Com o objetivo de oferecer subsídios para o desenvolvimento do trabalho de agentes comunitários de saúde no controle e tratamento da tuberculose, o projeto de extensão “Atenção à saúde das pessoas vivendo com tuberculose e assistidas na Atenção primária à Saúde de Juiz de Fora” realizou, nesta quinta-feira, 13, mais uma etapa para a capacitação de profissionais da área. O curso está sendo oferecido até o próximo dia 18, com grupos distintos de, aproximadamente, cem participantes por turma. A ideia é capacitar os mais de 400 agentes do município.

Iniciativa faz parte de projeto de extensão coordenado por professoras da Faculdade de Enfermagem da UFJF, em parceria com departamentos da Prefeitura de Juiz de Fora (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

A iniciativa faz parte das ações do projeto coordenado pelas professoras da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Girlene Alves da Silva e Érika Andrade e Silva, em parceria com o Departamento de Vigilância Epidemiológica e o Departamento de Atenção Primária à Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora.

O objetivo da capacitação é trocar experiências e oferecer esclarecimentos de dúvidas para melhorar a assistência primária, contribuindo para o controle e prevenção da doença na cidade. Érika explica que o curso busca fazer um panorama da realidade da tuberculose no Brasil, em Minas Gerais e, especialmente, em Juiz de Fora, apresentando o cenário específico dos bairros em que os agentes atuam. “Além disso, discute as formas de ação que podem ser desenvolvidas in loco para combater a doença, com foco principal em quais são as atribuições dos profissionais neste cenário”.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Juiz de Fora está entre os municípios mineiros com maior número de casos de tuberculose em 2017, com 405 registros. De acordo com Érika, os dados demonstram a urgência em se trabalhar o assunto. “Estamos enfrentando um grande problema com números crescentes e resistência ao tratamento. Nosso objetivo é reunir forças para formar estratégias de combate à doença e transformar nossa atual realidade”.

Capacitação

Objetivo é capacitar os mais de 400 agentes que atuam em Juiz de Fora (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

De acordo com a professora Girlene, vice-reitora da UFJF, a demanda surgiu a partir de pesquisas realizadas no âmbito do projeto de extensão, cujo resultado apontava para a falta de capacitação dos agentes comunitários para o trabalho com pacientes. “A tuberculose é um agravo muito grande na nossa cidade e isso requer de nós, profissionais da saúde, uma educação e atualização permanente”.

Para Girlene, a capacitação busca atualizar os profissionais e compreender o cotidiano dos pacientes. “Nosso objetivo é estabelecer uma interlocução com os agentes comunitários de saúde, colocando a Prefeitura de Juiz de Fora com um papel de protagonismo no controle da doença, além de ser uma resposta da Universidade às necessidades da população”.

A gerente do Departamento de Desenvolvimento de Atenção Primária à Saúde, Rosangela Aparecida Silva, explica que atenção primária à saúde é o pilar central no controle à tuberculose por ser, muitas vezes, a porta de entrada desses

pacientes para o acesso ao devido tratamento. Por isso é tão importante tratar do assunto com os trabalhadores que atuam neste campo. “Capacitar nossos profissionais é de fundamental importância, pois apesar de muitos agentes já estarem há muito tempo na área, é preciso atualizá-los para que conheçam as especificidades de pacientes com tuberculose”.

Parceria

Para a enfermeira Maria Hélida Almeida, referência técnica do Programa Municipal de Controle à Tuberculose, é primordial a união de forças entre a Prefeitura e a UFJF para que os pacientes tenham um cuidado integral (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

Para Girlene, a parceria com a Prefeitura é primordial para que as ações tenham êxito no combate e prevenção à doença. “Enfrentamos muitos desafios, mas contamos com a sensibilidade da Secretaria Municipal de Saúde em abordar a temática. Compreendemos as dificuldades que o serviço público de saúde enfrenta, mas estamos aprendendo muito com os profissionais do município e deixando também a nossa contribuição”.

Para a enfermeira Maria Hélida Pires de Almeida, referência técnica do Programa Municipal de Controle da Tuberculose, do Setor de Doenças Transmissíveis da Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde, a parceria com a UFJF é muito importante. “É primordial que a gente una forças para que os pacientes tenham um cuidado integral. Os desafios são grandes, e sozinhos a gente não consegue”.

Segundo ela, a capacitação dos profissionais é fundamental para “sensibilizá-los do papel que exercem junto à comunidade em que estão inseridos, para que eles possam desempenhar suas atribuições e ser parte do combate à essa grave doença”.