O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado em 5 de junho. A data foi instituída em 1972 pela Organização das Nações Unidas durante a Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, capital da Suécia. A reflexão sobre a importância da conservação da natureza e da sustentabilidade estão entre os objetivos da ONU a partir da criação do marco. 

Como forma de celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente, a Diretoria de Imagem Institucional da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) listou projetos de extensão da Universidade voltados à promoção da sustentabilidade e do meio ambiente. Conheça parte dessas ações que reafirmam o compromisso da UFJF com o bem-estar da comunidade e com a preservação da natureza. 

Oficina de produção de sabão em barra

O projeto de extensão “Oficina de produção de sabão em barra aproveitando o óleo usado de cozinha: Economia Sustentável na região de Juiz de Fora e arredores” realiza ações de educação ambiental voltadas a gerar conscientização sobre os danos ambientais causados pelo descarte inadequado do óleo de cozinha. Além disso, o projeto realiza oficinas de produção de sabão derivado de óleo de cozinha usado.

De acordo com Denise Lowinsohn, projeto tem objetivo de associar a química com  assistência social e com práticas sustentáveis (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

De acordo com a professora do Departamento de Química e coordenadora do projeto, Denise Lowinsohn, as oficinas são realizadas no Centro de Ciências da UFJF, em escolas da região e demais locais públicos. O projeto foi criado após a pandemia da covid-19, com o intuito de doar sabão em barra ou líquido a populações de baixa renda e a instituições comunitárias. 

“Nós ainda fazemos a doação de sabão em barra e/ou líquido sempre que somos solicitados e há sabão disponível. Nesse contexto, o projeto tem o objetivo de associar a química com a assistência social e também com práticas sustentáveis, pois uma das matérias-primas dos sabões é o óleo de cozinha usado, cujo descarte inadequado é extremamente poluente para o ambiente.”

Um litro de óleo de cozinha pode poluir até 25 mil litros de água. O material também pode poluir o solo e entupir tubulações. Dessa forma a reciclagem do óleo torna-se relevante, e conta com outros efeitos positivos para a comunidade, como a redução na proliferação de insetos. 

“Nós otimizamos uma receita para a produção de sabão em barra artesanal, embora isso seja algo já conhecido e realizado por muitas pessoas. Aplicamos o mínimo de soda cáustica e não usamos essência ou corantes, embora estes itens possam ser adicionados. Assim, ensinamos uma preparação econômica de sabão e que pode, caso as pessoas desejem, ser utilizada como uma fonte de renda auxiliar”, afirma Denise. 

As oficinas são realizadas no Centro de Ciências da UFJF, pelo menos uma vez por mês. Escolas e instituições que desejarem receber o projeto podem entrar em contato por meio da página da ação extensionista no Instagram

Olhos D’água

O projeto “Olhos D’água: onde estão as nascentes em Juiz de Fora?” realiza o mapeamento e a sistematização das nascentes do município. O intuito é suprir, ainda que parcialmente, as carências relacionadas à dificuldade de sistematizar o conhecimento sobre as nascentes do Brasil. 

Segundo Miguel Felippe, projeto atua na formulação de plataforma com informações sobre nascentes de JF (Foto: Arquivo pessoal)

Como aponta o coordenador do projeto e professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGeo), Miguel Fernandes Felippe, o Brasil é um país de dimensões continentais, com uma grande variedade de paisagens e rios. Apesar disso, conhece-se muito pouco sobre suas nascentes, o que dificulta estratégias de gestão e proteção ambiental. 

Ainda de acordo com Felippe, a realidade é semelhante em Juiz de Fora. Apesar de existir um grande número de nascentes no município, poucas são conhecidas. Além disso, as informações sobre esses cursos d’água estão dispersas em documentos de acesso restrito, como artigos científicos, relatórios técnicos e estudos de impactos ambientais. Diante desse cenário, é fundamental preencher as lacunas acadêmicas sobre as nascentes brasileiras, reconhecer sua diversidade espacial e elaborar estratégias de proteção.

