Drag Queen Femmenino e intérprete de libras (Foto: Twin Alvarega)

Drag Queen Femmenino e intérprete de libras Libni Salvador (Foto: Twin Alvarega)

Com o fim do recesso de férias, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) iniciou o segundo semestre letivo recepcionando os novos alunos na tarde da última quarta-feira, dia 2. O evento foi realizado pela segunda vez na Praça Cívica e contou com a apresentação da Drag Queen Femmenino e do grupo Alquimia do Samba. Pela primeira vez, a Universidade traduziu simultaneamente um evento por meio de intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O reitor Marcus David ao apresentar a UFJF aos calouros destacou que, apesar de o evento representar um momento de alegria, era necessário aproveitar a festividade para fazer reflexões sobre a relevância social, política e econômica da Instituição, além do respeito e inclusão das diversidades, contribuindo para a qualidade de ensino.

“O fato de estarem estudando em uma universidade pública não significa que é gratuita. Quem paga pelo andamento de cada curso é a sociedade brasileira. O Brasil não é um país rico, tem uma série de dificuldades financeiras e sociais e, mesmo assim, se dispõe a fazer um investimento em cada um de vocês”, aponta o reitor. Marcus David afirma que esse investimento  é a forma encontrada pela comunidade para tentar transformar a sociedade em um espaço mais igualitário. “Nós esperamos que, após formados, vocês devolvam para a sociedade tudo que ela investiu em vocês com esforço.”

De acordo com a vice-reitora, Girlene Silva, a recepção aos calouros representa o compromisso de possibilitar o acesso ao ensino superior. “Para os nossos novos alunos, é a  possibilidade de ser acolhido e de se reconhecer neste espaço. É traçar uma trajetória de buscas e desafios, mas que no final é premiada com muito sucesso.”

Oportunidades

O presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Arthur Avelar, juntamente a vice-presidente, Laura Matos, enfatizaram a necessidade de se aproveitar todas as oportunidades que são abertas pela Instituição para a formação acadêmica, que é mais do que um mero aspecto técnico. “Nós aprendemos que devemos ser humanos e compreender os contextos sociais”, disse Arthur.

A pró-reitora de Graduação, Maria Carmem, destaca que os novos alunos irão descobrir oportunidades de crescimento durante a jornada acadêmica, que vão além do conhecimento técnico e profissional, mas que formam e transformam a sociedade. “Destaco as inúmeras possibilidades que vocês terão: projetos de pesquisa, de extensão, treinamento profissional, monitoria, projetos de universalização da língua estrangeira, projetos na informática, dentre várias outras. Há também oportunidades de estudo em outras instituições do Brasil e do exterior, que é uma experiência extremamente rica para a formação estudantil. Aproveitem para ir além do que é acadêmico, para o que pode agregar para a vida de vocês.”

Expectativa estudantil

Cristinne Pires, caloura de Artes e Design (Foto: Twin Alvarenga)

Cristinne Pires, caloura de Artes e Design (Foto: Twin Alvarenga)

Cristinne Garcia Pires, 20 anos, foi aprovada pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e precisou se mudar de Barra do Piraí (RJ), para realizar o sonho de se graduar no curso de Artes e Design. A caloura diz que escolheu a UFJF por causa da singularidade do curso. “É o único no país com essa interdisciplinaridade (Artes e Design) e com a possibilidade de escolha no segundo ciclo, quando pretendo cursar Cinema.”

Matheus Neves de Paula, 17, vai cursar Educação Física, selecionado pelo Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism). “Eu sempre ouvi falar bem da UFJF, pois moro em Juiz de Fora. É uma universidade muito visada e, por ser perto de casa, por minha família morar aqui e ter o curso que eu desejava é, sem dúvida, a melhor opção.”

O aluno Wellington Blendon Leandro, 20, é surdo e ingressou na Universidade para cursar Letras/Libras. O estudante explica que escolheu este curso por ser uma possibilidade de ampliar a inclusão para outras pessoas depois de formado. “No início, eu estava em dúvida, mas Letras/Libras é uma possibilidade de poder ajudar a formar outras pessoas. Ser professor pode ampliar este conceito de inclusão e essa possibilidade me deixa feliz.”

Wellington Blendon Leandro, Letras/Libras

Wellington Leandro: “No início, eu estava em dúvida, mas Letras/Libras é uma possibilidade de poder ajudar a formar outras pessoas” (Foto: Twin Alvarenga)

Wellington afirma que a fase universitária é uma chance de viver novas experiências e sintetiza suas expectativas que, na verdade, é a de muitos calouros. “Eu quero conhecer as coisas novas e por isso estou ansioso. Quero conhecer esse mundo novo que está se abrindo. Quero aproveitar ao máximo todas as oportunidades.”

Neste segundo semestre de 2017, aproximadamente 1.300 novos estudantes ingressaram no campus Juiz de Fora e cerca de 200 em Governador Valadares.

Outras informações: (32) 2102-3966 ou cerimonial@ufjf.edu.br