21680941308_18fbe741e1_z

Exposição acontece no Jardim Sensorial, espaço para que pessoas tenham contato direto com a natureza (Foto: Caique Cahon)

Ansiedade, stress, dificuldades de atenção, de concentração, e até mesmo depressão: tudo isso pode ser resultado da enorme quantidade de estímulos sensoriais que recebemos todos os dias. A todo momento, somos bombardeados com informações; ao caminhar na rua, por exemplo, estamos expostos a vários fatores que mexem diretamente com nossos sentidos, como sons, imagens, cheiros, toques e gostos. E não para por aí: nesta era tecnológica, esses excessos de estímulos também chegam até nós virtualmente, o que, segundo a pesquisadora e docente da Faculdade de Fisioterapia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Cláudia Mármora, e a pesquisadora e docente da Faculdade de Medicina, Alessandra Ghinato Mainieri, causam um “enfraquecimento” das nossas percepções.

E é com o intuito de promover uma reflexão sobre os efeitos subliminares dos processos sensoriais e perceptuais em nossa saúde mental que surgiu a exposição “Sensação e percepção: nosso meio de comunicação com o mundo externo”, que acontece neste domingo, 19 de março, das 9h às 16h30, no Jardim Sensorial da UFJF. Organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Neurociências (Gepen), do qual Cláudia Mármora é líder, o evento é uma forma de alertar para os efeitos, tanto positivos quanto negativos, relativos à falta de tempo e atenção aos nossos sentidos. 

Segundo a organizadora, durante o evento, serão realizadas "experiências ligadas aos sentidos, como tato, propriocepção, visão, audição, olfato e paladar" (Foto: Géssica Leine)

Segundo a organizadora, durante o evento, serão realizadas “experiências ligadas aos sentidos, como tato, propriocepção, visão, audição, olfato e paladar” (Foto: Géssica Leine)

Retomada urgente

“É urgente e necessário voltar a perceber coisas cotidianas e naturais presentes à nossa volta todos os dias, um hábito perdido e mimetizado por outros estímulos e pela falta de tempo: olhar, ouvir, tocar, cheirar, degustar e sentir seu próprio corpo, com atenção livre e focada”, aponta Cláudia Mármora. Durante a exposição, os visitantes terão acesso à experiências sensoriais e perceptuais variadas, além de aprender como o sistema nervoso processa nossas vivências cotidianas com uma rapidez que, muitas vezes, é automática.

Desta forma, segundo Cláudia, “podemos refletir sobre a importância dos nossos sentidos naturais e como vivenciá-los de forma saudável, com mais atenção, cuidado, calma e sem pressa” e, ainda, “modular vivências emocionais e reminiscências, transformando-as em ações”.

Semana do Cérebro

A exposição ocorrerá durante a Semana Mundial do Cérebro, promovida em todo o Brasil pela Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC) como parte da programação da Brain Awareness Week, divulgada pela Dana Alliance for Brain, entre os dias 13 a 19 de março. “Trata-se de uma campanha global para sensibilizar o público quanto à importância da pesquisa em neurociências, sendo que o Brasil ocupa atualmente o terceiro lugar no mundo em número de atividades inscritas”, ressalta Cláudia Mármora.

Outras informações:

Grupo de Estudos e Pesquisas em Neurociências (Gepen)