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Nosso acervo

 

Imagem retirada do artigo de Rômulo Garcia de Andrade, "Escravidão e cafeicultura em Minas Gerais: o caso da Zona da Mata",1991.

Imagem retirada do artigo de Rômulo Garcia de Andrade, “Escravidão e cafeicultura em Minas Gerais: o caso da Zona da Mata”,1991.

 

O Arquivo Histórico da UFJF foi criado em 1985. Desde então, foram recolhidos acervos de pessoas e empresas que têm sido a base de muitos trabalhos. Em 2011, foi criado o Arquivo Central com o objetivo de ser o responsável pela gestão documental da UFJF. Além dos documentos da instituição, o Arquivo Central guarda todos esses documentos que estiveram sob a responsabilidade do Arquivo Histórico.
Em 2021, comemoraremos os 10 anos de criação do Arquivo Central. Gostaríamos de registrar qual foi o trabalho resultante dessa jornada. Uma maneira é registrar quais são os trabalhos, que se fundamentam em pesquisas realizadas nos documentos, que estão sob a guarda do Arquivo Central, ou que citam seu acervo.

Em um primeiro levantamento, localizamos os trabalhos que estão listados no texto “Levantamento de trabalhos feitos com documentos do Arquivo Central“.
Gostaríamos de contar com sua ajuda para localizarmos outros. Caso você conheça alguma obra que ainda não aparece em nosso levantamento, por favor, envie-nos um e-mail (arqcentral@ufjf.br) com os seguintes dados: autor, título da obra, ano de publicação e link de acesso. Pedimos que o mesmo seja feito no caso de algum erro ser encontrado em nossa lista. Especialmente, verifique se os trabalhos de sua autoria estão corretamente citados.

 

Conheça dois destaques em nosso acervo:

Biblioteca do Arquivo Central

Livros do acervo de Mozart Teixeira

Livros do acervo de Mozart Teixeira

A Biblioteca do Arquivo Central possui um acervo que contempla a história de Juiz de Fora e de Minas Gerais e obras diversas, entre livros, periódicos e folhetos.
Essa coleção foi iniciada ainda quando ainda existia o Arquivo Histórico, instituição que deu origem ao Arquivo Central.
Estão na Biblioteca os livros recolhidos juntamente com os documentos de arquivo doados. No caso da coleção “Dr. Mozart Teixeira”, apenas os livros foram doados. As obras dessa coleção abordam vários temas como ateísmo, cultura e sociedade, educação, espiritualidade, estudos bíblicos, ética e moral, filosofia da religião, marxismo, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, entre outros.

Rilke, “Cartas a um poeta”

Rilke, “Cartas a um poeta”

Livro de atas da Assembleia Provincial de Minas Gerais, 1844

Livro de atas da Assembleia Provincial de Minas Gerais, 1844

 

 

Os direitos das mulheres no arquivo do Fórum Benjamin Colucci

Capa do inventário que envolve uma mãe de 13 filhos

Capa do inventário que envolve uma mãe de 13 filhos


O arquivo do 4º Cartório Cível do Fórum Benjamin Colucci se encontra sob a guarda do Arquivo Central. É constituído por documentos cartorários que têm servido de base à pesquisa acadêmica nas áreas de história, cultura e sociologia.
Também consultam esses documentos os cidadãos ou profissionais que desejam conhecer a história de sua família, produzir textos jornalísticos ou preparar material didático.
Chama a atenção nesses documentos as ações de justificação interpostas por mulheres viúvas que desejam administrar os bens de seus filhos do sexo masculino adolescentes e de suas filhas solteiras.

Como exemplo, existe em um inventário, do ano de 1862, o resultado da justificação de uma mulher no qual o imperador Pedro II autoriza que a mãe seja a tutora da filha. É citado nesse documento que a demandante declarou ser “viúva e que vive em situação de recato e honestidade” e possuir capacidade para exercer a tutoria de sua filha. O poder judiciário aceitou as provas ou documentos apresentados e a declaração de testemunhas.

O direito das mulheres viúvas de responsabilizarem-se por seus filhos foi conquistado pouco a pouco. Em um inventário de 1927, o juiz nomeou um curador, para os filhos menores de uma mãe, que fazia o inventário do marido falecido. Embora tenha ficado responsável por cuidar de seus treze filhos, ela não pôde ser a curadora, ainda que o Código Civil de 1916 não impedisse.

