“Como o sistema de saúde pública no Brasil se organiza na prática?”. Eis a pergunta que orienta a proposta aprovada pela Fapemig, de autoria do professor Leonardo Lemos da Silveira Santos, do Departamento de Administração do campus avançado de Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV).

Intitulado “Saúde pública no Brasil: compreendendo como a saúde pública acontece a partir do cotidiano daqueles que a vivem na prática”, o projeto busca investigar “o acontecer” do sistema público de saúde a partir das diversas atividades e opiniões dos diferentes públicos que o compõem, através de diferentes arranjos materiais como hospitais, salas de consulta, laboratórios de exames, ambulâncias, salas de espera, corredores, instrumentos, medicamentos, entre outros.

Segundo o autor da proposta, para lidar com o tema é preciso analisar o cotidiano organizacional, focar no que é feito, dito e pensado durante as atividades diárias.  “Sendo assim, do ponto de vista empírico, a ideia é realizar um estudo de caráter etnográfico com um esforço intenso de observação in loco das atividades dos ‘praticantes’ (médicos, enfermeiros, auxiliares, pacientes, familiares, etc), em pelo menos duas instalações públicas de saúde na cidade de Governador Valadares”, destacou Lemos.

Leonardo Lemos ressalta que o projeto pode ser um instrumento de auxílio aos gestores públicos. “O estudo tem potencial para subsidiar novas formas de atuação para os gestores públicos, novas diretrizes para órgãos de fomento e novas perspectivas para a formulação de políticas publicas de saúde”.

Contemplado com a verba de R$ 11 mil pela Fapemig, o projeto terá ainda a colaboração dos professores Denis Perdigão e Diego Fiel, também do Departamento de Administração da UFJF-GV. “A participação da Fapemig corrobora a importância da pesquisa oferecendo notoriedade ao projeto. Ademais, o campus da UFJF em Governador Valadares está em fase de implantação e precisa particularmente do incentivo das agências de fomento como a Fapemig para se consolidar no campo da pesquisa. Por ser um campus avançado, e diante do cenário de cortes no orçamento do governo federal, os financiamentos de projetos como esse, passam a ser vitais para o desenvolvimento de pesquisadores, para a constituição de grupos de pesquisa, a retenção de professores, a formação de recursos humanos em pesquisa (alunos de graduação), a geração e o compartilhamento de conhecimento local”, destacou Leonardo Lemos.

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