Conferência será ministrada pela professora Soraya Smaili, ex-reitora da Unifesp e coordenadora do Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (SoU_Ciência), da mesma universidade (Foto: Reprodução/CNPq Lattes)

A conferência virtual “Produção de Conhecimento e Circulação de Saberes: desempenho e produção acadêmica e divulgação científica” acontece nesta quinta-feira, 28, a partir de 14h30. A palestra será ministrada pela professora Soraya Soubhi Smaili, do Departamento de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A docente é também coordenadora do Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (SoU_Ciência) e ex-reitora da Unifesp (2013-2021). O evento será transmitido pelo Google Meet e é aberto a toda a comunidade.

Como uma oportunidade para dialogar sobre saberes, feminismos e ciência, a atividade é realizada a partir da disciplina Produção de Conhecimento e Circulação de Saberes, da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), desenvolvida pelos professores Daniela Auad e Wilson Alviano Júnior, com monitoria da graduanda Reisla Nayllane da Silva. O objetivo é refletir sobre as interações e socializações acadêmicas, com destaque para o papel social da universidade na manutenção da vida e do cotidiano com saúde, educação e comunicação democratizadas e públicas. De acordo com a professora Daniela Auad, o momento atual é de muitos desafios na produção acadêmica e divulgação científica: “Mais do que sempre (ouso dizer).” 

“Tais desafios vão desde o que temos visto no total desinvestimento do Governo Federal no que se refere a recursos e financiamento das universidades e das pesquisas, até chegar no pouco diálogo e entendimento que se tem mesmo entre os pares, na seara acadêmica, sobre como respeitar mulheres pesquisadoras, tanto docentes quanto discentes, como tratá-las com respeito e com ações de fato afirmativas e reparadoras, como tecer um trabalho acadêmico sem ranços de misoginia até mesmo advinda daqueles e daquelas que se percebem no campo mais progressista”, avalia a docente, que também é líder do Coletivo Flores Raras – Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Feminismos.  

Ainda de acordo com a pesquisadora, a oportunidade de ter contato com a professora Soraya Smaili como “mulher, pesquisadora, docente, gestora, militante em variadas frentes” fortalece a quem está ao seu redor. “A Ciência que Smaili produz, embora em área diferente da nossa, guarda maneiras de ser construída, divulgada, defendida e dialogada que ensinam a todas as pessoas como, em um só tempo, acessar o conhecimento científico e promover equidade a partir de variados marcadores que são utilizados usualmente para nos oprimir”, ressalta. 

Outro fator de dificuldade para as mulheres professoras, segundo Daniela Auad, é a conjuntura da política e da pandemia, em que a violência contra a mulher se banaliza em todas as frentes e de variados modos. “O diálogo que teremos com a Profa. Soraya Smaili será uma expressão do que tecemos, de fato, como coletividade, na direção de sermos um grupo que acolhe, abraça, dialoga e produz saberes em rede, sendo a coletividade a soma, e jamais a opressão, das individualidades.”