Reitor apresentou plano estratégico para próximos anos (Foto: Alice Coêlho/UFJF)

Reitor apresentou plano estratégico para próximos anos (Foto: Alice Coêlho/UFJF)

Inclusão, acompanhamento acadêmico e pós-graduação lato sensu foram alguns dos temas abordados durante a visita de membros da Administração Superior da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) à Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (Facc) nesta segunda-feira, 24. Essa foi a 15ª visita feita pelo reitor Marcus David, pela vice-reitora Girlene Alves da Silva e por pró-reitores e diretores administrativos a unidades acadêmicas do campus Juiz de Fora.

Entre os temas abordados, professores e técnico-administrativos em educação da unidade mostraram-se preocupados com o acesso e a permanência de pessoas com deficiência. Algumas dúvidas apresentadas foram quanto à capacitação de servidores e a previsão de obras para acessibilidade no prédio da Facc.

O reitor Marcus David explicou que a inclusão é um dos principais desafios que a Universidade tem para enfrentar. “Vejamos os exemplos de 15 estudantes surdos espalhados em cursos diferentes. Atualmente, temos um número de tradutores/intérpretes que é impossível de atender a essa demanda. Solicitamos 33 vagas de intérpretes e o Ministério da Educação autorizou apenas três temporários. Os professores e técnicos das unidades também têm mostrado uma angústia grande com essa situação. Ainda assim, continuamos trabalhando para garantir a permanência dos alunos surdos na Universidade.”

O diretor de Ações Afirmativas (Diaff), Julvan Moreira de Oliveira citou o Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI), criado em agosto. “O NAI foi criado para pensar a política de inclusão na Universidade e é composto por pessoas de diversas formações, para que vários aspectos possam ser contemplados. A partir desse núcleo, é possível desenvolver uma política também de formação dos docentes e técnicos para a inclusão.”

A pró-reitora de Gestão de Pessoas, Kátia Maria Silva de Oliveira e Castro, afirmou que a pró-reitoria trabalha em conjunto com a Diaaf, tentando minimizar os impactos da falta de intérprete nas unidades. “Estamos começando um curso básico de Libras para professores e técnico-administrativos para termos, nas unidades acadêmicas, facilitadores da recepção aos surdos. Já havíamos oferecido esse curso e estamos tentando investir cada vez mais.”

Infraestrutura

Em termos de acessibilidade para cadeirantes, a pró-reitora adjunta de Infraestrutura, Janezete Aparecida Purgato Marques, explicou que foram comprados 12 elevadores que estão sendo instalados em unidades acadêmicas que ainda não dispõe desse equipamento. A compra de novos elevadores está sendo planejada. Rampas também estão sendo criadas em várias unidades, enquanto outras que estão fora das normas estão sendo substituídas. “Essa é uma ação que demanda muito esforço, pois os projetos podem ser bastante complexos.”

Atualmente o NAI é composto também por arquitetas da Proinfra e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, a fim de que todas as necessidades das pessoas com deficiência sejam contemplatadas em termos de acessibilidade. O pró-reitor de Infraestrutura, Marcos Tanure, explica que todos os novos projetos da Proinfra preveem elevadores e rampas. “Estamos tentando dar acessibilidade aos prédios antigos com manutenção e pedindo que as unidades apontem suas demandas por acessibilidade.”

Acompanhamento acadêmico

Outro assunto abordado na reunião foi a efetiva adoção do coeficiente de evolução inicial (CEI) e do coeficiente de evolução trimestral (CET) para fins de acompanhamento acadêmico dos estudantes. A pró-reitora de Graduação, Maria Carmen Simões Cardoso de Melo, informou que foi criada uma comissão no Conselho de Graduação (Congrad) a fim de criar uma polícia de acompanhamento acadêmico, para além dos coeficientes. “Atualmente a comissão está chegando perto de consolidar outros dados, como aprovação e evasão, para que possamos desenvolver o acompanhamento com mais fundamentos.”

Especialização

O retorno do oferecimento de cursos de pós-graduação lato sensu também foi assunto da reunião. O reitor explicou que a matéria está em discussão no Conselho Superior, com expectativa de ser votada na próxima reunião do grupo. “Estamos analisando e discutindo artigo por artigo. Assim que for feita a votação, a pós-graduação lato senso pode voltar a ser oferecida.”

Plano estratégico

Marcus David, Girlene Silva e o pró-reitor de Planejamento, Eduardo Condé Salomão, apresentaram as ações realizadas durante os dois primeiros anos da atual gestão e uma proposta de plano estratégico para os dois próximos anos. Marcus David lembrou o período de instabilidade financeira e política pelo qual o Brasil passou no início de 2016 e apontou as três ações tomadas pela Administração Superior para aquele momento: equacionamento orçamentário e financeiro, enfrentamento das obras paralisadas e regulamentação institucional.

Condé mostrou a estrutura da Universidade e os objetivos estratégicos para Graduação, Pós-graduação e Pesquisa, Extensão, Inovação, Cultura, Assistência Estudantil, Ações Afirmativas, Relações Internacionais, Infraestrutura, Gestão de Pessoas e Imagem Institucional. Girlene elencou as metas para as diversas áreas da Universidade, garantindo que as ações têm interlocução com todas as pró-reitorias e diretorias da Universidade. “Precisamos de um acompanhamento acadêmico que permita entrada e permanência, fortalecer a pós-graduação, curricularizar a extensão, consolidar o Fórum da Diversidade e pensar uma política para os estudantes”, apontou a vice-reitora.