madeira policromada do início do século XIX, oriunda da cidade de Ouro Preto (MG). Foto Messias Matheus

Obra feita em madeira policromada do início do século XIX, oriunda da cidade de Ouro Preto (Foto: Messias Matheus)

Em homenagem ao padroeiro de Juiz de Fora, o Museu de Cultura Popular, do Forum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), exibe, até o final deste mês, a mostra “Santo Antônio”. As visitações podem ser feitas de segunda-feira a domingo, das 14 às 18h. A entrada é gratuita.

Conhecido popularmente como o santo casamenteiro, Santo Antônio é comemorado no dia 13 de junho. Reverenciado, principalmente, pelas moças que sonham em se casar e pelos fiéis que buscam harmonia no matrimônio, o santo é um dos mais queridos e conhecidos entre os cristãos. Além das rezas e devocionais, existe uma variedade de simpatias feitas, geralmente, na noite que antecede o dia do santo, com o intuito de arrumar um bom marido e ter sorte no amor.

A exposição conta com várias representações de Santo Antônio em diversos materiais como cerâmica e madeira. Destaca-se uma imagem em madeira policromada do início do século XIX, oriunda da cidade de Ouro Preto (MG). O resplendor repousado sobre as cabeças do santo e do Menino Jesus ao colo, e a cruz em sua mão direita, produzidos em metal, carregam simbolismos da fé cristã. O público poderá conferir, ainda, obras oriundas de Aparecida do Norte, São Paulo, Juazeiro do Norte, Ceará e de Pádua (Itália). Também estão expostas peças em cerâmica pintada retratando os tradicionais casamentos na roça

Outro ponto da exposição destaca os festejos de junho tão tradicionais e comemorados em todo o Brasil. Uma maquete produzida por acadêmicos participantes do projeto Criação Cenográfica retrata os diversos elementos contidos em uma Festa Junina, como barraquinhas, roupas típicas e quadrilha. Duas peças em cerâmica pintada, oriundas das cidades de Guaratinguetá e Taubaté, mostram o Casamento na Roça, festejo caipira celebrado nos arraiais do interior do país.

O santo

Fernando Antônio de Bulhões nasceu em Lisboa no dia 15 de agosto de 1195. De família nobre, aos 15 anos entrou para um convento da ordem agostiniana e aos 20 ingressou na Ordem dos Franciscanos. Sua formação junto aos frades agostinianos, o fez receber a ordenação sacerdotal. Como padre, começou a ter mais contato com a Sagrada Escritura e sua facilidade em decorar texto o fez um grande pregador da palavra de Deus. Então, passou a ser considerado o primeiro grande professor de teologia da história. Sua posição na igreja o fez lutar contra os hereges, inclusive, os adultérios e casais em crises no casamento.

 maquete produzida por acadêmicos participantes do projeto Criação Cenográfica retrata os diversos elementos contidos em uma Festa JuninaFoto Messias Matheus

Maquete, produzida por acadêmicos do projeto Criação Cenográfica, retrata os diversos elementos contidos em uma festa junina (Foto: Messias Matheus)

Não se sabe ao certo como começou sua fama de casamenteiro, contam-se muitas versões, mas a mais provável está associada à história de uma senhora, que cansada de passar fome, decide prostituir a própria filha. A garota não aceita a vontade da mãe e reza muito para Santo Antônio ajudá-la. Em uma de suas orações, agarrada à imagem do Santo, ela orou tanto que repentinamente um bilhete caiu em suas mãos. No papel, endereçado a um comerciante, estava escrito: “Senhor, por favor, dar a essa moça o equivalente ao peso desse bilhete em moedas de prata. Assinado: Antônio.” A garota correu até o estabelecimento e entregou o bilhete ao comerciante, que desacreditando resolveu ceder ao pedido da jovem e colocou o bilhete de um lado da balança e uma moeda de prata do outro. Para a sua surpresa, o bilhete pesou mais. O comerciante só conseguiu equilibrar a balança ao colocar 400 moedas de prata ali e foi então que o episódio tornou-se muito conhecido. A partir de então, a jovem começou a receber muitos pedidos de casamento, inclusive de bons rapazes, o que não tardou a desfrutar de um casamento feliz e duradouro. Desde então, muitas moças começaram a rezar para o santo toda vez que o assunto era casamento.

Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231, com 36 anos. Por isso, é conhecido também como Santo Antônio de Pádua. Em 30 de maio, ocorreu a canonização de Santo Antônio na catedral de Spoleto, pelo papa Gregório IX e ano de 1263 em solene exumação dos restos mortais de Santo Antônio, é descoberta sua língua intacta.

O Forum da Cultura fica localizado na Rua Santo Antônio 1.112, no Centro da cidade.

Outras informações: (32) 3215-3850 (Forum da Cultura-UFJF)