Professor Anderson Ferrari conduziu o evento desta quarta-feira, dia 17, contra a LGBTTIfobia (Foto: Twin Alvarenga)

Professor Anderson Ferrari conduziu o evento desta quarta-feira, dia 17, contra a LGBTTIfobia (Foto: Twin Alvarenga)

No Dia Internacional de Combate à LGBTTIfobia, 17 de maio, a Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (Faced/UFJF) recebeu a mesa-redonda “Educação e combate à LGBTTIfobia”. No evento, a professora Amanda Mattos, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e o professor Anderson Ferrari, da Faced UFJF, abordaram as perspectivas sobre as discussões de gênero na Educação junto a uma plateia que contou com um público variado, desde docentes a estudantes de ensino médio.

Durante as exposições houve grande ressalva à importância de se debater o tema LGBTTI nas escolas, assim como a relevância de se problematizar expressões corriqueiras, mas que denotam significados que expressam preconceitos e discriminações. Contextualizando com o momento atual, uma preocupação importante foi com a intenção da retirada dos termos relativos a identidade de gênero dos programas escolares, uma das pautas do movimento “Escola Sem Partido”.

Na visão de Anderson Ferrari, que também é coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidade, Educação e Diversidade (Gesed) e um dos organizadores do evento, as discussões ali presentes são fundamentais, o que foi refletido com a participação do público. “Isto reflete uma demanda. As pessoas querem falar, aprender, saber, e um evento como este é o momento. É para as pessoas virem, trocarem experiências. Há uma demanda reprimida nas escolas e a realidade mostra que os alunos querem falar e os professores querem discutir.”

Ferrari avalia que a discussão se amplia em meio a uma data marcante: “Acho super importante a gente fazer algo de combate à LGBTTIfobia. Essa é uma forma de a gente marcar uma presença e marcar um lugar do grupo como uma ação militante.” O dia 17 de maio é o Dia Internacional de Combate à LGBTTIfobia, por conta da decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) que, nesta data, em 1992,  retirou as homossexualidades da Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID).

Na avaliação de Amana Mattos, o evento provou a pertinência da temática. “Mostra que é uma temática que interessa. Muitas vezes em nossa prática, a gente se sente isolado em estar ali pensando essas questões. Acho que isso apareceu bastante hoje. Esses espaços são importantes para a gente trocar ideias, ouvir outros olhares e se fortalecer. E é um espaço para a gente repensar algumas coisas que tem feito, ouvindo outras pessoas.” A professora ressaltou ainda a importância dos encontros em meio à atual conjuntura, pois “o momento atual só acirra uma série de questões que estão colocadas historicamente. Nunca foi tranquilo falar sobre estas questões, sem sofrer questionamentos, retaliações, e muitas das vezes até perseguições dentro do espaço em que estamos inseridos. Mas é isso que precisamos, porque quando a gente se isola, viramos alvos de perseguições”.  

O Gesed promove ao longo do mês de maio eventos com o intuito de combater a LGBTTIfobia. A mesa de debates foi o terceiro destes, que seguem na próxima quarta-feira, 24, com a roda de conversa “Experiências de combate à LGBTTIfobia nas escolas”, com coordenação do professor José Rodolfo Lopes da Faced/UFJF. A entrada é gratuita e o comparecimento em ao menos quatro dos cinco eventos confere certificado.  As atividades são sempre às quartas-feiras, às 19h, na Faculdade de Educação da UFJF, exceto o último encontro, no dia 31, que será realizado no  Centro de Formação do Professor, na Avenida Getúlio Vargas, 200 – Centro.