Representantes das três associações de catadores que atuam na UFJF (Foto: Twin Alvarenga)
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), através da Diretoria de Sustentabilidade e Patrimônio da instituição, distribuiu mais de mil toneladas de material reciclável para três associações de catadores de papel na cidade. Os números são referentes ao ano de 2024 e reforçam o compromisso da UFJF com a sociedade.
As associações geram renda para mais de 40 famílias, além de contribuírem para reduzir os impactos causados ao meio ambiente, evitando que todo esse material seja destinado aos aterros ou causem algum tipo de poluição.
A Universidade mantém convênio com a Associação de Catadores de Papel, Papelão e Materiais Recicláveis de Juiz de Fora (Ascajuf), a Associação Lixo Certo (Alicerjf) e a Associação dos Catadores de Papel e Resíduos Sólidos de Juiz de Fora (Aparesjf). A cada quatro meses, uma delas é responsável pelo recebimento dos materiais recicláveis que são entregues pela Universidade, de acordo com o chamamento público realizado em 2023.
Todas participaram do evento “O Meio Ambiente é o que nós somos”, ocorrido na última quinta-feira, 5, onde também foram recolhidos materiais recicláveis, incluindo papelão, alumínio, embalagens de plástico, entre outros.
Presidente da Ascajuf, Werley Aparecido Pereira dos Santos, destaca o importante papel da UFJF em proporcionar renda a dezenas de famílias. A Associação recebe, por mês, cerca de três toneladas de resíduos. Em 2022, o galpão da Ascajuf foi atingido por um incêndio, o que causou prejuízos de mais de R$ 1 milhão para a entidade. Ele conta que, a partir da parceria com a UFJF, foi possível realizar a reforma do local.
“Tenho muita admiração, respeito e muita gratidão por essa Universidade. Se não fosse a UFJF e o poder público, a gente não conseguiria retornar às atividades. Tivemos um prejuízo de mais de um milhão de reais. Graças a Deus ninguém ficou ferido e conseguimos recuperar tudo.”
Wesley também enfatiza a importância do trabalho dos catadores, segundo ele, ainda invisibilizados pela sociedade. “Tem que valorizar o trabalho do catador, que é um profissional onipresente no município. Ele está em todos os lugares. Precisamos incluí-lo e não o contrário. Um catador que vocês veem nas ruas é responsável por tirar uma tonelada e meia, no mínimo, de material reciclável das ruas. Isso gera economia e melhora a vida útil do aterro. Então, é importante valorizar esses profissionais.”
Os representantes da Apares, Flávia Helena Dias, e da Alicer, José Rubens Rodrigues, também contam que os materiais doados pela UFJF representam a principal fonte de renda das entidades. “Depois dessa parceria com a Universidade tivemos um grande salto. A renda dos catadores deu uma aumentada, o que tem ajudado bastante. É um grande avanço para a gente poder estar trabalhando aqui com a UFJF nessa parceria”, disse Rodrigues.
A Apares tem 20 anos de atuação e atende a 17 famílias: “Para nós é uma satisfação muito grande poder ter a Universidade como a nossa parceira e isso nos ajuda bastante”, conta Flávia.
Compromisso da UFJF
De acordo com Rosana Colombara, diretora de Sustentabilidade e Patrimônio da UFJF, o trabalho com as associações de catadores teve início em 2017 em cumprimento a um decreto federal que determinava que as instituições de ensino e entidades governamentais deveriam encaminhar seus resíduos recicláveis para as associações de catadores. No ano passado, boa parte do material destinado às associações foram provenientes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As provas, geralmente, ficam armazenadas na UFJF e posteriormente, são entregues a essas entidades.
“Como o papel têm um valor significativo para reciclagem, isso permitiu que essas associações fizessem reformas de galpões para armazenamento, dos veículos usados para transportar os materiais, além de trazer para eles renda para sustento das famílias que trabalham nos galpões. Temos muito orgulho desse trabalho, que só está evoluindo e a gente espera que ele cresça cada vez mais.”
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