
Equipe dos projetos “Vamos Ler!” e “Saúde além das grades”. Da esquerda para direita: Camilla Kethlen, Clarissa Campos, Flávia Carvalho e Gedison Bessa e Júlia Izabel (Foto: arquivo pessoal)
O campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV) deu início, no mês de maio, a uma ação de empréstimo coletivo de livros da biblioteca comunitária Espaço Ler e Saber para as mulheres da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) Feminina de Governador Valadares. A iniciativa visa ampliar o acervo já disponível na instituição, que tem como objetivo contribuir para a formação integral das pessoas atendidas pela associação.
Os empréstimos serão realizados ao longo de todo o ano de 2025 e são fruto de uma parceria entre o projeto de extensão “Saúde além das grades”, da Farmácia Universitária, e o projeto institucional de cultura “Vamos Ler!”, vinculado ao setor de Cultura e ao Centro de Difusão do Conhecimento.
Farmacêutica e coordenadora do projeto “Saúde além das grades”, Clarissa Campos ressaltou a importância do acesso à cultura e à leitura no processo de recuperação das mulheres atendidas pela APAC. “Para algumas, a leitura é uma forma de autocuidado, aliviando o sofrimento mental causado pelo cárcere. Para outras, é a primeira oportunidade de ter contato com um livro”, afirmou.
Assistência farmacêutica e inclusão social
O projeto de extensão “Saúde além das grades” surgiu com o propósito de levar à APAC Feminina o mesmo serviço de Acompanhamento Farmacoterapêutico oferecido na Farmácia Universitária da UFJF-GV. “O serviço busca otimizar a farmacoterapia das pacientes, garantindo que os medicamentos em uso sejam os mais indicados, seguros e eficazes”, afirmou Clarissa Campos. A equipe do projeto é composta ainda pelo farmacêutico Paulo Henrique Dias de Carvalho e pela professora Carina Carvalho Silvestre, que atuam na implementação das ações.
Clarissa destacou que, além de proporcionar acesso ao atendimento farmacêutico especializado, o projeto também contribui para a formação de extensionistas e estagiários. “A APAC é um cenário de extrema vulnerabilidade, onde vivenciamos não apenas a prática clínica, mas também questões sociais relacionadas a gênero e raça”, explicou.
A iniciativa busca, assim, promover saúde integral, combinando cuidados médicos com reflexões sobre direitos humanos e reinserção social.