sfsfs

Para Raquel Borges Salvador, muitas vezes o ambiente escolar reproduz estruturas sexistas, em que meninos e meninas são divididos por cores, atividades e demandas específicas (Foto: Caique Cahon)

A mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação, Raquel Borges Salvador, defendeu, nesta sexta, 24, a dissertação “O Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM) e a sala de aula: relações entre as políticas públicas e as professoras”, na qual avaliou a concretização das políticas do Estado para tratar dos temas relativos ao gênero nas escolas.

Tendo como base o segundo capítulo do segundo PNPM – que vigorou de 2008 a 2011 -, a mestranda realizou entrevistas com cinco professoras do ensino fundamental (6º ao 9º ano), buscando verificar se as propostas do Plano chegaram ao dia-a-dia da sala de aula, e como as aulas dessas profissionais eram organizadas, sob a perspectiva da igualdade de gêneros.

Para Raquel, muitas vezes o ambiente escolar reproduz estruturas sexistas, por meio de um “jogo de misturas e separações”, em que meninos e meninas coexistem no espaço físico, mas são divididos(as) por cores, atividades e demandas específicas, que reforçam estereótipos de gêneros.

Ao longo do trabalho, as questões de gênero foram observadas sob a perspectiva do feminismo multi-seccional, que avalia que o tema não pode ser compreendido de forma destacada de outras tensões, como racismo, discriminação religiosa e desigualdade social. Sob essa ótica, uma mulher branca sofreria machismo, mas não da mesma forma que uma mulher negra, uma vez que essa faz parte de outra minoria.

Entre as propostas do PNPM em que Raquel focou a dissertação, estão a formação continuada dos(as) profissionais de educação, capacitando-os a tratar do tema gênero em sala de aula e a reformulação de materiais didáticos para que esses apresentassem formas de feminilidade e masculinidade diversas da heteronormatividade e se tornassem, portanto, inclusivos, além de desconstruir noções de hierarquia entre os gêneros.

“O trabalho da Raquel expressa os esforços de uma professora da rede pública, jovem pesquisadora, em se aproximar de um tema, que é, ao mesmo tempo, um tema de estudo e um tema de militância. Ela observou quais as implicações desse movimento (feminista) no que acontece nas escolas e na formação de professoras. É uma primeira aproximação, que deverá ser continuada em outros artigos e na relação com os movimentos sociais (feministas, negros, LGBT)”, avalia sua orientadora Daniela Auad.

Também fizeram parte da banca examinadora o professor da UFJF, André Martins, e a professora convidada da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Marisa Barletto.