“A intenção é relacionar questões em escala nacional (como as lacunas espaciais dos estudos existentes e a (in)eficiência da legislação ambiental), com questões em escala local, tendo como estudos de caso, nascentes localizadas no município de Juiz de Fora. Do ponto de vista do desenvolvimento de produtos e inovação, estamos configurando uma plataforma WebGIS (sistema de informações geográficas) capaz de compilar, organizar e espacializar as informações existentes sobre as nascentes localizadas em Juiz de Fora”, afirma o docente. 

O professor também relata que os primeiros seis meses do projeto foram destinados a organizar toda a informação existente em publicações acadêmicas sobre as nascentes de Juiz de Fora, para iniciar a montagem de um banco de dados. Paralelamente, foi feita a busca por uma plataforma gratuita e de fácil acesso que possibilitasse o compartilhamento desses dados na forma de mapas, localizando as nascentes e apresentando suas principais características. Porém, foi percebido que as informações publicadas estavam desatualizadas ou com inconsistências, por isso, optou-se por validar em campo todas as nascentes que já foram estudadas. 

Integrantes do projeto buscam, em campo, informações sobre nascentes (Foto: Gabriella Palma)

O projeto integra o grupo de pesquisa e extensão “Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água” (Terra), que entre 2012 e 2014, mapeou mais de 20 nascentes no interior do campus sede da UFJF. Atualmente, o grupo está fazendo as análises dessas nascentes para saber em quais condições elas se encontram. De acordo com o coordenador do projeto, 10 nascentes foram recadastradas e essas informações estão alimentando o protótipo da página WebGis. A ferramenta  será divulgada em breve.

“Acreditamos que pode ser uma ferramenta fundamental na gestão das nascentes. Imagine se todos os cidadãos pudessem, com um clique, descobrir se há alguma nascente perto de sua casa e qual a condição de conservação dessa nascente? Seria um ganho enorme também para o corpo técnico dos órgãos ambientais, que poderiam ter uma consulta rápida para validar ou refutar informações referentes a projetos que possam interferir na saúde das nascentes.”

O Olhos D’Água articula parceria com a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) para incorporar no banco de dados do projeto, as nascentes que a PJF tem cadastradas no programa “Nossa Água”. 

Saiba mais sobre o grupo Terra, parceiro do Olhos D’Água, no Instagram

Nutrição consciente

A conscientização sobre a produção sustentável de alimentos é uma das frentes de trabalho do projeto de extensão “Nutrição consciente: comunicando a densidade nutricional e a produção sustentável do leite e dos produtos lácteos”. A ação esclarece dúvidas e fornece informações sobre o leite e seus derivados, além de combater a desinformação sobre a presença dos lácteos na dieta humana. O projeto integra a plataforma Núcleo para Valorização dos Produtos Lácteos na Alimentação Humana (Nuvlac), que abrange vários projetos de extensão da UFJF. 

Para Paulo Henrique Silva, valor ambiental das escolhas alimentares é debate “inadiável” (Foto: Podcast Papo de Laticínios)

A ação oferece informações pautadas na ciência a estudantes, profissionais da área da saúde e à população interessada em nutrição, saúde e sustentabilidade. A intenção é confirmar a importância e os benefícios do leite e seus derivados na alimentação humana. Informações sobre a densidade de nutrientes dos alimentos lácteos também são divulgadas para servirem de apoio a escolhas alimentares mais saudáveis, responsáveis e com consciência ambiental.

De acordo com o professor do Departamento de Nutrição e coordenador do projeto, Paulo Henrique Fonseca da Silva, a ação busca informar o público sobre os benefícios da construção de sistemas alimentares sustentáveis. “Em perspectiva atualizada e global, ao se debater o inadiável controle da emissão dos gases causados pelo sistema alimentar, emerge a necessidade de trazer para a pauta o valor nutricional e ambiental das escolhas alimentares.” Para saber mais sobre o projeto, acesse o site do Nuvlac

Comunidade no Laboratório Casa Sustentável do Jardim Botânico

Localizado no Jardim Botânico da UFJF, o Laboratório Casa Sustentável (LCS) é um ambiente com a proposta de desenvolver e integrar atividades de ensino, pesquisa e extensão na temática da sustentabilidade das edificações. A ação extensionista “A Comunidade no Laboratório Casa Sustentável do Jardim Botânico: Programa de sensibilização para sustentabilidade no ambiente construído” é realizada no âmbito das atividades da casa. 

