O Cineclube Movimento, um dos projetos de extensão do Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), promoverá a primeira mostra de filmes produzidos para trabalhos de conclusão de curso, tanto da graduação quanto do mestrado. O evento acontecerá entre os próximos dias 19 e 23, sempre às 15h, na sala de cinema Germano Alves (213) no IAD. A entrada é gratuita e aberta a todos os públicos.
“A ideia da mostra partiu da professora e coordenadora do projeto, Alessandra Brum, que percebeu ter vários filmes produzidos por estudantes do Bacharelado em Cinema e Audiovisual com destaque em festivais e que não eram reconhecidos na própria Universidade”, conta Leonardo Amorim, um dos integrantes do projeto de extensão. “A partir de então, nós, bolsistas do Cineclube, fizemos a curadoria.”
As inscrições já terminaram. O único critério de seleção era já ter apresentado o vídeo como trabalho de conclusão em qualquer curso da UFJF. As pessoas que já têm o vídeo finalizado, mas ainda não apresentaram, estão aptas a participar na próxima edição. Cada exibição contará com a presença de pelo menos um membro da equipe para que apresente o filme, contando qual era seu objetivo e como se deu concepção da ideia. Ao final, um debate será levantando junto ao público.
Os participantes da mostra não são graduandos somente do IAD. O professor Jairo Moratório do Carmo, por exemplo, defendeu sua dissertação de mestrado em Letras sobre o Ensino de Jovens e Adultos (EJA). Atuante como professor no próprio EJA, Jairo relata sua dificuldade em conseguir material didático específico para a modalidade. A criação e organização desse material por ele, fazendo uso de vídeos do Museu da Pessoa, culminou no documentário dos alunos contando suas memórias e histórias de vida. O resultado de “Quebrando pedras e plantando flores” (2016) será apresentado no dia 20. “Quis trabalhar a ideia de que o homem comum também tem uma memória que merece ser valorizada e preservada. Ele não precisa ter um grande feito em sua história para merecer ser ouvido.”
Pele de Monstro (2017), da cineasta Barbara Maria, é um dos destaques da programação. Trazendo o racismo como tema central de sua monografia, Barbara percebeu que poderia inserir no trabalho prático questões ligadas à sua experiência e de outras pessoas próximas, e não deixá-lo restrito a teorias. Para isto, reuniu pessoas para assistirem juntas a filmes de terror de sua escolha e filmou as reações delas. Após as sessões, enviou um questionário a cada participante e, a partir deste, selecionou as pessoas que seriam entrevistadas e apareceriam no produto final.
“Minha intenção com o vídeo é analisar o papel que os personagens negros assumem e contextualizá-los na prática. Muitas vezes nos sentimos integrados (como o único personagem negro de um filme), mas é uma grande fachada e continuamos sofrendo perseguições e nos dando mal no final. A seleção do filme para a Mostra me dá mais uma chance de falar sobre tudo o que eu aprendi com ele.”
Confira aqui a programação da Mostra
Outras informações: I Mostra de Filmes Realizados para TCC