A Pró-reitoria de Extensão (Proex) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) é responsável por promover a articulação entre o ensino, a pesquisa e as demandas da sociedade, em um exercício de contribuição mútua. A Pró-reitoria coordena e apoia programas, projetos, eventos, cursos, prestações de serviço e demais atividades de extensão, considerando o compromisso social da Universidade. No ano de 2018, a Proex manteve como marca de trabalho o estímulo ao desenvolvimento de ações de extensão com as comunidades do entorno do campus-base da UFJF, em Juiz de Fora, e nos territórios do Médio Rio Doce, no campus avançado de Governador Valadares.
Diretrizes para a Extensão na UFJF
A pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra, ressalta que a atualização e criação de normas para a Extensão e o Marco Regulatório da Extensão na UFJF foram as principais conquistas deste período. “O ano de 2018 representou um marco em relação às normas para a extensão universitária na UFJF, ao estabelecer os princípios e diretrizes no âmbito da Universidade e as condições para participação discente nas ações de extensão.”
Segundo Ana Lívia, a primeira resolução elaborada trata do Programa de Participação Discente em Ações de Extensão, que atualiza os parâmetros para a participação de bolsistas e voluntários de graduação em programas e projetos, ampliando as modalidades da presença dos alunos. “Além disso, uma nova resolução foi aprovada pelo Conselho Setorial de Extensão e Cultura (Conexc), com a finalidade de regulamentar uma nova modalidade de programa com bolsa de extensão, especificamente para estudantes de pós-graduação “Stricto Sensu”.
Outro avanço importante foi a aprovação de apoio à participação de alunos de graduação em atividades relacionadas à Extensão Universitária, por meio da concessão de passagens aéreas e rodoviárias, além de auxílio financeiro, “uma demanda histórica da comunidade extensionista da Instituição”, afirma a pró-reitora.
Ainda em 2018, foi definida a política de extensão para a UFJF, que versa sobre o conceito, as diretrizes, os princípios e as modalidades da extensão universitária. Ana Lívia explica que “o documento foi construído a partir do debate democrático com a comunidade acadêmica dos dois campi da Universidade em diferentes oportunidades ao longo dos anos de 2017 e 2018 e, em especial, na Mostra de Ações de Extensão, quando ocorreu o debate a partir de uma minuta que trata do Marco Regulatório da Extensão Universitária na UFJF”.
Editais inéditos
A pró-reitora ressalta o trabalho desenvolvido pela Proex no fortalecimento do apoio à extensão universitária por meio da publicação de editais, com oferta de bolsas e possibilidade de solicitação de materiais de consumo, diárias, passagens e equipamentos, buscando atender melhor às necessidades das ações submetidas aos editais de 2018. “Neste ano, a solicitação de apoio foi feita juntamente com a submissão da ação de extensão a um dos editais lançados, possibilitando ao coordenador maior planejamento de suas atividades, ao ter acesso, logo no início da ação, à previsão de recursos que seriam disponibilizados ao longo de seu desenvolvimento”, explica.
Outro marco foi o lançamento inédito de um edital para seleção de pós-graduandos cuja formação trará contribuições especializadas para as ações estratégicas desenvolvidas pela Proex. Além disso, a Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Fadepe) publicou, ainda no primeiro semestre de 2018, um edital destinado ao fomento dos Programas e Projetos de Extensão da UFJF. O objetivo, segundo Ana Lívia, foi oferecer recurso financeiro para subsidiar compra de materiais utilizados pelos projetos. “No segundo semestre, um novo edital foi voltado para apoiar projetos no âmbito do Programa Boa Vizinhança Línguas, também com apoio de materiais de consumo, didáticos e serviços gráficos”.
Comunidades
Por meio dos editais e de programas estratégicos, a Gerência de Ações de Extensão conta, atualmente, com 534 programas e projetos de extensão em vigor e devidamente registrados, sendo 494 projetos e 40 programas. Um dos programas de destaque é o Boa Vizinhança, que tem por objetivo estimular, apoiar e promover projetos de extensão que atendam às demandas das comunidades próximas ao campus-sede. Em Governador Valadares, as propostas são direcionadas às comunidades atingidas pelo rompimento da barragem de Mariana, ocorrido em 2015.
