Ampliar o debate sobre a ofensiva do capital e as formas de exploração e opressão das minorias, foi um dos objetivo da mesa de abertura do Seminário Internacional de Serviço Social, realizado na noite de segunda-feira, dia 23, no Museu de Arte Murilo Mendes da Universidade Federal de Juiz de Fora (Mamm-UFJF). A conferência contou com as contribuições do pesquisador da Universidad Mayor de San Andres, de La Paz (Bolívia), Jorge Sainz Cardona, que trouxe reflexões acerca dos povos indígenas e camponeses na comunidade boliviana, destacando a questão territorial.

O pesquisador avalia o Seminário como um espaço fundamental para refletir a relação entre sociedade e território. “Sociedade sozinha não faz nada, porque a representação máxima da vida das pessoas é no espaço, no território. É a articulação máxima no triângulo sociedade/economia/estado”. Para ele, quando existe esse triângulo equilibrado, consequentemente há um território bem construído. “No Brasil, esse triângulo não é perfeito. O lado político e econômico, das pessoas que acumulam o capital, são maiores. As poucas pessoas que são riquíssimas ou politicamente muito fortes têm um território, não em terra, mas em poder”, destaca Cardona.

Uma das professoras da Faculdade de Serviço Social e que compõe a comissão organizadora do evento, Elizete Menegat, considera que a participação do pesquisador  contribui para extrapolar o debate sobre as etnias indígenas para além do Brasil. “É importante trazer para nossa pauta de reflexão e conhecer as disputas territoriais que estão acontecendo com os indígenas e, principalmente, o genocídio.”

Além de palestras, o evento conta com apresentações de trabalhos. A programação do V Seminário Internacional de Serviço Social vai até o próximo dia 26, com atividades no Mamm e Faculdade de Serviço Social na UFJF.

Outras informações: (32) 2102-3911 Faculdade de Serviço Social