Com sua chegada no Brasil, em 1896, o cinema foi cada vez mais se estabelecendo como forma de expressão artística e entretenimento em todo o país. Porém, as pesquisas cinematográficas realizadas no Brasil atualmente, são focadas na história do cinema no eixo Rio/São Paulo. Pouco se estudava sobre o cinema mineiro, suas produções, publicações e cineastas.

Com o objetivo de recuperar a memória da Zona da Mata mineira no cinema brasileiro foi organizado o livro “Cinema em Juiz de Fora”, cujo lançamento ocorre nesta quinta-feira, 16, às 18h, na Galeria Guaçui no Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Publicada pela Editora UFJF, a obra é resultado do projeto “Minas é Cinema”, vinculado ao grupo de pesquisa CPCine: História, estética e narrativas em audiovisual e organizado pelos professores Alessandra Brum, Luís Alberto Rocha Melo e Sérgio Puccini, do Bacharelado em Cinema e Audiovisual e do programa de Pós-graduação em Artes, Cultura e Linguagens. O lançamento é parte integrante da II Jornada de Estudos em História do Cinema Brasileiro.

Segundo a professora Alessandra Brum, “Minas é Cinema tem como objetivo mapear e disponibilizar ao público informações relativas à atividade cinematográfica no Estado de Minas Gerais”. O projeto busca informações a respeito da produção, exibição, distribuição de filmes, recepção, produção crítica e publicações sobre cinema mineiro. Para isso, a pesquisa fez o levantamento de publicações relacionadas ao cinema na Zona da Mata mineira, em Juiz de Fora, Leopoldina, Muriaé, Carangola, Cataguases, Ubá e Além Paraíba.

“Cinema em Juiz de Fora” reúne artigos que retratam aspectos da produção e reflexão sobre cinema na cidade, dentro de um recorte temporal que vai de 1896 até o início dos anos 2000. A obra conta com a contribuição de artigos de pesquisadores como Christina Ferraz Musse, Rosane Carmanini Ferraz, Adriano Medeiros da Rocha e Haydêe Sant’Ana Arantes. Seu conteúdo resgata a memória de cineastas como José Sette, João Carriço da produtora Carriço Film e criador do Cine Popular de Juiz de Fora, além de publicações como a revista de orientação cinematográfica “Tôrre de Marfim” e o movimento cineclubista do Centro de Estudos Cinematográficos de Juiz de Fora.

A coletânea de artigos presentes na obra tem como objetivo preencher a lacuna existente em relação às contribuições regionais, auxiliando na formação de um retrato mais complexo da cultura nacional. “‘Cinema em Juiz de Fora busca expandir o campo das pesquisas cinematográficas para além dos eixos hegemônicos, centrados nas capitais Rio/São Paulo, abarcando e valorizando experiências regionais que enriquecem, em muito, a história do cinema brasileiro”, conclui Brum.

Outras informações: (32) 3229-7646 – Editora UFJF