O estudo de possíveis ações do extrato da planta brasileira Salsaparrilha em células de câncer de mama embasou a dissertação da acadêmica Paula Ribeiro Braga Dib. Ela desenvolveu a pesquisa no Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas – Imunologia e Dip/Genética e Biotecnologia, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

O estudo também investigou quais os efeitos da Salsaparrilha na modulação das respostas dos macrófagos, “células do sistema imune que são encontradas nos tumores junto às células tumorais”, como explica Paula. A acadêmica acrescenta, ainda, que as células imunes “podem tanto combater o tumor quanto contribuir para o seu crescimento e, consequentemente, para o avanço da doença. Por isso, é tão importante buscar por novas terapias capazes de modular as respostas dos macrófagos”.

As folhas da planta foram coletadas no horto da Faculdade de Farmácia da UFJF e submetidas ao processo de extração de possíveis moléculas com atividade farmacológica. A acadêmica conta que, para a obtenção destas moléculas, utilizou-se o solvente metanol, por isso a fração da planta foi chamada de extrato metanólico de Smilax officinalis. Para descobrir a influência desse material em células tumorais e macrófagos, mantidos em garrafas de cultura no laboratório, foram avaliadas a sobrevivência e a proliferação das células expostas ao extrato.

Ainda sobre a metodologia utilizada, a acadêmica buscou identificar possíveis vias de morte celular induzidas pelo tratamento. “Analisamos também a atividade das mitocôndrias, que são componentes fundamentais para a sobrevivência e funções celulares, e a produção de moléculas importantes para a resposta pró-tumoral ou de combate ao tumor pelos macrófagos.”

Em relação aos resultados, segundo Paula, “o extrato metanólico da Salsaparrilha demonstrou atividade tóxica em células de câncer de mama cultivadas em laboratório, mas não em macrófagos”. Além disso, a análise mostrou que, nas culturas de macrófagos, o extrato da planta foi capaz de modular a função destas células imunes, diminuindo a produção do fator de crescimento tumoral. “No entanto, não dá para dizer que o extrato é antitumoral, pois ainda não testamos em tumores propriamente ditos, o que exige o uso de experimentação em animais”, destaca a pesquisadora.

De acordo com o professor orientador Gilson Costa Macedo, o tratamento com o extrato em cultura de células apresentou resultados promissores para dar continuidade à pesquisa. “Identificamos potencial antitumoral. Assim, nossos próximos passos serão investigar o mecanismo pelo qual o extrato metanólico de Salsaparrilha afeta células de câncer de mama e macrófagos e avaliar o efeito do tratamento com o extrato da Salsaparrilha em modelo animal de câncer de mama.”

Contatos:
Paula Ribeiro Braga Dib (mestranda)
paularibeirodib@hotmail.com

Gilson Costa Macedo (orientador – UFJF)
gilson.macedo@icb.ufjf.br

Banca examinadora:
Prof. Dr. Gilson Costa Macedo (UFJF)
Prof.Dr. Eugenio Damaceno Hottz (Co-orientador – UFJF)
Profª. Drª Danielle Cristina Zimmermann Franco (UNIPAC JF)
Prof. Dr. Olavo dos Santos Pereira Júnior (UFJF)
Profª. Drª Patrícia Alves Reis (Fundação Oswaldo Cruz RJ)
Profª. Drª Flávia Marcia de Castro e Silva (UFJF)

Outras informações: (32) 2102-3220 – Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas