Um estudo realizado no Programa de Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE), na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), mediu a frequência do comprometimento cognitivo leve (CCL) entre 315 idosos.  De acordo com o médico Jadilson Wagner Silva do Carmo, autor da dissertação, o CCL diz respeito ao comprometimento de memória comum observado em idosos, que provoca dificuldades de execução de atividades diárias, podendo ou não evoluir para doença do tipo Alzheimer. 

O médico revela que a pesquisa utilizou um instrumento de fácil aplicação, o Miniexame do Estado Mental (MEEM), em uma unidade da Estratégia Saúde da Família (ESF), no Município de Manhuaçu – MG. Segundo ele, o estudo foi realizado por meio de inquérito domiciliar, no território da ESF Nossa Senhora Aparecida. “Foram aplicados  três instrumentos: Instrumento sócio-econômico, o MEEM e Atividade Básica de Vida Diária. A coleta de exame de sangue foi agendada pelo laboratório, em domicílio, que seguiu o protocolo da Saúde do Idoso da Secretaria Estadual de Minas Gerais.”

O levantamento de dados apresentou predominância do sexo feminino (62,9%); a faixa de renda mais frequente foi de até um salário mínimo (54,1%) e a idade média detectada foi de 70,1 anos e, por fim, o rastreio do CCL positivo foi de 26,3%. “A partir dos resultados encontrados, evidenciou-se a necessidade dos idosos da ESF Nossa Senhora Aparecida, especialmente os que tiveram rastreio positivo para CCL, serem inseridos em programas que permitam o acompanhamento por equipe multiprofissional, de modo sistemático e organizado em fluxo de assistência, a fim de possibilitar a elaboração de um plano de cuidado individual.”

jadilson destaca, ainda, que elaborou uma matriz de intervenção multiprofissional para ESF Nossa Senhora Aparecida, com oficina de memória, curso de cuidador e a utilização do MEEM de rotina nas consultas com idosos. “Minha escolha em relação ao tema esteve atrelada à caminhada na APS como  Médico de Família e Comunidade na ESF há 19 anos e também no setor privado há 10 anos especificamente no cuidado de idoso. Essas experiências profissionais permitiram que tivesse um olhar diferenciado para a saúde do idoso e em especial para preservação da sua autonomia.” 

A professora orientadora, Andréia Aparecida de Miranda Ramos, avalia que a dissertação é importante, pois permitiu a capacitação de um profissional médico que atua no sistema público de saúde (SUS), além de  gerar produtos para a comunidade avaliada, visto que se trata de uma pesquisa-intervenção, que atualizou informações do serviço de saúde no local em que foi realizada. “Sabemos que o Brasil ainda carece de recursos humanos com formação em saúde da família para assistência e preceptoria dos discentes que são recebidos nos serviços de saúde durante o processo de formação. O tema pesquisado permitiu ainda conhecer o perfil epidemiológico de uma população que até então não havia sido avaliada. Ressalto, ainda, tratar-se de uma população de uma região do interior do estado de Minas Gerais, onde geralmente as pesquisas são mais escassas. Além disso, permitiu gerar banco de dados sobre idosos da área de referência e possibilitará outras intervenções de cuidados, prevenção e tratamento.”

Contatos:
Jadilson Wagner Silva do Carmo (mestrando)
mfcfacig@gmail.com

Andréia Aparecida de Miranda Ramos (orientadora)
ramos.aam@gmail.com

Banca Examinadora:
Prof. Dra. Andréia Aparecida de Miranda Ramos – (orientadora – UFJF)
Prof. Dra. Danielle Teles da Cruz – (UFJF)
Prof. Dr. Augusto Orazem Favoreto – (UERJ)

Outras Informações: (32) 2102-3830 – Programa de Mestrado Profissional em Saúde da Família