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Falta de saneamento contribui para epidemia de Dengue

Especialistas alertam para o risco nos casos de dengue no Brasil este ano, principalmente no verão, por causa da chuva e do calor. E lembram que a melhor arma contra o mosquito transmissor é sempre a prevenção. Para vencer o mosquito só unindo forças. Poder público e cidadãos juntos!

No bairro onde falta água, Dona Creucy é obrigada a estocar. É um risco, mas ela mantém o reservatório bem fechado. “Quando chove, se tiver água empoçada, eu tiro”. A Dona Creucy faz tudo certinho, mas o vizinho dela também armazena água, mas sem tampa.

“O ideal é que todos façam a sua parte. Se um fizer e o outro não fizer, ela corre o risco como o morador também da residência”, diz Wendell Neves, agente de vigilância em saúde.

Apesar dos alertas e das campanhas, ainda é possível encontrar na cidade cenas como a de um prédio vizinho a um depósito de pneus sem a proteção adequada. Muitos ficam expostos, acumulando água da chuva. Há pelo menos um ano, os moradores do local convivem com o perigo que vem do vizinho.

O Rio de Janeiro já enfrentou epidemias em 2002 e 2008. E, agora, em 2012, deve registrar o maior número de casos da história. Principalmente porque há dois novos vírus circulando, o tipo 1 e o tipo 4, e poucas pessoas imunes a eles. “Esse cenário é muito preocupante. Todas as pessoas devem estar trabalhando para tentar reverter, tentar diminuir o número de focos dentro do seu domicílio”, diz Daniel Soranz, médico sanitarista. O Rio está entre as 236 cidades em estado de alerta, segundo o Ministério da Saúde. E 48 municípios estão em situação de risco, ou seja, podem ter surto de dengue este ano.

“Se a população não tirar pelo menos dez minutos por semana para olhar esses criadouros e tentar ajudar, eu acho que a gente não vai ganhar esta batalha”, alerta Ademir Martins, especialista em insetos da Fiocruz.

“É pequenininho, mas é terrível. Mata. Então tem que cuidar”, diz Dona Creucy.

Fonte: Jornal Nacional, 7.1.2012