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Projeto desenvolvido por egresso do curso tem proporções e impacto internacional

O projeto em questão é o Marvella Farms, do qual o engenheiro sanitarista e ambiental, egresso do nosso curso, Guilherme Sena, é sócio-gerente. Leiam a matéria abaixo, publicada pelo R7:
 

Horta no deserto: brasileiro vai levar comida fresca a país africano

Engenheiro ambiental participa de um fundo americano que vai implantar tecnologia para desenvolver plantações de legumes e verduras em Djibuti –  país africano afetado por seca, pragas e insegurança alimentar.

 

 

 

 

 

 

 

 

Projeto Marvella Farms quer construir hortas sustentáveis no deserto de Djibuti

 

Seca, guerras, embargos políticos, praga de gafanhotos e crianças com fome. O que leva uma pessoa a investir em um país na África que tem todos esses problemas? O engenheiro ambiental e sanitário mineiro, Guilherme Moreira diz que sempre teve um sonho, reduzir a insegurança alimentar e promover uma forma sustentável de produção agrícola.
“Eu cresci numa fazenda em Barbacena (MG) e sempre gostei do meio ambiente. Chegando no final da graduação, eu fui vendo o quão problemática é nossa forma de produção e consumo. A gente desperdiça 40% da comida mundo, há milhões de obesos e outros milhões de pessoas passando fome. Eu coloquei pra mim, como objetivo de vida, promover o desenvolvimento sustentável. Estamos rodeados de comidas que causam doenças por causa das nossas políticas de produção. Hoje, nossa maior fonte de problemas de saúde vem de como nos alimentamos. Quando você pensa em aquecimento global, também é importante que o maior número de pessoas se envolva na produção de comida. Eu quero criar sistemas para que as pessoas produzam o próprio alimento”, conta.

 

Localização Djibuti
 
Bom, mas o que isso tem a ver com o Djibuti, um país localizado no chamado Chifre da África Oriental? Essa região vive há décadas com problema de abastecimento de comida, principalmente as mais frescas. O país tem como principal atividade econômica a movimentação portuária, já que fica em uma área estratégica, num golfo. Mas o território produz quase nada. Guilherme explica que o entra em Djibuti vem da França, diretamente para a elite local, ou da Etiópia: com qualidade ruim e condições de refrigeração no transporte praticamente inexistentes. “A maior parte da população local não tem geladeira. Eles cozinham o alimento no dia. E quando o governo do Djibuti entra em conflitos políticos com o da Etiópia, as fronteiras fecham. O país para de exportar as cargas etíopes para Europa, mas também para de receber alimentos. E a população mais pobre passa fome”, explica.
 
Recepção do projeto em Djibuti
 
Foi pensando em reduzir a insegurança alimentar que Guilherme desenvolveu o projeto Marvella Farms, com o apoio do governo de Djibuti. Ele mora em Denver, nos EUA e faz parte de um fundo americano para agricultura sustentável, chamado AgroFund One. O engenheiro e a equipe da qual faz parte projetaram estufas sustentáveis para cultivar tomates, hortaliças, verduras e legumes em uma área de solo desértico, mas que tem um aquífero subterrâneo.  “O governo de Djibuti nos procurou porque precisava da nossa tecnologia. O país nos fornece a água, energia com um preço especial e também a terra, pra gente construir, além de incentivos fiscais. O custo da produção diminui bastante e assim, a gente conseguiria estar concorrendo com os preços locais, fornecendo alimento de qualidade para a população de baixa renda”, diz Guilherme.
 
Guilherme Moreira, engenheiro ambiental
 

E quando o projeto será lançado?
“Nos nossos planos, no cenário ideal, seria esse ano. Mas por causa da pandemia, tivemos que adiar. O país foi fortemente atingido. O que é péssimo, hoje um tomate lá está custando cerca de 2 a 3 dólares (entre 10 e 15 reais). Tomate é a base da culinária de Djibuti. Agora, queremos lançar no primeiro semestre do ano que vem”, revela.
O método usado na estufa no país africano será um tipo de hidroponia que tem como objetivo a sub-irrigação. Ele usa menos água que qualquer agricultura tradicional. A estufa foi projetada para que não utilizasse muitos recursos naturais, para praticar a sustentabilidade. A ideia do engenheiro foi olhar para todos os números: o da eficiência, do rendimento do projeto, mas também para o da sustentabilidade. O país recebe 12 horas por dia de luz solar forte, o que é ótimo para os painéis que abastecem a estufa. Mas as temperaturas são elevadas.

