Dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE, dia 21 de dezembro, mostram que a falta de uma solução adequada para a coleta de esgoto é o principal problema de saneamento nas favelas e similares do Brasil. O Censo de 2010 revelou que o país tem 11,4 milhões de pessoas vivendo em áreas de ocupação irregular e serviços ou urbanização precários.
De acordo com o levantamento, apenas 67,3% dos domicílios localizados nesses aglomerados eram ligados à rede coletora de esgoto ou dispunham de fossa séptica. Nas áreas regulares dos mesmos municípios, esse percentual chegava a 85,1%. O dado, porém, não considera se o esgoto é ou não tratado.
O fornecimento adequado de energia elétrica, com medidores de consumo exclusivos para cada residência, também é mais raro nas favelas, onde apenas 72,5% dos domicílios estavam nessas condições em 2010. Nas demais áreas urbanas, eram 88,5%.
No caso da coleta de lixo e do abastecimento de água, a diferença é menor. Nas favelas, a cobertura desses serviços atinge, respectivamente, 95,4% e 88,3% dos domicílios. Nas áreas regulares dos municípios com favelas, os percentuais são de 98,6% e 92,9%.
Segundo o IBGE, de modo geral as áreas mais antigas e consolidadas tendem a ter melhores serviços do que as áreas de ocupação mais recente. Normalmente, a proximidade com áreas centrais da cidade também implica em melhores condições de saneamento.
Fonte: Folha S. Paulo, 21.12.2011