Pesquisador Augusto Souza faz parte do projeto “A ciência que fazemos” (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

A melhora da indústria farmacêutica, o desempenho de atletas, os resultados políticos, os avanços tecnológicos e a garantia de direitos humanos. Em um primeiro momento, esses temas podem parecer não ter nenhuma relação – mas todos usam como base dados estatísticos para seu desenvolvimento. Essa e outras curiosidades foram assuntos abordados durante a conversa entre o pesquisador Augusto Souza, do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e os estudantes da Escola Estadual Delfim Moreira.

A visita do professor à escola faz parte do projeto de extensão “A ciência que fazemos”, que leva cientistas para conversar com alunos do ensino básico. Para descontrair a conversa, Augusto começou perguntando quem ali gostava de matemática e, após a maioria responder negativamente, esclareceu que, mesmo que estatística use linguagem matemática, é uma área importante para diferentes campos além de exatas. “A estatística é voltada para desenvolver a capacidade de se tomar decisões em um ambiente de incerteza”, explicou. 

O pesquisador apresentou um vídeo que cruzava dados da renda per capita e expectativa de vida de países por mais de duzentos anos, exemplificando para os estudantes a funcionalidade e impacto da estatística ao longo dos anos. Continuando o bate-papo, ele citou eventos históricos marcantes – como a Segunda Guerra Mundial e o surto de gripe espanhola, que ficou conhecida como “a mãe de todas as pandemias” – para explicar que, atualmente, podemos mensurar o impacto mundial desses acontecimentos devido ao campo da Estatística. 

“Estatística está em todos os lugares”, afirmou para os alunos. “Não podemos discutir assuntos como a reforma da previdência, o aquecimento global e a qualidade de produtos sem pensar nas estatísticas.” O pesquisador também comentou sobre como é o mercado de trabalho – de acordo com as informações que apresentou para os estudantes, os estatísticos estão no segundo lugar entre as profissões mais bem remuneradas no país, algo que é possível devido à aplicação da área em diversos campos de conhecimento.

Após a conversa, a aluna Geovana Medeiros disse que ficou surpreendida ao descobrir que uma área inserida no campo das Ciências Exatas poderia trabalhar em conjunto com um campo com o qual ela tem interesse, o de Ciências Humanas. Augusto Souza também convidou os estudantes para conhecer a UFJF e, quando perguntou quem gostaria de se graduar na universidade, a maior parte dos alunos levantou a mão. Uma das alunas disse que sua motivação estava em ter acesso ao ensino gratuito de qualidade, que acredita ser possibilitado pela universidade pública. 

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