Como você resfria uma estufa sem usar ar condicionado?

“Vamos fazer o que chamamos de arrefecimento das zonas de raízes. Basicamente, você proporciona para a planta água bem gelada.  A raiz absorve e a planta consegue se resfriar de dentro pra fora. A ventilação dentro da estufa também é uma ventilação semi-passiva,  onde há  exaustores que vão puxar o ar quente pra fora. Janelas laterais fazem com que o ar entre, gerando essa circulação”, diz.
Pergunto se há a intenção de algum dia levar esses projetos para outros lugares, como o sertão brasileiro. “A gente depende de governos que nos dêem fontes de água. Se houver fonte de água, é possível implantar o sistema”, explica. “Temos já a intenção de levar as estufas para o Caribe, que é uma região que tem condições climáticas difíceis para o plantio e é fortemente atingida por furacões”, finaliza.
Que bom que tem gente no mundo que pensa novas formas de gerir o agronegócio. O que o Guilherme faz é simplesmente levar em conta o planeta, as pessoas e também a própria empresa, claro. É tão difícil assim?

O engenheiro tem um blog sobre hidroponia, que você pode acessar aqui. Ele dá dicas de como cultivar alimentos em casa. O Guilherme também vai ser um dos palestrantes da 2ª edição do Open Food Innovation Summit, o maior evento sobre o futuro do alimento da América Latina. Vai acontecer do nos dias 14 e 15 de outubro e será totalmente online. Vale a pena dar uma espiada no site do congresso, porque muita gente vai trazer ideias inovadoras sobre alimentação sustentável. Eu vou assistir e colocar todos os detalhes no meu insta, o @ehdecomer. Me segue lá. A programação está aqui ou então entre no site para maiores infos:

 

PROGRAMAÇÃO Open Food Innovation Summit:

DIA 14 DE OUTUBRO –  QUARTA-FEIRA      
9h – Manu Buffara / Restaurante Manu – PR
9h – Renata Ramos / Unisinos – RS
10h – Emílio Sepulveda / Natural Machines – Exterior (Barcelona/Espanha)
11h – Luiz Augusto Silva / NotCo – SP
11h – Bárbara Mattivy / Insecta – SP
14h – Rodrigo Farina / Brota – RJ
14h – Tatiana Lanna / Liv Up – SP
15h – Maurício De Bortoli / Sementes Aurora – RS
15h – Tobias Chanan / Urban Farmcy – RS
16h – Luciana Vaz / IFOOD – SP
16h – Juliana Glezer / Nestlé – SP
16h – Alessandro Gardemann / Geo Energética – SP
17h – David Hertz / Gastromotiva – RJ

DIA 15 DE OUTUBRO – QUINTA-FEIRA  

9h – Julia Curan  / WGSN – SP
9h – Raquel Leyva / TAO Kombucha – RS
9h – Vanessa Huginin / Food-se – RJ
10h – Andrea Rosen / Infarm – Exterior (Berlim/Alemanha)
10h – Mariana Vasconselos / Agosmart – MG
10h – Stelvio Mazza / Já fui Mandioca – SP
11h – Juliano Hauer / “JAMES GPA+LAB” – PR
14h – Pedro Schestatsky / Médico – RS
14h – Natália Pietzsch / Arco – RS
14h – Marta Miraldes / From Start To Table – Exterior (Lisboa/Portugal)
15h – Guilherme Moreira / Marvella – Exterior (Denver/Estados Unidos)
15h – Rodrigo Kronbauer / Local Farmers – RS
16h – João Carvalho / Cargill – SP
17h – Winnee Louise Santos Lima / Gastromotiva – RJ
17h – Ethan Soloviev / HowGood – Exterior (Nova Iorque/Estados Unidos)
18h – Lançamento Hackathons