Capa do livro “Que mosquito é este?” (Imagem: Divulgação)

Capa do livro “Que mosquito é este?” (Imagem: Divulgação)

Dengue, febre amarela, chikungunya e o vírus Zika — todas essas doenças são transmitidas por um único mosquito; aquele pretinho, com listras brancas, que adora uma água para se reproduzir, tem asinhas translúcidas e quase não dá para ouvir seu zumbido. Estamos falando do Aedes aegypti, mosquito originário do Egito e que, hoje, é um vetor a ser combatido no mundo todo, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais, locais onde a saúde pública é agravada em épocas de chuva, quando a fêmea da espécie se reproduz.

Pensando em facilitar as informações sobre o Aedes, os autores Fábio Prezoto e Helba Helena Santos Prezoto, ambos biólogos, decidiram escrever um livro infantil sobre o “mosquitinho”. Intitulado “Que mosquito é este?”, o livro traz informações descontraídas e, ao mesmo tempo, muito importantes sobre os hábitos do mosquito e a dengue. “Nós transformamos informações biológicas em uma historinha, em uma forma divertida e bem ilustrada para crianças. É uma maneira de redigir e de se expressar totalmente diferente da que nós estamos acostumados. É mais fácil escrever um artigo acadêmico do que um livro para crianças”, brinca Fábio. A obra pode ser adquirida através da editora ou por contato através do e-mail do autor.

A preocupação dos autores foi, além de expor a doença e as formas de prevenção, também trazer o conhecimento histórico e biológico para as crianças. Segundo Helba, “a população tem dificuldade de entender que essas espécies, considerados pragas, têm uma importância ecológica e que envolvem toda uma questão de equilíbrio entre as populações”. 

A ideia de escrever o livro partiu de uma palestra realizada na escola do filho do casal de autores. Desde então, Fábio Prezoto comenta que se sentiu confortável em escrever para o público infantil e brincar com a poesia. “Pra mim é um prêmio, é um motivo de orgulho e é uma conquista ter visto um caminho diferente, que é proposto pelo livro infantil, se comparado à produção técnica e científica — mas que também consolida algo que vai de encontro à extensão e ao desejo de colaborar mais com a sociedade.”

Os autores
O autor Fábio Prezoto é professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e atua principalmente nas áreas de zoologia, comportamento e ecologia de insetos sociais, ecologia comportamental e ecologia de interações. Já Helba Prezoto é professora da Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac), campi Juiz de Fora, e do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF). 

(Foto: ECDC)

A preocupação dos autores foi, também, trazer o conhecimento histórico e biológico sobre o inseto (Foto: ECDC)

História e ciclo do mosquito
Desde meados da década de 20, o mosquito Aedes aegypti é considerado um problema no Brasil. No entanto, na época, a principal preocupação era com a transmissão da febre amarela. Foi ao longo dos anos que outras doenças começaram a se manifestar, tendo o mesmo mosquito como vetor. A teoria mais aceita é a de que o inseto tenha chegado no Brasil por meio das embarcações voltadas para o tráfico de escravos, no período colonial — manifestando, assim, mais uma consequência do colonialismo que, talvez, não esteja descrita na maioria dos livros de história.

Aedes se desenvolve a partir das ocupações humanas ao longo do tempo, e o seu controle é considerado difícil devido ao seu comportamento versátil na escolha dos criadouros para depositar os ovos, que podem sobreviver por meses até entrarem em contato com a água. Somente a fêmeas da espécie transmitem a doença, especialmente durante o dia, quando ficam mais ativas e procuram alimento. Depois, o mosquito voa até lugares com as condições favoráveis, como acesso à água, para o desenvolvimento das larvas.

Ilustrações
As ilustrações ficam por conta de Maria Isabel Vaz Guimarães, a Meri, ilustradora de São Paulo que possui 31 livros publicados, contando com “Que mosquito é este?”. “Foi difícil, a princípio, descobrir a linguagem adequada das ilustrações para explicar para as crianças o mosquito. Comecei com desenhos mais pesados e escuros, já que li o texto e lembrei da doença. Mas, com a orientação dos autores, fui conseguindo transformar meus desenhos, antes pesados e escuros, em desenhos mais leves e coloridos. Pesquisei o mosquito, a doença, o ambiente e hábitos que precisamos ensinar”, elabora Meri.

Outras informações:

Adquira seu exemplar do “Que mosquito é este?”

fabio.prezoto@ufjf.edu.br