Na manhã do dia 05 de junho de 2017, a Ouvidoria Especializada em Ações Afirmativas da UFJF recebeu uma estudante do curso de Cinema e Áudio Visual, do Instituto de Artes e Design, acompanhada por seu pai e por uma representante do Diretório Central dos Estudantes, apresentando uma denúncia de racismo que teria ocorrido com o seu pai no dia 02 de junho de 2017, por volta das 22 horas.
No mesmo dia 05 de junho de 2017, no período da tarde, a estudante e seu pai foram atendidos pela Gerência da Segurança da UFJF, tendo acesso ao relatório elaborado pelos seguranças sobre o ocorrido no dia 02 de junho de 2017.
A Pró-reitoria de Infraestrutura da UFJF, juntamente com a Gerência da Segurança, instaurou processo de sindicância para apurar a denúncia de racismo formalizada pela estudante.
Nesse momento, a DIAAF vem a público informar que, além do processo de sindicância referente ao caso em questão, algumas ações que envolvem a segurança estão sendo tomadas:
1. Está em curso uma formação para a equipe de servidores da UFJF da área de segurança, no âmbito do PROADES (Programa de Avaliação de Desempenho dos Técnicos Administrativos em Educação), extensivo, ainda, aos trabalhadores terceirizados. Nessa formação, os Direitos Humanos, com temáticas relacionadas às discriminações de raça, gênero, classe, entre outras, serão abordados pela DIAAF.
2. Trabalho articulado e sistemático com a Pró-reitoria de Infraestrutura com o objetivo de tornar essa formação uma prática permanente das equipes envolvidas, para além do PROADES.
No âmbito dessa ação institucional conjunta, questões que se vinculam às temáticas tratadas pela DIAAF ocupam lugar de importância no Fórum de Segurança da UFJF.
3. A criação do Fórum da Diversidade da UFJF como um espaço de construção e acompanhamento da Política das Ações Afirmativas que afirmam o compromisso dessa gestão pelos Direitos da Pessoa Humana.
Acreditamos no que afirmara Nelson Mandela, “ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”.
A Universidade mudou nos últimos anos e reconhecemos, como Paulo Freire, em seu livro “Professora sim, tia não”, 1997, p. 53, que “procurar conhecer a realidade em que vivem nossos alunos é um dever que a prática educativa nos impõe: sem isso não temos acesso à maneira como pensam, dificilmente então podemos perceber o que sabem e como sabem”.
Reconhecemos a gravidade de atos preconceituosos, discriminatórios e racistas, que devem ser apurados com firmeza. Reafirmamos que tais atitudes devem passar por uma mudança de todos nós, mudança essa que está relacionada especialmente à educação.
O Brasil tem apenas um pouco mais de um século sem a escravidão e, nesse pouquíssimo tempo, várias entidades do movimento social negro, assim como pessoas comprometidas com a luta anti racista, têm trabalhado para instaurar uma cultura de respeito às diversidades, por meio de uma educação comprometida com o reconhecimento de que todas as pessoas, apesar das diferenças culturais e biológicas, sejam respeitadas.
A UFJF está comprometida com os direitos da Pessoa Humana, afirmando a dignidade de todos e todas, em suas múltiplas dimensões. Por isso, a equipe da DIAAF vem trabalhando para fortalecer princípios e promover ações que possam alicerçar os valores éticos e as práticas que buscam a igualdade e a equidade entre todos e todas.
Diretoria de Ações Afirmativas da UFJF