Evento encerrou dois anos de atividades do projeto sobre o Minha Casa Minha Vida (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

Evento encerrou dois anos de atividades do projeto sobre o Minha Casa Minha Vida (Foto: Twin Alvarenga/UFJF)

Com o objetivo de apresentar os resultados de dois anos de trabalho, o projeto “Escritório-Escola Itinerante” teve seu encerramento na tarde desta sexta-feira, dia 26, no auditório 1 do Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A ideia do encontro foi tornar públicas as experiências de pesquisas e análises realizadas em quatro empreendimentos habitacionais do Minha Casa Minha Vida em Juiz de Fora.

O projeto de extensão, que vem sendo desenvolvido desde 2016, tem como objetivo colaborar na política habitacional de interesse social, por meio de assessorias técnicas que envolveram um trabalho de escuta junto aos moradores dos locais de pesquisa e aplicações de questionários. Visando melhorias no planejamento e na gestão das políticas habitacionais no contexto municipal, o projeto atuou ainda no acompanhamento junto aos órgãos públicos, no sentido de encaminhar as demandas percebidas na atuação em campo e buscar soluções para os problemas.

De acordo com a coordenadora do projeto e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, Letícia Zambrano, essa fase encerra-se e o momento agora é de trabalhar os encaminhamentos dos resultados obtidos. Para ela, todo o esforço ao longo dos anos foi importante para compreender e buscar melhorias nas políticas públicas de habitação, mas também contribuiu para a formação dos estudantes envolvidos. “Os alunos tiveram a oportunidade de lidar com uma problemática real na pesquisa de campo. E o contato com os moradores contribuiu para aumentar a sensibilidade para questões sociais e desenvolver a empatia.” Para a professora, o encerramento é gratificante. “Levo essa experiência com muita emoção. O processo foi longo, mas sem dúvidas, muito enriquecedor.”

A aluna do 10º do curso de Arquitetura e Urbanismo, Thayla Marson, atuou no projeto desde o início, na parte de avaliação arquitetônica das residências. Ela conta que a experiência de ir a campo e aplicar as teorias em situações reais foi primordial para sua formação. “Tive a oportunidade de ter um contato direto com a população e aprendi muito. Às vezes, nossa visão apenas em sala de aula fica restrita. Em campo a gente aprende de uma forma diferente.”

Projeto interdisciplinar

Para desenvolver todos os objetivos propostos, o Escritório-Escola contou com uma equipe interdisciplinar que envolve oito cursos de diferentes áreas, bem como vários professores e alunos bolsistas e voluntários. Como é o caso da professora do curso de Serviço Social da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), Dora Vargas, que também integra a equipe. Para Dora, o sucesso do programa se deu pelo fato de conseguir reunir diversas áreas de atuação em um objetivo em comum. “Pensar nas questões habitacionais vai além de um problema objetivo. Perpassa também as relações sociais e a conquista de direitos. Então é algo muito amplo. Por isso a importância de todos nós contribuirmos de alguma maneira, a partir de nossas perspectivas específicas de formação.”

Além disso, o projeto contou com parcerias com a Prefeitura de Juiz de Fora, da Secretaria de Planejamento, do Conselho Municipal de Habitação, da Caixa Econômica Federal e demais órgãos relacionados ao serviço público. Por isso, além dos integrantes do projeto, alunos e professores, também estavam presentes no encerramento o responsável pelos programas habitacionais da Caixa Econômica Federal (CEF) Adonay Mazoco; a coordenadora de Projetos da Emcasa, Waldéa Couto; o presidente do Conselho Municipal de Habitação, Luiz Fernando Sirimarco; a secretária de Administração e Recursos Humanos PJF, Bárbara Panza; o arquiteto dos residenciais Paraíso e Araucarias, Hermanez Abreu; e a arquiteta fundadora da empresa Atos Colaborativos, Ana Paula Luz.