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Greve na UFJF

A partir de segunda-feira (21), mais de 23 mil estudantes de instituições federais, entre alunos da UFJF, do Colégio de Aplicação João XXIII e do Instituto Federal de Educação do Sudeste de Minas (IF-Sudeste), poderão ficar sem aulas em virtude do início da greve dos professores federais. A decisão foi tomada pela categoria durante assembleia realizada, na manhã desta quarta-feira (16), na sede da Associação dos Professores do Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes-JF), no campus da UFJF e acompanha uma movimentação nacional.

De acordo com a assessoria de comunicação da Apes, até sexta-feira (18), reuniões periódicas acontecerão, sempre às 15h, a fim de garantir a adesão dos quase 1.600 professores efetivos. Na segunda, o comando de greve local será formado. Uma nova assembleia foi marcada para a próxima quarta-feira (23), às 9h, no auditório da entidade, quando os rumos do movimento grevista, bem como os pontos de negociação, serão novamente debatidos. Por meio de nota, a direção da UFJF afirma que, “assim como em outras ocasiões, respeita a mobilização de todos os segmentos representativos da instituição – alunos, professores e técnico-administrativos em educação (TAEs)”.

O indicativo de greve é aprovado dois dias depois de o Governo federal ter anunciado um aumento de 4% aos docentes. “A questão desta medida provisória e do reajuste é uma matéria que jamais nos contentou, desde o anúncio do projeto de lei no ano passado. É uma medida que não repõe nenhuma perda sofrida pela categoria durante anos”, afirma o professor e presidente da Apes, Rubens Luiz Rodrigues. Os aumentos de salário e mudanças nas estruturas dos cargos já haviam sido propostos pelo Governo, no ano passado, por meio de um projeto de lei. Porém, como o Congresso ainda não aprovou a matéria e alguns reajustes deveriam ter entrado em vigor em março, a saída foi editar uma medida provisória (MP 568). Assim, as alterações passaram a vigorar na segunda (14). O cálculo do acréscimo nos rendimentos dos docentes será retroativo a março.

Ainda de acordo com Rubens, entre as principais reivindicações da categoria estão a criação de uma carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas, correspondente ao salário mínimo do Dieese (atualmente calculado em R$ 2.329,35), e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho. Os professores também requerem o atendimento das reivindicações específicas de cada instituição, a partir das pautas elaboradas localmente. Estas pautas foram acordadas com o Governo em 2011. “O que nós queremos é uma valorização da profissão, através de um plano de carreira que espelhe a grande expansão pela qual a instituição está passando.”

A última paralisação geral dos professores da UFJF aconteceu em agosto de 2005, quando os docentes acompanharam um movimento nacional dos servidores federais e permaneceram de braços cruzados por aproximadamente 100 dias.

Fonte: Tribuna de Minas,17.5.2012