Visando aproximar a UFJF ainda mais do seu entorno, em agosto de 2018, a Proex promoveu um conjunto de ações de extensão no Bairro Dom Bosco, que levou informação e atendimento à população por meio de ações nas áreas de Saúde e Direito. A Pró-reitoria promoveu, ainda, uma campanha com os moradores do bairro sobre os perigos da prática de lazer no Lago dos Manacás e também uma série de reuniões com lideranças do Dom Bosco para debater a obra na escadaria que permite acesso direto entre o campus e o bairro, a fim de ouvir e atender as necessidades da comunidade.
Para Ana Lívia, “essas ações representam as formas de integração entre a comunidade e a Universidade e demonstram que a UFJF reconhece, respeita e valoriza a história do bairro, sua identidade e o significado desse acesso para a população que passa pelo campus”.
Democratização de línguas estrangeiras
A Proex também desenvolve o Boa Vizinhança Línguas, que promove cursos de idiomas destinados a pessoas de escolas públicas que não estejam vinculadas em cursos de graduação ou pós-graduação da UFJF. Atualmente, o projeto beneficia diretamente 39 localidades de Juiz de Fora. Em 2018, as vagas foram ampliadas para 210 no primeiro semestre, passando a oferecer, além das línguas inglesa e espanhola, também os cursos de Francês, Grego Clássico, Latim, Italiano e Libras.
No segundo semestre, houve a ampliação de vagas, que passaram a 240 para os Módulos I dos seguintes cursos de extensão de idiomas: língua inglesa, espanhola, francesa, latina, grega clássica, italiana, libras e português como língua de acolhimento. Segundo Ana Lívia, o objetivo dessa ampliação progressiva foi oferecer para a comunidade externa, pela primeira vez, todos os cursos de línguas disponíveis para a comunidade acadêmica. “Essa iniciativa proporciona o conhecimento e a valorização da pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, ao assegurar o acesso a diferentes perspectivas culturais e linguísticas para o público externo”.
Em conjunto com a Pró-reitoria de Infraestrutura e Gestão (Proinfra), foi lançado, pela primeira vez, um edital com o oferecimento de vagas para os trabalhadores terceirizados da UFJF nos cursos de línguas do Programa. “De acordo com a avaliação de coordenadores e bolsistas, a iniciativa foi positiva, com preenchimento total dessas vagas e excelente participação dos trabalhadores contemplados”.
Por meio do Programa Boa Vizinhança Línguas, a Proex colaborou ainda para a formulação da política linguística da UFJF, elaborada pela Diretoria de Relações Internacionais (DRI), fruto do trabalho conjunto com o Programa Idiomas sem Fronteiras (IsF), que envolveu também as pró-reitorias de Graduação (Prograd), Pós-Graduação e Pesquisa (Propp) e de Gestão de Pessoas (Progepe), além de coordenações de cursos e de projetos.
Apoio a movimentos sociais
No mês de outubro, a Proex, juntamente com o Comitê de Extensão do campus de GV, promoveu o I Fórum Popular de Extensão e Cultura do campus Governador Valadares. De acordo com Ana Lívia, “o objetivo foi o de ampliar a interação dialógica e a participação da sociedade na avaliação das ações extensionistas e culturais da UFJF em Governador Valadares”. O evento contou com a participação de organizações do Poder Público, da sociedade civil e de movimentos sociais, que tiveram a oportunidade de apontar demandas locais e regionais, bem como construir coletivamente diretrizes que sustentarão a extensão na região.
“Além da identificação de demandas locais e regionais para a construção coletiva de diretrizes para futuros projetos de extensão e cultura, o evento contou com um encontro entre coordenadores, bolsistas, voluntários, parceiros e beneficiários dos projetos de extensão em Governador Valadares, para uma reflexão sobre o atual momento da extensão no campus avançado, sobre os resultados obtidos e as melhorias que podem ser realizadas”, argumenta.
Já em dezembro, aconteceu o I Fórum Popular de Extensão da UFJF, no campus Juiz de Fora. Cerca de 50 pessoas, entre representantes de diversos movimentos sociais, professores, técnico-administrativos em educação e alunos, debateram como a Universidade pode intervir de maneira mais efetiva na sociedade. “O objetivo foi o de criar um espaço de diálogo com representantes da sociedade civil organizada, redirecionando o trabalho de extensão, além de contribuir para formação profissional dos estudantes em um campo de grande relevância social”.
A partir destes fóruns, teve início o programa institucional que visa atender às demandas de movimentos sociais em ambos os campi da UFJF e a criação do Núcleo de Assessoria à Sociedade Civil Organizada (Nasco), com a participação de bolsistas de graduação e de pós-graduação.
