A produção de leite e derivados é uma das principais atividades agropecuárias do Brasil. Apenas em 2017, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estimava uma produção de quase 35 bilhões de litros de leite, gerando uma receita de 45 bilhões de reais para o país. Para se abastecer, essa imensa indústria conta com o fluxo constante de novas ideias para aprimorar seus processos.

Para isso, a Agência de Inovação de Leite e Derivados – Polo do Leite organiza o InovaLácteos, entre os dias 16 e 18 de julho, no Expominas. O evento anualmente realizado em Juiz de Fora – acompanhando o Minas Láctea, maior evento de laticínios do Brasil – tem a missão de reunir as propostas de tecnologia desenvolvidas no universo acadêmico e as demandas da indústria. 

“Esta é a quinta edição do InovaLácteos, que basicamente é um concurso de inovação, onde vários institutos de ciência e tecnologia fazem uma apresentação breve para o público. Antes desses trabalhos serem apresentados para o corpo de jurados e avaliados para a premiação, existe o momento da mentoria, quando essas propostas são aprimoradas”, explica o organizador Airdem Assis.

Para o pesquisador Rodrigo Stephani, da Universidade Federal de Juiz de Fora, esse contato com os desafios da indústria provoca novas reflexões para a pesquisa. “Nessa fase de mentoria, os trabalhos são aprimorados não do ponto de vista técnico e científico, mas do ponto de vista comercial e de apresentação. Isso facilita que a indústria perceba o valor dessas propostas.” 

O prazo para submissão de trabalhos termina sexta-feira, 28 junho. Nesta edição teremos duas categorias: “em uma delas, teremos um desafio com premiação: uma indústria (neste caso, o laticínio Verde Campo) apresenta um problema e representantes da academia oferecem possíveis soluções. A outra será a tradicional categoria geral, pela qual são ofertadas tecnologias em áreas abertas”, conta Assis.

“Essa aproximação – empresa e produção científica – traz resultados para todo mundo, tanto para a indústria, quanto para os centros de pesquisa. A partir desse primeiro contato, as marcas percebem que os grupos de pesquisa tem outras tecnologias e competências interessantes, além daquelas apresentadas. Isso propicia novas oportunidades de parceria e aprimoramentos para a ciência”, conclui Stephani.