Alunos da Escola Estadual Clorindo Burnier receberam a pesquisadora da UFJF Letícia Perani para um bate-papo sobre a ciência dos games. (Foto: Rodrigo Milani)

Para provar que a ciência está mais próxima da nossa realidade do que pensamos, a pesquisadora Letícia Perani, do Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), levou a ciência dos jogos para os alunos da Escola Estadual Clorindo Burnier. Cerca de 60 adolescentes das turmas de nono ano descobriram que os jogos podem ser muito mais que diversão, mas uma fonte de pesquisa e de renda. A visita faz parte do projeto “A Ciência que fazemos”, que tem como objetivo aproximar o cientista dos estudantes.

Letícia é coordenadora do Grupo de Estudos Lúdicos (Ciberludens) e pesquisa a ciência dos jogos, que vai muito além dos códigos usados para fazê-los. Para se criar um game, o desenvolvedor precisa de estudos profundos em volta da cultura, estética, e da história do personagem. “Para mim, como pesquisadora, é sempre muito gratificante estar junto desses jovens, que podem ser nossos alunos no futuro. Mostrar um pouco do que a universidade faz, porque o que fazemos é para a sociedade”.

Os alunos só descobriram o tema da apresentação na hora, e a surpresa foi enorme. “Fiquei bem animada, porque eu gosto muito de jogos”, contou Stefanie de Oliveira, de 14 anos, que participa de jogos online e de RPG. A cada informação falada por Letícia, mais os estudantes demonstravam empolgação.

Para a pesquisadora, levar essas possibilidades para o ambiente escolar é uma forma de abrir a mente dos adolescentes para novas possibilidades. “Todo mundo joga! Mesmo que seja aquele joguinho de celular que é mais simples, esse é um tema muito presente na vida dos jovens e, de repente eles verem que isso pode ser estudado na universidade, abre caminhos, abre outras portas”.

Ana Paula Silva, professora de ciências na escola acompanhou a turma durante o bate-papo e parabenizou o projeto. “Está muito próximo da realidade deles, do que eles gostam, então eles se envolvem mais. Todo mundo se empolgou em participar”.

Mãos à Obra

Como resultado do encontro, os estudantes desenvolveram seus próprios personagens. (Foto: Rodrigo Milani)

Letícia também coordena o projeto de extensão “Design e Cultura dos Jogos Online”, onde os alunos do IAD da UFJF participam de uma oficina semanal de Concept Art em que estudam e trabalham técnicas de desenho e ilustração para aplicação em jogos.

Para conectar os adolescentes dos colégios que visita aos universitários para os quais leciona, a pesquisadora passou a realizar uma atividade nos colégios. Ao final das palestras, os estudantes criam desenhos de personagens que gostariam de ver e, posteriormente, eles são redesenhados pelos alunos do IAD.

Lucas Martins, de 13 anos, Bruno Ribeiro e João Vitor Alves, de 14, já tinham seus personagens em mente quando o desafio foi proposto. “Eu já tenho minha ideia pré definida, é de um jogo de RPG que a gente joga” conta Lucas, que pensou muito além do desenho “a gente nunca ouve falar de games assim. Eu fiquei bem interessado em estudar”.