da Université d’Abomey-Calavi de Benin, Narcisse Sylvestre Sègla Adjoudeme, que faz sanduíche reverso no PPGE, que seu trabalho sobre a contribuição da educação tradicional e os valores sócio-culturais africanos dos Nagôs de Sakete, sudeste de seu país.

Ao final das apresentações foi aberto um espaço para o debate e os ouvintes puderam tirar suas dúvidas.

A 2ª Semana da Consciência Negra segue até o dia 29 de novembro. Confira a programação.

Outras informações: (32) 2102-6919 – Diretoria de Ações Afirmativas