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Brincadeiras de rua como, bambolê, amarelinha, pula corda, elástico, peão fizeram sucesso entre as crianças na segunda edição do Domingo no Campus (Foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)

O movimento começou tímido, mas a chuva do início da manhã não foi suficiente para afastar as pessoas da segunda edição do Domingo no Campus. O evento, que foi realizado na Praça Cívica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), faz parte do Programa Boa Vizinhança e promete levar música, diversão e brincadeiras para a comunidade.

Realizado das 8h às 12h, a programação do evento contou com atividades para todos os públicos: de oficinas de pipas e brincadeiras antigas de criança, até música e atividades para a terceira idade. A coordenadora de Eventos e Cerimonial da Imagem Institucional da UFJF, Ana Paula Dutra, relata: “hoje, a gente enfrentou o problema do tempo, mas, assim que ele firmou, as crianças começaram a se aproximar e se envolver. Nós buscamos resgatar brincadeiras de rua com elas – bambolê, amarelinha, pula corda, elástico, peão – e mostrar que dá para brincar e se divertir com isso. Nós queríamos que elas ocupassem a Praça Cívica como um espaço de lazer delas. E isso foi muito bem-sucedido”.

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Sendo parte do Programa Boa Vizinhança, o Domingo no Campus têm o objetivo de levar música, diversão e brincadeiras para a comunidade de Juiz de Fora (Foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)

Esther nascimento, auxiliar de serviços gerais, conta que é quase uma oportunidade de poder voltar no tempo: “quando o Domingo no Campus começou a ser feito, eu era criança e sempre participava. Agora, eu tenho a possibilidade de poder voltar com os meus filhos.” Quanto às atividades desenvolvidas, Esther completa que “as brincadeiras propostas aqui são bem criativas, brincadeiras que hoje em dia as crianças não fazem mais. É uma forma de fazer com que as elas larguem um pouco o videogame, a televisão, e incentivar a socialização.”

Já Marcílio da Silva, que veio acompanhado do filho e da esposa, acredita que uma das funções da Universidade é poder oferecer esse espaço para a comunidade, criando assim uma interação com a sociedade. “Juiz de Fora tem uma carência muito grande desse tipo de programação e essa iniciativa é uma excelente oportunidade de suprir esse espaço. Sem contar que a violência está demais e essa é umas das formas de fazer com que a as pessoas se sintam donas desse local. Isso diminui a violência e melhora a convivência entre as pessoas, que vêm de diferentes regiões.”  Marcílio veio da Zona Norte e conta que encontrou participantes de toda a cidade.

O campus também recebeu a visita da Associação Projeto Amor e Restauração, mais conhecida como APAR, que trouxe crianças do abrigo para poderem aproveitar as atividades. A Presidente Marilu Fraga explica que é muito difícil encontrar atividades para poder levar as crianças e que esse espaço é muito bem-vindo. “Estão todos curtindo muito. É uma iniciativa muito legal, principalmente para as crianças que precisam desse ambiente, do lúdico, para poder se inserir na sociedade. A APAR com certeza estará sempre presente”, diz Marilu.

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Crianças e adultos de todas as idades marcaram presença na segunda edição do Domingo no Campus, nesse dia 30. (Foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)

Saindo do espaço comercial

A trilha sonora dessa edição ficou por conta dos DJs Kureb e Lucian Fernandes.  Com uma programação voltada para a música brasileira, a dupla animou o espaço e incentivou a dança entre os participantes.

Segundo Kureb, “nessa segunda edição, já deu para perceber um movimento maior. E é muito legal poder ver as famílias aqui no meio, participando, se envolvendo e conhecendo um pouco mais desse cenário musical além do comercial. Para mim, a universidade também tem esse papel educativo”.

Lucian Fernandes, pesquisador de música brasileira, afirma: “é muito complicado para as pessoas fugir da música comercial, que a gente ouve nas rádios, na TV. Até mesmo na internet, é difícil. Então, como pesquisador, eu tento compartilhar um pouco do que eu descubro desse material que está sendo negligenciado.”

Ele diz que a possibilidade de tocar na UFJF é muito gratificante: “aqui, nós temos todo tipo de gente. Não é igual fazer um evento, que já tem um público que gosta e se interessa por isso. Então, a gente dá a possibilidade de expressão desses artistas e também conseguimos despertar o interesse das pessoas por esse cenário mais alternativo”, completa Lucian.