Grupo se apresenta nesta terça, 24, às 20h, com entrada franca, no Teatro Pró-Música (Foto: Divulgação)

O Quarteto Francisco Mignone se apresenta nesta terça, 24, às 20h, no Teatro Pró-Música, integrando a programação do 29º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga. O grupo tem como convidado o músico Gustavo Trindade. A entrada é franca e os convites serão distribuídos no Centro Cultural Pró-Música, das 8h30 às 17h30 (máximo de quatro por pessoa).

Nascido com a proposta de produzir música de todas as épocas e gêneros com a mais tradicional das formações camerísticas – dois violinos, viola e violoncelo – o Quarteto Francisco Mignone se apresenta no 29º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga nesta terça-feira, 24, com a participação especial do trompetista Gustavo Trindade.

Formado em 2017 por quatro músicos integrantes da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e de grande afinidade artística – os violinistas Jovana Trifunovic e Rodrigo Monteiro, o violista João Carlos Ferreira e o violoncelista Robson Fonseca – o grupo homenageia em seu nome um compositor brasileiro do século XX, Francisco Mignone (1897-1986), que é a própria expressão dos ideais do quarteto, por ter criado valsas, maxixes e tangos com a mesma maestria com que compôs balés e sinfonias, conciliando os palcos dos grandes teatros com a intimidade das rodas de choro.

Repertório
O repertório do grupo inclui de gênios do passado, como Mozart e Beethoven, aos nomes imprescindíveis da contemporaneidade, como Bartók e Ligeti, transitando ainda pela tradição Clássica e Romântica e também pela música popular e pelas trilhas sonoras. O programa do concerto em Juiz de Fora inclui duas peças de W. A Mozart – seu “Quarteto de Cordas K421” e seu “Quinteto para Trompa e Cordas K407”, obra essa que contará com a participação de Gustavo Trindade. Na avaliação do grupo, as peças contrastam em caráter e expõem diferentes vertentes do compositor para a criação do drama musical. Completa o programa a suíte Tango Ballet, de Astor Piazzolla, em transcrição do violoncelista do quinteto do compositor, José Bragato.

De acordo com o violista João Carlos Ferreira, a trompa, antes conhecida como trompa de caça (corno da caccia), era um instrumento que estava se desenvolvendo muito na época em que Mozart compôs sua obra e que, por tradição, se relacionava a peças de caráter mais vibrante e heróico, exatamente como é a peça escolhida para o programa. Já o Quarteto de Cordas é em tonalidade menor, “o que na época significava muita coisa, com temas mais melancólicos e um caráter mais interno, sem perder a destreza da música mozartiana”.

De Piazzolla, o grupo tocará um ballet em seis cenas, escrito em 1956 e transcrito para quarteto de cordas pelo violoncelista do grupo do compositor argentino, José Bragato. “Essa peça demonstra bem o trabalho de Piazzolla em revisitar o tango tradicional com influências do jazz e da música clássica, já que temos o tango e o ballet inseridos dentro da forma de uma Suíte, que é uma tradição antiga de se juntar danças”, explica Ferreira. Essa ousadia e a originalidade de Piazzolla dificultaram sua aceitação em seu país, como observa o violista, “já que sua música era vista como uma desagregação à história do tango na Argentina”. O público do Festival terá a oportunidade de avaliar por si mesmo o resultado alcançado pelo importante compositor.

”Eu estou muito empolgado e satisfeito de poder contribuir para uma semana de imersão em música, assim também repassando o que aprendi em edições anteriores desse mesmo Festival”, afirma João Carlos Fonseca, que começou seus estudos de música aos 8 anos no Centro Cultural Pró-Música/UFJF, em Juiz de Fora, e desde 2009 é o violista principal da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Em sua opinião, o tradicional evento juiz-forano já faz parte do calendário cultural da cidade e também dos alunos de música clássica do país, “por isso a necessidade da continuidade do projeto, para que as marcas deixadas na nossa sociedade possam ser ainda mais profundas”. João Carlos Ferreira também ministrará uma oficina de viola durante o Festival.

O Teatro Pró-Música fica localizado à Avenida Barão do Rio Branco, 2329, no Centro, em Juiz de Fora. Todos os concertos noturnos do Festival são precedidos de palestras ministradas pelo professor do Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de fora (UFJF), Rodolfo Valverde (UFJF), com início às 19h. O objetivo é contextualizar o público sobre cada apresentação.

 Outras informações
(32) 3218-0336 – Centro Cultural Pró-Música/UFJF

http://www.promusicaufjf.com.br/festival/index.html