“A sociedade está reconhecendo o Centro de Ciências como a Universidade em suas vidas”. A fala da pró-reitora de Extensão da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Ana Lívia Coimbra, sintetiza a satisfação da Administração Superior diante dos resultados de um dos complexos de divulgação científica mais completos do país: 3.453 visitantes recebidos somente no mês de janeiro. O número chama ainda mais atenção considerando que é a primeira vez em que o Centro de Ciências permanece aberto e em pleno funcionamento durante o período de férias escolares.
Para o diretor do Centro, Eloi Teixeira, esse marco histórico comprova a importância do espaço para a Universidade e para a cidade em termos de cultura científica. “Juiz de Fora sempre careceu de um ambiente com o diferencial de receber pessoas interessadas no conhecimento, mas colocá-las em contato com a ciência de forma interativa, lúdica e divertida. É extremamente satisfatório ver o estigma ‘criança não gosta de ciência’ sendo quebrado por elas mesmas, mudando até mesmo a visão que seus pais têm desse tipo de atividade”, ressalta.
“Mudar o Centro de Ciências de sua antiga sede, no Colégio de Aplicação João XXIII, para a atual, no campus da UFJF, também contribuiu muito para essa sensibilização da população”, avalia Teixeira. “A possibilidade inédita de abri-lo durante o período de férias fez com que os juiz-foranos redescobrissem um espaço público, gratuito e organizado, onde são bem recebidos por nossos bolsistas do curso de Turismo e têm, à sua disposição, diferentes opções de atividades para aproveitar essa época do ano.”
Segundo Ana Lívia, a dinâmica de funcionamento do local foi pensada além da estrutura física. “Criamos um projeto pedagógico e científico, com caráter social por excelência, de forma a receber a comunidade que vem em busca de lazer e envolvê-la, de forma divertida, no pensamento científico; ao mesmo tempo em que engajamos estudantes das mais diversas áreas do conhecimento (física, química, matemática, biologia, geografia e engenharia, por exemplo) em um processo de formação por meio do contato com a sociedade”, destaca.
“Proporcionar acesso a esse espaço, com essa programação e com esse objetivo pedagógico, faz com que as pessoas saibam que o Centro também é delas”, enfatiza a pró-reitora de Extensão. Desmistifica a ideia de que a Universidade é algo distante e transforma a perspectiva de crianças e adolescentes, que passam a enxergar a possibilidade de ingressar na Universidade como estudantes de graduação e pós-graduação. Consequentemente, reforça o direito dela de usufruir de uma instituição que é pública”.
Inclusão e novidades
O Centro de Ciências conta com sete atrações, sendo seis fixas, transitando pelas mais diversas áreas. No campo da biologia, figuram as exposições “Célula ao Alcance da Mão” e o Espaço Interativo do Museu de Malacologia. Já na área da Química, destaca-se a Tabela Periódica Interativa, que, com o auxílio da tecnologia, nos ajuda a entender a história dos elementos químicos e seus papéis em nosso cotidiano. Referentes à astronomia, há o Observatório Espacial e a sala de exposição do Museu de Arqueoastronomia.
O primeiro é dotado de um telescópio fixo de 20 polegadas, além de dez telescópios móveis, incluindo um específico para observação do Sol. E o céu não é o limite: através dos demais aparelhos, também será possível observar estrelas, lunações, crateras lunares e planetas do nosso sistema solar, por exemplo. E há a expectativa de que, quando o espaço do Planetário for inaugurado, o Centro poderá receber até 64 mil visitantes todos os anos.
O espaço conta ainda com a exposição “Aprenda Brincando”, que disponibiliza experimentos interativos de física, que demonstram os conceitos da área através de materiais recreativos. Além das atrações fixas, o Centro conta com um salão que poderá receber exposições itinerantes. Atualmente, recebe a exposição Energia Nuclear, que é uma parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e permanecerá até o fim de 2018. Ela conta com experimentos que permitem os visitantes ver, na prática, as teorias estudadas na física nuclear.
De acordo com Eloi Teixeira, experiências como as proporcionadas pela Oficina de Construção de Brinquedos Científicos, que acontece até o dia 4 de março, suprem uma deficiência das escolas mais carentes de infraestrutura científica. “Junto com os pais e sob a orientação dos nosso colaboradores, as crianças constroem os brinquedos de baixo custo, enquanto aprendem sobre a ciência por trás dele, o conhecimento que está envolvido em sua criação e funcionamento. Até agora, a oficina tem atraído muitas pessoas todos os dias”, revela.
“Considerando que a inclusão social é um elemento imprescindível dessa abertura da Universidade à comunidade externa, realizamos duas visitas coordenadas para pessoas surdas, em parceria com as diretorias de Imagem Institucional e de Ações Afirmativas da UFJF, com a presença de intérpretes para facilitar o pleno acesso dessas pessoas ao conhecimento do Centro”, pontua Teixeira. Na avaliação da pró-reitora, essa iniciativa vai de encontro com a premissa extensionista da instituição.
Agendamento de visitas
A estrutura do Centro de Ciências ainda engloba três auditórios, quatro laboratórios e sala de informática. Até o dia 4 de março, o complexo recebe apenas visitas espontâneas – sem a necessidade de agendamento – o que inclui o Observatório Astronômico. Antes disso, no próximo dia 20, será aberto o agendamento de visitas para o período de 20 de março a 27 de abril deste ano, que agora deverá ser feito exclusivamente via plataforma online, por meio de link divulgado na página do Centro de Ciências. O agendamento para os meses seguintes será disponibilizado de dois em dois meses, pela mesma plataforma.
Outras informações:
(32) 2102-6913 / (32) 2102-6914 (Centro de Ciências)