Leia um relato acerca da ocupação das terras da região de Juiz de Fora a partir do final do século XVIII. Esse processo de ocupação está registrado nos documentos que estão sob a guarda do Arquivo Central:
     

… [Nos] últimos anos do século XVIII, e nas primeiras décadas do século XIX, […] o café, introduzido por Palheta no Vale do Paraíba Fluminense e logo estendido ao Vale do Paraíba Paulista e Mineiro, alastrou-se como mancha de óleo no mar, por todo o Vale do Rio Paraíba do Sul.

Aqui começa oficialmente a História da Região das Matas do Leste. Seus povoados agrícolas iniciam a escalada para se tornarem vilas e sedes de Município.

Tal escalada deveu-se, também, à abertura do Caminho Novo por Garcia Dias Paes. O Caminho Novo, que ligava a Corte ao centro da Região das Minas [,… foi] um braço significativo do avanço da “mancha de óleo” no Vale do Rio Paraíba do Sul. [… Este caminho] passava ao longo de trechos das margens do rio Paraibuna, afluente do rio Paraíba do Sul.

A atual cidade de Juiz de Fora teve sua origem em povoados agrícolas às margens do rio Paraibuna, situados ao longo do traçado do Caminho Novo. Os antigos habitantes dessas povoações agrícolas têm o direito de afirmar que Juiz de Fora se originou no Caminho Novo…

Entre os povoados que aí se desenvolveram, o primeiro de que se tem notícia é o povoado do Morro da Boiada, dedicado à proteção de Sto. Antônio de Pádua. Juiz de Fora chamou-se, originalmente, Sto. Antônio do Morro da Boiada do Paraibuna […] conhecida como Arraial de Sto. Antônio do Paraibuna.

Desde que se formaram os vários povoados agrícolas da Região das Matas do Leste, o governo do Rio de Janeiro, cuja jurisdição estendia-se até o centro da Região das Minas, fez doações de sesmarias a seus funcionários e agregados imediatos. Na região em que hoje se situa Juiz de Fora, o governo… doou uma sesmaria a José Antônio, secretário do governo. Esse sesmeiro jamais veio localizar sua sesmaria e dela, portanto, não tomou posse efetiva. Mas, como juridicamente lhe pertencia, vendeu-a a Bustamante e Sá, aposentado da carreira jurídica no cargo de Juiz de Fora[1].

Bustamante e Sá viveu com sua família na fazenda Velha, demolida nos anos quarenta deste século. Em torno do casarão da fazenda Velha formara-se um povoado com algumas vendas. Os moradores dos povoados próximos ao Caminho Novo… iam ali fazer compras… Ao irem às compras, essas pessoas diziam ir ao Juiz de Fora. Impõe-se a tradição oral de toda essa região: os vários povoados passaram a ser chamados de Sto. Antônio do Paraibuna do Juiz de Fora.

Fernando Henrique Guilherme Halfeld, velho engenheiro, alemão de nascimento, recebeu do Império do Brasil, em 1836, o encargo de abrir uma variante do Caminho Novo, que então… [reunia,] às suas margens, os vários povos da região, em um grande processo de cinesismo. Foi graças a esse cinesismo que a população de Sto. Antônio do Paraibuna de Juiz de Fora foi, em 1850, elevada à Vila, e logo após, à sede de Município. [Fonte:  Carlos Alberto Hargreaves Botti e outros, Companhia Mineira de Eletricidade. Companhia Energética de Minas Gerais, 1994; texto citado em Centro de Pesquisas Sociais, Anuário Estatístico de Juiz de Fora, 2001]

[1] Segundo se pode apurar, o cargo jurídico de Juiz de Fora foi trazido para as colônias americanas pelos colonizadores portugueses e espanhóis. A tradição ibérica assimilou essa função jurídica dos mouros,  invasores da Península Ibérica, durante a Idade Média Ocidental. Os árabes, por sua vez, tomaram esse cargo jurídico das antigas Alexandrias [… onde] Alexandre, O Grande, … institui essa função para que o juiz das Alexandrias, morando fora da comunidade urbana, pudesse julgar com isenção de pessoa.

     

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