Extensão nos currículos
Em maio do ano passado, a comissão para a discussão da inserção nos currículos de graduação foi ao Conselho de Graduação (Congrad) apresentar a necessidade e a importância da UFJF se adequar à estratégia 12.7 do Plano Nacional de Educação (PNE). “Esta comissão, além de ler documentos e ouvir profissionais de instituições de ensino superior que passaram pelo mesmo processo, tem se reunido em diferentes ocasiões para debater os desafios e as perspectivas para a inserção da extensão nos currículos de graduação da UFJF”.
De acordo com Ana Lívia, encontra-se em fase de elaboração uma minuta de resolução para subsidiar as discussões da Comissão que trata da inserção da extensão nos currículos, para que, ao longo do ano de 2019, possa ocorrer na UFJF um debate com a comunidade acadêmica. “O objetivo é gerar um documento para orientar a construção dos projetos pedagógicos dos diferentes cursos na Instituição, a partir das especificidades de cada área”, explica.
Mapeamento de Processos
A pró-reitora salienta ainda que, a partir do mapeamento dos processos da Gerência de Ações de Extensão, concluído no ano de 2017, melhorias foram implementadas no sistema Siga-Proex, com o objetivo de tornar os procedimentos da Pró-reitoria mais ágeis, eficientes e seguros para todos os usuários. “Neste ano, em parceria com o Centro de Gestão do Conhecimento Organizacional (CGCO), foi implementada a primeira etapa prevista no mapeamento de processos: a submissão das ações de extensão de forma eletrônica pela plataforma Siga”.
Além da informatização desse processo, foi incluída a informação do status de cada proposta, o que facilitou aos coordenadores identificarem em que situação se encontra cada ação submetida. Para identificar os locais em que uma ação de extensão é desenvolvida, foi incluído um campo específico no formulário de programas e projetos para a indicação de bairros e municípios.
Cursos e Eventos
Além de programas e projetos, a Proex é responsável pelo cadastro e aprovação de cursos e eventos de extensão realizados na UFJF. No ano de 2018, foram aprovados 195 eventos, sendo 111 no campus-sede e outros 84 no campus avançado; além de 139 cursos, sendo 101 em Juiz de Fora e 38 em Governador Valadares.
A III Mostra de Ações de Extensão e o II Congresso de Extensão Universitária da UFJF ocorreram no âmbito da III Semana de Ciência, Tecnologia e Sociedade, no mês de novembro de 2018, nos campi de Juiz de Fora e GV. Em Governador Valadares, a III Mostra de Ações de Extensão contou com 63 ações de extensão inscritas. Já a edição de Juiz de Fora contou com a participação de equipes de extensionistas nas modalidades de Banners; Vídeos; Performances, Apresentações Culturais ou Instalações e Atendimento ao público.
Para Ana Lívia, a iniciativa beneficia não só os estudantes extensionistas que têm a oportunidade de divulgar seu trabalho, mas também “propicia aos alunos de escolas públicas parceiras a oportunidade de vislumbrar um futuro que envolva a UFJF. É um momento para que eles se sintam fisicamente acolhidos pela Instituição nesse espaço de troca de saberes”.
Monitoramento e Avaliação
Após a estruturação inicial do setor de monitoramento e avaliação, o departamento passou a ser o responsável pelas etapas de elaboração de manuais de avaliação, fichas de avaliação, planilhas e formulários de notas. De acordo com Ana Lívia, a equipe de Monitoramento e Avaliação da Proex mapeou os procedimentos de compra e solicitação de demais aportes da UFJF.
Ela explica que, “após essa etapa, a equipe foi ampliada, com edital específico de seleção de bolsistas de extensão e contratação de pessoas para que a Pró-reitoria pudesse conduzir a etapa de compra dos materiais e equipamentos solicitados por meio desses editais – alguns dos quais já começam a chegar e a ser entregues nos dois campi da UFJF – além do uso de diárias, veículos oficiais e passagens por membros de equipe de programas e projetos contemplados”.
Centro de Ciências
Em 2018, a Proex buscou promover a contínua divulgação do Centro de Ciências como espaço de divulgação científica em Juiz de Fora e região. Neste contexto, o Centro de Ciências demonstrou um papel fundamental de democratização da Ciência em todos os meios da sociedade, em parceria com as instâncias superiores da UFJF.
Ana Lívia destaca a 7ª Jornada de Divulgação Científica que, em 2018, teve como tema “Ciência para a Redução das Desigualdades”, realizada durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em outubro. “Foi viabilizada a presença de diversas escolas públicas, muitas das quais nunca haviam tido a oportunidade de acessar este que se torna um equipamento estratégico na promoção da Ciência e do trabalho que vem sendo desenvolvido pela Universidade em diversas áreas”.
