Adenilde Petrina, convidada para mesa de abertura do evento (Foto: Alexandre Dornelas)

Adenilde Petrina, referência do movimento negro, do hip-hop e da militância pela democratização da comunicação em Juiz de Fora, é uma das pessoas entrevistadas no filme (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Vencedor na categoria “Voto do Público” no Festival de Cinema Primeiro Plano, o documentário “Íris da Candinha” (2017) será exibido, gratuitamente, no evento Juventudes, Cidade e Memória. O evento acontece, nesta quarta-feira, 4, às 19h, no Anfiteatro II do Instituto de Ciências Humanas (ICH) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Resultado do trabalho de seis alunos do cursinho popular mantido pela Escola Municipal do Bairro Santa Cândida, o documentário conta a história do local por meio de depoimento de moradores. Um deles é o da filósofa e doutora Honoris Causa pela UFJF, Adenilde Petrina, uma das principais referências do movimento negro, do hip hop e da militância pela democratização da comunicação em Juiz de Fora.

Com direção de Matheus Mohammed Silva, a produção resgata os valores e o sentimento de pertencimento desenvolvidos no Santa Cândida e se propõe a desmistificar a ideia de que a violência definiria o bairro.

O evento é promovido pelo Núcleo de Pesquisa Geografia, Espaço e Ação (NuGea), da UFJF. Segundo a coordenadora do Núcleo, Clarice Cassab, um dos estudos do grupo está ligado à pesquisa sobre as juventudes a partir da linha de ação sobre cidade e política; por isso a ideia de trazer para discussão o “Íris da Candinha”. “O documentário tem total protagonismo dos jovens na produção, o que é significativo para nosso núcleo, que entre outras coisas, busca entender as interpretações e relações que desenvolvem com a cidade.”

Importância do filme
Para Adenilde, o documentário é uma iniciativa importante para que as identidades de luta do bairro, principalmente durante as décadas de 60 e 70, não sejam esquecidas. “Precisamos contar as histórias e a luta dos primeiros moradores para os mais jovens e reavivar a memória dos mais velhos, para que seja criada e mantida uma consciência coletiva.”

A militante faz referência à escritora Carolina de Jesus, ao dizer que “a periferia é o quarto de despejo da cidade”. “As pessoas ‘do asfalto’ tendem a ver o Santa Cândida como improdutivo, mas o filme surge, também, para que elas possam conhecer nossas lutas e ações e para que tenham mais respeito pelos moradores e pela periferia em geral.” Ainda segundo Adenilde, o documentário visibiliza os jovens produtores. “Além de demonstrar o protagonismo dos jovens em relação à sua própria história, o filme dá visibilidade ao seu trabalho e contribui para que o asfalto os valorize e as suas produções.”

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