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UFJF se prepara para retorno total das atividades presenciais

O início do calendário do primeiro semestre de 2022 está previsto para o dia 18 de abril na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e deverá ocorrer de forma presencial para os cursos de graduação e pós-graduação nos campi Juiz de Fora e Governador Valadares. O Conselho Superior (Consu) já adequou os Protocolos de Biossegurança na última reunião, no dia 9, e irá continuar discutindo os detalhes para o retorno e funcionamento dos cursos, considerando a legislação e normativas em vigor.

A vice-reitora da UFJF e presidente do Comitê de Monitoramento e Orientação de Condutas sobre o novo Coronavírus Girlene Alves da Silva destaca que a retomada gradual das atividades presenciais já vem acontecendo desde o ano passado, por meio de um ambiente seguro. “Cerca de 18 cursos já estão com atividades práticas e estágios ocorrendo. A UFJF irá, neste momento, reorganizar seus espaços acadêmicos e de trabalho, readequar protocolos, para que, no início do semestre letivo de 2022, todas as unidades possam receber alunos, professores e técnicos-administrativos dentro de um rol de proteção e cuidado à vida”, destaca. Nessa perspectiva, o Colégio de Aplicação João XXIII já inicia suas atividades presenciais na próxima segunda-feira, 14 de fevereiro.

Graduação

O pró-reitor de Graduação da UFJF Cassiano Caon Amorim explica que tal determinação atinge todos os cursos que ainda estão funcionando em Ensino Remoto Emergencial (ERE). Segundo determinação do Ministério da Educação (MEC), todos os cursos são obrigados a retornar suas atividades presenciais em 2022. Aqueles que ainda estão cumprindo atividades relativas ao ano de 2021 poderão permanecer repondo os conteúdos de maneira remota ou híbrida.

“Existem duas leis que são importantes: a 14.040/2020, que nos autorizou a ter o ensino remoto, e a 14.218/2021, a qual determinou o fim da condição excepcional da pandemia para esse modelo de ensino.” Atendendo a essa última lei, a Universidade fica impossibilitada de continuar o ensino remoto, devendo voltar a oferecer os cursos de modo presencial.

Segundo Amorim, a Universidade ainda deverá encontrar maneiras de viabilizar o retorno presencial do ensino e, ao mesmo tempo, atender a Instrução Normativa nº 90, segundo a qual, por exemplo, servidores com comorbidades não precisam necessariamente voltar ao trabalho. “Tudo isso ainda precisa ser debatido, além da aplicação dos protocolos de biossegurança a serem adotados em disciplinas com um volume grande de estudantes”.

No que concerne aos cursos de graduação, o pró-reitor destaca que os alunos devem ficar atentos às informações divulgadas pelas coordenações de seus respectivos cursos. “A partir do momento que for definido o plano departamental, ou mesmo na matrícula, os estudantes terão acesso às disciplinas a serem ofertadas presencialmente”.

Pós-Graduação

Segundo a coordenadora e pró-reitora em exercício de Pós-Graduação e Pesquisa, Priscila de Faria Pinto, os cursos stricto sensu não têm calendário para reposição. “A pós está com calendário normal. Em 2020, houve duas iniciativas: tanto a questão da regulamentação do ensino remoto para pós-graduação quanto ao acesso excepcional aos laboratórios. São duas resoluções do Consu, a 50 e 51, que fizeram com que os cursos de pós-graduação, de maneira adaptada, mantivessem seu funcionamento”.

A proposta atual é que, esperando todas as resoluções do Consu, o primeiro semestre de 2022 comece de forma totalmente presencial. No entanto, Priscila informa que cada programa tem seu calendário e, por isso, não há uma data determinada para esse início. “O Conselho Setorial de Pós-Graduação e Pesquisa (CSPP) foi autorizado pela Resolução 58 do Consu a organizar o retorno gradual das atividades. Quando isso foi estabelecido, já no final de 2021, o conselho já havia regularizado diversas ações presenciais da pós-graduação, como estágios, atividades laboratoriais e em campo. Agora só faltam as aulas teóricas”, destaca Priscila, completando que o volume de estudantes nos cursos de pós-graduação é menor e que o percentual de 85% de ocupação máxima das salas de aula garantirá o retorno seguro.

Atualmente, a UFJF conta com 511 alunos de cursos de especialização lato sensu, 1.271 doutorandos e 2.553 mestrandos, distribuídos entre os 45 programas de pós-graduação.  

Experiências que contam

Segundo o vice-diretor-geral do campus Governador Valadares, Alex Sander de Moura, o momento é de grande expectativa para o retorno, visto que muitos cursos ficaram quase dois anos em ensino remoto. “Há uma ansiedade de toda a comunidade. Mas lembramos que, diferentemente do campus sede, temos aqui muitos desafios em relação à infraestrutura dos nossos locais de aula, que são compartilhados com outras instituições. Então, iremos enfrentar aqui – não só a direção, mas os institutos, os docentes, discentes e servidores – esse obstáculo a mais que é a adaptação a esses ambientes compartilhados. Temos dialogado com a reitoria e com as pró-reitorias para vislumbrar uma forma apropriada de termos um retorno com a observância dos protocolos contra a Covid-19 estabelecidos pela universidade”.

A diretora da Faculdade de Comunicação e membro do Consu Marise Pimentel Mendes esteve presente na reunião do Conselho realizada na tarde do dia 10 de fevereiro e reforça o trabalho realizado pela CIS, com a implementação das comissões locais de biossegurança junto às unidades acadêmicas e administrativas. Para Marise, tais ações possibilitaram que a UFJF, assim como todas as instituições públicas de ensino superior, cada uma a seu tempo, tivessem tempo para executar a importante tarefa de planejar o retorno presencial. “Apesar de ainda vivermos uma pandemia, que requer muitos cuidados, o estágio atual, de uma expressiva parte da população vacinada, com uma variante muito transmissível, mas com menor letalidade, nos permite realizar um planejamento através do aprendizado que obtivemos nesses dois anos. Podemos agora planejar as melhores práticas para a necessidade de um retorno presencial mais seguro, que vai se configurando em toda a sociedade”.

Já o professor Marcelo Silva Silvério, também membro do Consu, comenta que muitos cursos, como a Faculdade de Farmácia, já vinham trabalhando com serviços essenciais, como a Farmácia Universitária e o Laboratório de Diagnóstico da Covid-19, e que, em 2021, aderiu ao segundo período suplementar e retornou às atividades práticas presenciais. “Com o cumprimento dos protocolos de biossegurança e todos os cuidados para garantir a segurança de trabalhadores e alunos, é possível o retorno. O retorno presencial total das atividades é um misto de preocupação com alívio, visto que a presencialidade faz parte do processo de ensino e aprendizagem”.

Certificado vacinal

Na segunda-feira, 14, o Conselho Superior (Consu) se reúne novamente para discutir a situação do passaporte vacinal. Até o momento, não há obrigatoriedade de comprovação de vacina contra a Covid-19 para frequentar a instituição ou o Colégio. A exceção são os espaços de cultura e lazer, entre eles, o Jardim Botânico, o Museu de Arte Murilo Mendes e o Memorial da República, que cobram o cartão de vacinação atualizado para entrada nos espaços.

As reuniões do Consu devem continuar para a deliberação de portarias e outras providências que possibilitem o retorno presencial da totalidade das atividades de ensino e administrativas.