Inscrição deve ser feita a partir desta quarta-feira, 9, até o dia 31 de janeiro (Foto: UFJF)

Democratizar o acesso ao ensino superior é o objetivo principal do cursinho popular Garra, projeto de extensão da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no campus sede. Com aulas e materiais gratuitos, o cursinho preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) oferece 70 vagas anualmente. Os interessados podem fazer a inscrição a partir desta quarta-feira, 9, até o dia 31 de janeiro.

Como há o limite de 700 participantes no processo seletivo, caso esse número seja atingido, as inscrições são encerradas antes do prazo final. Podem se inscrever quem concluiu o ensino médio ou está cursando o terceiro ano em escola pública, além de bolsistas integrais de escola particular. A Pró-reitora de extensão da UFJF, Ana Lívia de Souza Coimbra, enxerga o projeto de extensão como uma maneira de democratizar o acesso à universidade pública. “É uma possibilidade que a Universidade tem de recepcionar esses alunos mesmo antes deles entrarem na UFJF, além de contribuir para que esses estudantes tenham mais possibilidade de estudar na universidade pública, pois é um direito de todos ter acesso à educação em um nível superior”, ressalta.

A primeira etapa do processo seletivo para ingressar no cursinho é o preenchimento de um formulário de inscrição, que pode ser feito pela internet ou presencialmente. Os locais para inscrição presencial ainda serão divulgados pelo Garra. Já a segunda etapa é a realização de uma prova diagnóstica, no dia 3 de fevereiro, em local a ser definido. Serão 50 questões, que abordam fundamentalmente interpretação de texto e lógica, além de conteúdos básicos. Os aprovados participam de sorteio no dia  5 de fevereiro, no qual 140 candidatos serão sorteados para participarem da fase de entrevistas. O edital está disponível na internet.

Os 70 candidatos convocados para matrícula em primeira chamada serão informados por e-mail e a lista completa será publicada no site do Garra, e na página do Garra, no Facebook, no dia 11 de fevereiro. Das vagas disponibilizadas, sete são reservadas para participantes com mais de 30 anos sem ensino superior e sete para ex-alunos do projeto que, caso não sejam sorteados dentro da reserva de vagas, seguem concorrendo às outras disponíveis. A matrícula presencial ocorre no início do período letivo, no dia 18 de fevereiro.

Como funciona o Garra?

O Garra completa três anos de atividade em 2019. As aulas começam em fevereiro e seguem até a data da prova do Enem, provavelmente em novembro, sendo ministradas de segunda a sexta-feira no turno da noite, na sala 1.402 da Faculdade de Letras.

Atualmente, o Garra conta com 20 professores e 55 membros no total, sendo que ainda será aberto um edital para seleção de monitores no início do ano letivo de 2019. Os professores do cursinho são alunos da própria UFJF, que passam por processo seletivo para começarem a dar aula.

A coordenadora do projeto, Ivana Damásio Moutinho, ressalta que o mérito do trabalho é dos estudantes e reforça a contribuição que o Garra traz para a formação dos alunos da UFJF que se dedicam ao cursinho. “Eles se transformam em atores de um processo de autoaprendizagem, de empatia e de envolvimento com a sociedade. Isso faz com que eles cresçam como profissionais e como seres humanos”.

Além das aulas diárias, são realizados simulados, monitorias e aulões extras aos sábados. Os materiais utilizados são as apostilas de um cursinho de Juiz de Fora e uma conta em um site de ensino on-line, que foram doados ao Garra de forma gratuita e repassados para os alunos. A presidente do cursinho, Marina Silva, conta que o objetivo é garantir uma universidade mais plural e incentivar que outras pessoas lutem pela educação. “Nós do Garra acreditamos no duplo impacto do nosso trabalho: nos alunos pré-vestibulares, com o objetivo de fazer com que acreditem nos próprios sonhos, além de mostrar que a educação é um caminho e um direito de todos; em nossos membros, ao dar protagonismo dentro do cursinho, garantindo muita experiência e aprendizado”, afirma.  

Cursinho gratuito em Governador Valadares

O campus da UFJF localizado em Governador Valadares possui, desde setembro de 2018, o Cursinho Comunitário Camponês e Popular (CCCP) como projeto de extensão. O coordenador do projeto, Vinícius Mendes, conta que o incentivo para a realização do cursinho partiu de uma experiência pessoal. “Eu já entrei na UFJF em Julho de 2017 com esta ideia, pois onde eu estudei de 2009 a 2014 na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM/Campus Teófilo Otoni),onde tinha um cursinho. Na UFJF, encontrei estudantes e professores com ideias semelhantes, então nos juntamos e decidimos escrever coletivamente o projeto de extensão, que foi aprovado em julho de 2018”, explica.

No ano passado – primeiro de atividades do projeto – o cursinho obteve 500 inscritos para participarem das aulas preparatórias para o Enem, sendo que 80 alunos foram contemplados com as vagas. Em 2019, a abertura das inscrições está prevista para fevereiro, por meio do preenchimento de um formulário on-line.

Podem se matricular pessoas que estejam cursando o 3º ano do ensino médio em escola pública ou que já concluíram o ensino médio em escola pública e ainda não entraram na universidade. A previsão é a de que as aulas sejam ministradas de março a novembro, na Escola Estadual Israel Pinheiro, parceira da UFJF/GV.

Outras informações: Garra – cursinho popular ou contato.projetogarra@gmail.com