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José Guilherme de Andrade Almeida espera que pesquisa permita a todos os envolvidos no processo de inclusão o repensar de suas práticas em busca de uma universidade mais diversa, plural e igualitária (Foto: Twin Alvarenga)

O aluno do Programa de Pós-graduação em Educação, José Guilherme de Andrade Almeida, defendeu, nesta sexta-feira, 8, sua dissertação “A individua(liza)ção do sujeito significados e deslocamentos da/na articulação das pessoas com deficiência na educação superior e na sociedade”. O estudo volta-se não só para o contexto da acessibilidade física com enfoque na estrutura; mas faz uma análise mais ampla, que considera a maneira de tratar o outro, estudando a exclusão. Um processo que não é restrito ao ambiente universitário.

A maior parte do material de análise veio de entrevistas feitas com alunos com deficiência, colegas destes e professores da UFJF. O aluno contou com a contribuição de integrantes da  Coordenação de Acessibilidade Educacional, Física e Informacional (CAEFI) e do Núcleo de Pesquisas em Inclusão, Movimento e Ensino a Distância (NGIME). De acordo com Almeida, todos os entrevistados demonstraram grande prontidão e disponibilidade em contribuir com a pesquisa, e isto favoreceu todo o processo.

“Na verdade, a sensação que cada entrevistado passava era de alegria e gratidão por ser ouvido e por contribuir com uma pesquisa que fala em favor daquilo que tanto precisam e/ou valorizam. Ouvir cada experiência acadêmica, cada história de vida, cada perspectiva de mundo é extremamente enriquecedor e prazeroso”, conta o mestrando. A atenção dada por ele ao tema se deve, em partes, pelo seu longo histórico de convívio com pessoas com deficiência.

O estudo surgiu através do convite para a pesquisa ’Acessibilidade no Ensino Superior’, projeto da Capes, circunscrito no programa ‘Observatório da Educação’, que estuda a inclusão nos cursos de graduação. A pesquisa traz um panorama do processo inclusivo na UFJF, expondo os números desse processo nos últimos anos e, principalmente, como as pessoas que compõem esses números significam a sua presença na universidade.

Para a orientadora, Eliana Lúcia Ferreira, “a pesquisa trata da política pública de respeito, já que muitas ações não são respeitadas, e vem para que as pessoas tenham conhecimento das possibilidades passíveis de todos, além de discutir a concepção de acessibilidade cultural”. Ela ressalta também sobre a necessidade de abordar o assunto das limitações. “O trabalho abrange a UFJF, já que a limitação maior está na instituição como um todo e aponta quais mudanças devem ser feitas, de recursos físicos ou não. A UFJF teve uma trajetória crescente na acessibilidade, mas estagnou pela falta de pesquisas que subsidiassem a inovação no ensino pelos gestores”.

“A pesquisa contribui na compreensão de como a inclusão de alunos e professores, que necessitam e que fazem a inclusão, caminha na UFJF; e pode servir de modelo de pensamento para outras instituições”, observa o mestrando. “Meu desejo é que a pesquisa permita a todos os envolvidos no processo de inclusão o repensar das suas práticas e perspectivas a fim de avançarmos para uma universidade mais diversa, plural e igualitária, uma universidade que seja em si inclusiva,” diz Almeida.