Há mais de duas décadas, o Instituto de Medicina dos Estados Unidos publicou o relatório “Errar é humano”, com o objetivo de quebrar o ciclo da passividade em relação aos erros médicos realizados pelos profissionais de saúde. O texto alertou todos os países sobre os diversos danos evitáveis que acontecem durante os cuidados. Desde então, a segurança do paciente é considerada uma prioridade de saúde pública.
Neste contexto, foi publicada a obra “Segurança do paciente em serviços de Saúde – 2ª edição”, pela editora CRV, podendo ser adquirida em formato digital ou impresso. Para um dos organizadores, o professor da Faculdade de Enfermagem (Facenf) da UFJF, André Luiz Alvim, o livro se aplica aos profissionais de saúde, professores, alunos, pacientes e, também, à gestão dos serviços de saúde. “Não adianta trabalhar a temática diretamente no atendimento sem incentivo dos diretores, gerentes, coordenadores e demais líderes.” Também colaboraram com o texto os docentes da Facenf Fábio da Costa Carbogim, Roberta Prado e Luciane de Faria.
Alvim afirma que eventos adversos são incidentes que resultam em danos ao paciente. “Uma cirurgia realizada em local errado, uma administração de medicação incorreta, troca de bolsas de sangue, queimaduras, quedas, lesões por pressão e outros são considerados danos evitáveis que poderiam ser trabalhados preventivamente pelos serviços de saúde”, exemplifica o pesquisador.
Novidades
Essa edição conta com um novo capítulo de perguntas e respostas, cujo objetivo é consolidar o conhecimento. “Estamos buscando preparar os profissionais de saúde, discentes e docentes para o tema, que ainda é pouco explorado no contexto do ensino, pesquisa e extensão. Além disso, realizamos uma revisão e atualização de capítulos importantes, nos quais a literatura sempre se renova, tais como: identificação do paciente, cirurgia segura, higienização das mãos e prevenção de quedas.”
Além de trazer perspectivas acadêmicas e científicas, a publicação também conta com propostas voltadas para os profissionais de saúde. Uma delas é a apresentação de inovação tecnológica que pode melhorar a adesão dessa prática em todos os setores assistenciais. O robô Ozíres foi um projeto piloto implementado por André Luiz Alvim e o engenheiro e doutor em Bioestatística Bráulio Couto para terapias intensivas.
“Essa tecnologia possui falas programadas sobre o tema, um projetor de imagens que permite a realização de educação em saúde, um dispensador de álcool e, além disso, é uma excelente ferramenta lúdica para educação. Após o uso do robô em unidades de terapia intensiva, houve aumento das taxas de higiene de mãos de 36 para 65%”, comenta.
O lançamento está sendo feito ao longo do mês de outubro em instituições de saúde, eventos de ligas acadêmicas e associações de controle de infecção. A obra “Segurança do paciente em serviços de Saúde” também vai ser divulgada no XVIII Congresso Brasileiro de Epidemiologia e Controle de Infecções.
Pesquisa está alinhada aos ODS da ONU
As ações de pesquisa da UFJF estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). A obra citada nesta matéria se alinha ao ODS 3 (Saúde e bem-estar).