Miriam Dias: criar círculo de práticas que levam a edificações mais sustentáveis é foco do projeto (Foto: Gilsandro Dias)

O projeto é realizado com o intuito de sensibilizar o público quanto à importância do desenvolvimento urbano sustentável. De acordo com a arquiteta e coordenadora do projeto, Miriam Dias, a metodologia para conscientizar o público conta com visitas guiadas ao espaço do LCS. O laboratório foi concebido com ambientes análogos aos cômodos de uma casa (quartos, sala, escritório, cozinha, banheiro, pátio interno e jardins). É possível experienciar os diversos ambientes e manifestar percepções sobre sensações de conforto ou desconforto. O visitante também recebe explicações sobre as técnicas e os sistemas adotados em cada um dos ambientes.

O espaço foi concebido em conformidade com princípios de sustentabilidade, explorando técnicas e estratégias construtivas de arquitetura bioclimática, conforto ambiental e eficiência energética adequados para Juiz de Fora. 

“A integração de princípios de sustentabilidade é um dos desafios da Arquitetura e do Urbanismo. As edificações são responsáveis por importantes impactos ambientais e grande parte do consumo energético das cidades. Este projeto representa uma estratégia para envolver a sociedade na adoção de técnicas em arquitetura capazes de criar um círculo virtuoso de práticas que levam a edificações mais sustentáveis”, afirma Miriam, que é também pesquisadora do Laboratório de Estudos em Conforto Ambiental (Ecos), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (Fau), e do LCS.

O projeto conceitual do LCS foi desenvolvido de forma interdisciplinar, sob a coordenação da equipe Ecos, tendo como parceiros professores e estudantes do Grupo de Estudos em Edificação Sustentável (Gees/CNPQ), do Programa de Educação Tutorial do curso de Engenharia Elétrica (Pet Elétrica), do Grupo de Pesquisa Aplicada em Materiais e Construção Sustentável (Pares/CNPQ), do Núcleo de Iluminação Moderna, da Faculdade de Engenharia (Nimo) e do Grupo de Educação Tutorial do curso de Ciências da Computação.

Grupo em visita ao Laboratório Casa Sustentável (Foto: Arquivo pessoal)

As visitas podem ser realizadas todas as sextas-feiras, das 08h30 às 11h e das 13h às 16h. O agendamento pode ser feito pelo site do Jardim Botânico. O público-alvo é formado por estudantes dos ensinos Fundamental, Médio e Superior, além de toda a comunidade que visita o Jardim Botânico. Entre os grupos organizados que agendam visitas, destacam-se estudantes dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de outras cidades, que vêm à cidade especificamente para conhecer o espaço. 

Conheça outros projetos e programas de extensão realizados no Jardim Botânico.

A UFJF conta com um total de 26 programas e projetos de extensão relacionados às áreas de sustentabilidade e meio ambiente. Confira a lista.

Evento na Praça Cívica

Nesta quarta-feira, Dia Mundial do Meio Ambiente, a UFJF realizou o evento “Sustentabilidade e Meio Ambiente”, na Praça Cívica do campus sede, em Juiz de Fora. A programação contou com apresentações e oficinas ligadas a projetos de extensão e ao Grupo de Educação Tutorial da Engenharia Ambiental e Sanitária da UFJF (GET/ESA). A ação foi gratuita e aberta à comunidade. 

Oficina de produção de sabão em barra foi realizada em evento na Praça Cívica (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Outras informações: (32) 2102-3971 – Pró-reitoria de Extensão