Cooperação
Ana Lívia ressalta ainda que, em 2018, a Proex viabilizou a consecução de 348 parcerias não onerosas, as quais têm proporcionado à comunidade acadêmica do campus de Juiz de Fora e do campus de Governador Valadares oportunidades de intercâmbio discente e docente; realização de estágios para os estudantes de graduação; treinamentos para alunos de pós-graduação; desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa, extensão, e desenvolvimento institucional.
“Tais parcerias são firmadas com diversos órgãos, tais como escolas particulares e públicas, universidades públicas, hospitais, fundações, ONGs, instituições filantrópicas, institutos internacionais, secretarias estaduais, Ministério Público e Defensoria Pública, além de profissionais liberais”, acrescenta.
Campus avançado
A apresentação das atividades de extensão realizadas por professores, alunos e técnico-administrativos em educação (TAEs) na UFJF-GV, bem como o planejamento de ações para 2019, foram temas de reuniões promovidas pela Pró-reitoria de Extensão no campus avançado de Governador Valadares. O objetivo foi promover o contato e a comunicação entre as frentes de atuação da Universidade e garantir o direcionamento do trabalho de extensão na região do Vale do Rio Doce.
Ana Lívia ressalta que, “desta forma, a extensão torna-se um mecanismo importante de construção da identidade da UFJF no território valadarense, pois propicia a professores, estudantes e TAEs contato direto com a população, movimentos sociais e comunidades indígenas, fazendo com que a Universidade se faça presente e trabalhe na perspectiva de consolidar ações para o fortalecimento dos direitos sociais”.
Divulgação
Em conjunto com a Diretoria de Imagem Institucional, em 2018, a Proex trabalhou no intuito de dar visibilidade às ações de extensão desenvolvidas por meio das diferentes plataformas de comunicação da UFJF. Além disso, a Pró-reitoria participa ainda do Projeto de Extensão “UFJF Transformadora”, que produz uma série de filmes com o objetivo de divulgar os diferentes projetos e programas em Juiz de Fora e GV, e da campanha “UFJF Presente”, com vídeos e banners informativos, que mostram a presença da Universidade no dia-a-dia da população de Juiz de Fora, Governador Valadares e região, com seus trabalhos de Pesquisa, Extensão e Cultura, em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade no Brasil.
Jardim Botânico
De acordo com Ana Lívia, o Jardim Botânico tem pautado suas ações no planejamento estratégico. “As opções de atuação adotadas pela atual gestão administrativa do Jardim Botânico entre 2017 e 2018 priorizaram a implementação de sua estrutura administrativa e das ações de Educação Ambiental”, explica.
A pró-reitora destaca, além da execução de projetos de infraestrutura e segurança que irão viabilizar a inauguração e funcionamento da Unidade em breve, o trabalho contínuo na formação e capacitação dos monitores para atendimento ao público. Neste sentido, em agosto aconteceu o curso de Formação de Educadores Ambientais do Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora. “Mesmo antes de sua abertura para o público externo, o Jardim Botânico já tem sido utilizado ao longo do ano de 2018 para ensino e pesquisa, com a realização de aulas de campo teórico-práticas, com disciplinas de cursos de graduação e pós-graduação e com a realização de projetos de pesquisa em níveis de graduação, mestrado e doutorado”.
Planejamento
Ana Lívia destaca que as expectativas para este ano são a consolidação e ampliação de programas como o Boa Vizinhança Juiz de Fora e Rio Doce, além do fortalecimento do Núcleo de Assessoria à Sociedade Civil Organizada, e a criação do Programa de Bolsas de Intercâmbio extensionista para estudantes de graduação. “Nossa meta também é fomentar o debate acerca das formas de implementação das Diretrizes Nacionais de Extensão, aprovada em 2018, e definir de que maneiras elas serão adotadas para inserção da extensão nos currículos dos diferentes cursos de graduação da UFJF”.
A pró-reitora vislumbra ainda o lançamento de novos editais, como programas e projetos de extensão de demanda espontânea, projetos de extensão em interface com a pesquisa, projetos de extensão desenvolvidos junto à sociedade civil organizada, projetos de extensão no âmbito do Programa Boa Vizinhança e do Programa Boa vizinhança Línguas.
Outras informações
(32) 2102-3971 – Pró-reitoria de Extensão