Conforme os dados do Censo do IBGE de 2022, a parcela da população brasileira com 60 anos ou mais é de 15,6% da população total do país. A expectativa de vida ao nascer também registrou crescimento notável no último Censo – a média atual é de 75,5 anos, dois a mais do que o verificado em 2010. Em comparação, em 1960, a expectativa de vida no Brasil era de apenas 48 anos.
Viver faz parte de um processo social e culturalmente construído. Dessa forma, envelhecer é um fenômeno que se expressa de maneira variada e desigual impactando de forma heterogênea os indivíduos, e é nesse sentido que não existe um envelhecer, mas processos de envelhecimento relacionados às condições de vida e trabalho.
Para auxiliar o servidor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), nesse processo, será retomado, em 2024, o Programa de Preparação e Educação para Aposentadoria da UFJF, que inicia inscrições no dia 26 de fevereiro. O programa é desenvolvido pelas equipes da Coordenação de Saúde, Segurança e Bem-Estar (Cossbe/Siass) e do Núcleo de Planejamento, Inovação e Assistência (Nupla), vinculadas à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas, e conta com apoio do Polo Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão sobre o Processo de Envelhecimento da UFJF.
O envelhecimento populacional e o aumento da longevidade representam desafios substanciais, não apenas no contexto brasileiro, mas globalmente. Essas tendências destacam a necessidade premente de políticas públicas que reconheçam o envelhecimento como um processo amplo e multideterminado.
Nesse contexto, a área da saúde emerge como uma das mais diretamente afetadas por essas transformações populacionais, dadas as repercussões que o envelhecimento pode exercer sobre a saúde. Isso inclui não apenas o surgimento de doenças crônicas, mas também desafios como isolamento social, perda de entes queridos, transição para fora do mercado de trabalho e incidência de causas externas, como acidentes e violências contra a pessoa idosa, entre outros. Além disso, a conjunção de diversos fatores coloca os idosos como uma população vulnerável ao adoecimento mental, manifestando-se em condições como depressão, risco para o suicídio, uso abusivo de álcool e medicamentos.
A Política Nacional de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa (2006), alinhada ao Estatuto da Pessoa Idosa (2003), busca proporcionar atenção integral, com metas que englobam a promoção de um envelhecimento saudável, a preservação e aprimoramento da capacidade funcional dos idosos, bem como a prevenção de doenças e a recuperação da saúde.
Aposentadoria
À medida em que os indivíduos ingressam na fase da velhice, é comum que ocorra, em grande parte dos casos, a aposentadoria. Este período pode adquirir diferentes representações e significados, vinculados à trajetória de vida do trabalhador, sua relação com o trabalho, estilo de vida e projetos pessoais. Trata-se de um momento de transição que demanda o desenvolvimento de políticas e programas voltados para um processo educativo e reflexivo, abrangendo desde o início da carreira profissional até a aposentadoria.
O Estatuto da Pessoa Idosa e a Política Nacional do Idoso (1994) preveem, inclusive, a implementação de programas de preparação para aposentadoria destinados aos trabalhadores em órgãos públicos e privados. Em consonância com tais recomendações, o Serviço Público Federal começa a estruturar a Política de Atenção à Saúde e Segurança do Servidor (Pass), incentivando a implantação de programas de preparação para aposentadoria como forma de evitar danos à saúde mental quando do afastamento do trabalho.
A Portaria 12/2018 instituiu as diretrizes gerais para promoção da educação para aposentadoria do servidor público federal dos órgãos e entidades que compõem o Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal desde o ingresso, durante o exercício das atividades profissionais, na transição e ao longo da aposentadoria. Trata-se de uma nova concepção, mais abrangente, que compreende a preparação para a aposentadoria, na verdade como um processo de formação, de educação, desenvolvido ao longo de toda a carreira.
Todo esse contexto traz à tona a perspectiva de que envelhecer com bem-estar físico, social e mental ao longo da vida depende de uma série de fatores. Assim, a educação para a aposentadoria ao longo da vida pode contribuir para minimizar riscos e ao mesmo tempo potencializar os fatores de proteção nesta nova fase da vida.
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Outras informações
Coordenação de Saúde, Segurança e Bem-Estar (Cossbe/Progepe)
siass@ufjf.br
(32) 2102-3815