Germana Barata é uma das convidadas para o 6° Fala Ciência (Foto: Divulgação)

A ciência desenvolve teorias, técnicas e ferramentas incríveis para auxiliarem no dia a dia e melhorar a qualidade de vida da sociedade como um todo. Todas essas descobertas não podem se limitar às paredes de laboratórios. A difusão do conhecimento da ciência para aqueles que usufruem dela, popularizando o acesso e o entendimento do que está sendo desenvolvido pela comunidade acadêmica, é o objetivo principal dos profissionais que trabalham com divulgação científica.

É o caso da pesquisadora Germana Barata – apresentando extenso currículo na área de divulgação científica, Germana é especializada em jornalismo científico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), professora do programa de Mestrado em Divulgação Científica e Cultural (MDCC) e no curso de Especialização em Jornalismo Científico da mesma instituição, além de ser parte do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor). A pesquisadora é uma das convidadas do Fala Ciência, curso voltado à difusão das diferentes formas de divulgação científica existentes atualmente. O evento acontece no dia 22 de novembro, de 9h às 17h, no Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Investimento em ciência para o combate à desinformação
Um dos cenários observados com preocupação por Germana é o da desinformação; com o avanço da propagação de informações pelas redes sociais, fica cada vez mais complicado navegar na internet sem se deparar com notícias falsas tomando conta do imaginário popular. Fake news como o mito de que a vacina causa autismo, e a teoria de que a Terra é plana, entre muitas outras matérias pseudocientíficas divulgadas diariamente pelas redes, dificultam o alcance de notícias verídicas, verdadeiramente científicas, que ficam em segundo plano, ofuscadas pela desinformação.

Para mudar esse cenário, segundo Germana, é preciso o  engajamento de especialistas focados em uma mobilização em prol da divulgação de informações estratégicas em uma linguagem palatável para todos. “O que eu clamo cada vez mais é que a comunidade acadêmica – os cientistas, os estudantes de pós-graduação, os próprios futuros cientistas, inclusive os estudantes de graduação – se juntem ao esforço dos divulgadores científicos para combater a desinformação, potencializar a circulação de informações com credibilidade e combater as fake news”, declara.

E, para tal, é indispensável o investimento em ciência para que a divulgação científica seja valorizada no país. “Se o básico para as pesquisas não for garantido, a divulgação científica fica em segundo plano”, pondera Germana. O foco em maior conscientização da comunidade acadêmica para a relevância da divulgação científica tem crescido cada vez mais. Em 2017 aconteceu a 1ª Marcha pela Ciência, movimento internacional em prol da valorização da ciência. “Nós estamos em um momento importante para a divulgação científica no Brasil.”

Trajetória e pesquisa
Logo após de se formar em Ciências Biológicas pela Unicamp em 1999, Germana embarcou em um curso de especialização em jornalismo científico, novidade na instituição. “Eu estava interessada em saber um pouco mais sobre o que era a divulgação científica. Sempre gostei de explicar biologia para leigos, era algo que fazia muito durante a graduação”, revela. A especialização se tornou uma opção profissional para a pesquisadora. Desde então, Germana construiu uma ampla trajetória na área. De 2003 a 2010, atuou como Técnica de Pesquisa Científica e Cultural no Labjor e logo depois tornou-se pesquisadora do mesmo. Neste ano, terminou Pós-Doutorado em Divulgação Científica pela Simon Fraser University do Canadá.

Atualmente, a pesquisadora trabalha com um projeto com objetivo de mapear os divulgadores científicos do Canadá, especificamente os que não fazem parte da comunidade formal de divulgadores científicos e não receberam treinamento, mas que estão engajando o público e organizando atividades interessantes. Este mapeamento é feito nas redes sociais a partir de metodologia da altimetria. “São indicadores de como as informações científicas e artigos científicos são compartilhados em mídias sociais, por exemplo”, esclarece. Germana defende que o mapeamento dessas pessoas poderia auxiliar as associações de divulgação científica a  darem mais apoio e treinamento para elas se capacitarem – o que, além de uma melhoria no trabalho, poderia resultar em mais investimentos para realizar essa função.

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