O papel das universidades na inovação e desenvolvimento do Brasil foi discutido durante a palestra “Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento”, ministrada pelo coordenador geral de Serviços Tecnológicos da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Jorge Mário Campagnolo. O evento abriu o 22º Seminário de Iniciação Científica e a Mostra de Ações de Extensão, que acontecem entre os dias 19 e 21 de outubro, no Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), compondo a Semana da Ciência, Tecnologia e Sociedade.

“ Uma universidade só cumpre efetivamente seu papel se ela consegue atuar na sociedade”, afirmou o reitor Marcus Davi

“Uma universidade só cumpre efetivamente seu papel se ela consegue atuar na sociedade”, afirmou o reitor Marcus David (Foto: Clara Downey)

Durante a abertura, o reitor da UFJF, Marcus David, destacou que a universidade tem atuado de forma intensa tanto no desenvolvimento econômico quanto social, reflexo do empenho em trabalhar de forma integrada. “Todos os esforços que a universidade está fazendo hoje na área de extensão, mostra seu comprometimento com a transformação da realidade social, da comunidade que estamos inseridos. Uma universidade só cumpre efetivamente seu papel se ela consegue atuar na sociedade”, diz o reitor.

Para o diretor de Inovação da UFJF, Ignacio Delgado, a associação entre diferentes áreas da universidade também repercute no trabalho do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt). “É importante levar para frente essa integração da pesquisa com inovação, incentivando o desenvolvimento tecnológico para o país e região, e melhorando os indicadores sociais”.

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Palestra abriu o 22º Seminário de Iniciação Científica e a Mostra de Ações de Extensão (Foto: Clara Downey)

Participaram também da mesa de abertura a vice-reitora, Girlene Silva, a pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra, e a pró-reitora de Graduação e Pesquisa, Mônica de Oliveira.

Inovação e Desenvolvimento

Durante a palestra, Campagnolo apresentou um panorama da situação do Brasil em relação à inovação, ciência e tecnologia. O país tem se consolidado como gerador de conhecimento, formando cerca de 16 mil doutores por ano. Em 2011, se encontrava na 47ª posição no Índice Global de Inovação. Atualmente, sua posição é 69ª, o que mostra uma dificuldade em transformar conhecimento em inovação. Segundo o pesquisador, o Brasil ainda tem muito o que melhorar. “Todo país procura seu bem-estar social, mas é muito difícil chegar a ele sem ter emprego e renda. A ciência, tecnologia e, especialmente, a inovação, são grandes fomentadores do desenvolvimento. A transformação do conhecimento em riqueza é que vai conseguir trazer esse bem-estar social em uma nação”, explica Jorge Mário.

“A ciência, tecnologia e, especialmente, a inovação, são grandes fomentadores do desenvolvimento. A transformação do conhecimento em riqueza é que vai conseguir trazer esse bem-estar social em uma nação”

De acordo com o pesquisador, a inovação está diretamente associada a negócios e mercado. Para ele, o incentivo ao empreendedorismo está em falta nas universidades brasileiras, sendo que as empresas que produzem inovação. “Nós temos que começar a rever a formação dos alunos. A universidade não tem missão de inovar, mas sim entrar no ecossistema de inovação e fazer com que toda a bagagem de conhecimento científico e tecnológico auxilie nessas ideias”, afirma.

Sendo a ciência e tecnologia bases para a inovação, um dos principais desafios é aproximar essas áreas do mundo dos negócios, segundo Campagnolo. “Ciência e tecnologia são a resposta. Os indicadores mostram que vale a pena colocar dinheiro na ciência e tecnologia. Nós temos que mostrar isso para a sociedade, de uma forma geral, o que a ciência está trazendo para o bem-estar social do país. Ciência e tecnologia são essenciais para que o país saia dessa situação que se encontra.”

Exposições do Semic começaram no início da tarde

Exposições do Semic começaram no início da tarde (Foto: Clara Downey)

Semic

A 22ª edição do Seminário de Iniciação Científica, organizada pela Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa (Propp) e pela Pró-reitoria de Extensão (Proex), faz parte da programação da Semana de Ciência, Tecnologia e Sociedade da UFJF.

Ao todo, serão 550 trabalhos apresentados, envolvendo o entorno de 3 mil pessoas, incluindo colaboradores, alunos bolsistas e professores orientadores. As apresentações serão divididas em oito áreas do conhecimento: Ciências Exatas e da Terra; Ciências Biológicas, Engenharias e Ciências da Computação; Ciências da Saúde; Ciências Agrárias, Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Humanas; e Linguística, Letras e Artes. Serão premiados os trabalhos de maior destaque em cada área.

Pôsteres dos projetos de extensão da Universidade começaram a ser expostos na tarde desta quarta, 19

Pôsteres dos projetos de extensão da Universidade começaram a ser expostos na tarde desta quarta, 19 (Foto: Luiz Carlos Lima)

Mostra de Extensão

Também integrando as atividades da Semana de Ciência, Tecnologia e Sociedade, a Mostra de Ações de Extensão tem como objetivo trazer visibilidade aos projetos articulados entre o conhecimento produzido na Instituição e as demandas da sociedade.

Serão apresentados 270 trabalhos de extensão, divididos em oito áreas temáticas: Comunicação, Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação, Meio Ambiente, Saúde, Trabalho e Tecnologia e Produção. Os melhores de cada área serão premiados e a avaliação dos projetos será feita por uma comissão externa, formada por pró-reitores de extensão de outras universidades brasileiras e técnicos de agência de fomento. Além das apresentações, a Mostra trará palestras sobre pesquisa e extensão, atividades culturais e exposição de pôsteres dos projetos.