Trabalhadores terceirizados da Pró-Reitoria de Infraestrutura e Gestão (PROINFRA) borrifam uma solução com água sanitária nas bromélias plantadas no solo da UFJF a cada 15 dias. A ação faz parte de uma série de medidas de combate ao Aedes Aigypti, mosquito transmissor da dengue, da zika e da chikungunya. Em períodos mais propícios para o aumento de casos dessas doenças, o intervalo entre as borrifações passa a ser semanal.
Esse procedimento é realizado mesmo não sendo essas plantas um microhabitat importante para o Aedes Aigypti, como apontou um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Para a pesquisa, aproximadamente 3 mil espécies de mosquitos foram capturados em 120 bromélias de dez tipos diferentes do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Elas não foram tratadas com nenhum tipo de inseticida durante a investigação ou nos dez meses anteriores. Foram encontradas apenas duas larvas de Aedes e cinco de Albopictus, também capaz de transmitir dengue.
A hipótese dos pesquisadores é de que essas espécies encontradas ocasionalmente tenham relação com o alto nível de infestação da área, já que o espaço de coleta fica a menos de 200 metros de moradias do bairro da Gávia. É preciso destacar também que a água encontrada no tanque formado pelas bromélia abriga muitas formas de vida e sofre constante substituição biológica. Há pouca evaporação e uma grande parte é absorvida pela planta como forma de nutrição, o que torna o líquido um criadouro inadequado para o Aedes Aigypti.
A solução para borrifar nas bromélias pode ser feita em casa. Basta dissolver uma colher de sopa de água sanitária em um litro de água. Outra alternativa é ferver a mesma quantidade de água com 100 gramas de fumo de rolo durante dez minutos e coar. Colocar borra de café diretamente no copo central da bromélia também é eficaz.
A PROINFA adota outras práticas para combater o mosquito: limpeza sistemática das caixas de passagem e canaletas, capina e roçagem das áreas de entorno dos prédios e coleta isolada de lixo deixado ao longo de vias e gramados, como copos e garrafas. Além disso, fiscais das obras paralisadas fazem vistorias para identificar possíveis focos do mosquito e eliminá-los.