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Aposentadoria pode assumir aspectos, ora de crise, ora de liberdade, como ter mais tempo livre (Foto: James Hose Jr./Unsplash)

A aposentadoria representa uma transição significativa na vida de uma pessoa. A estrutura diária centrada no trabalho pode desaparecer e ser necessário encontrar novas formas de utilizar o tempo e dar outro significado à vida. 

Para auxiliar o servidor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), nesse processo, será retomado, em 2024, o Programa de Preparação e Educação para Aposentadoria da UFJF, que listou abaixo cinco motivos para pensar nessa etapa da vida. As razões são válidas não apenas para quem está encerrando o ciclo de atividades profissionais, mas também para quem se encontra em qualquer período da carreira laboral. 

O programa é desenvolvido pelas equipes da Coordenação de Saúde, Segurança e Bem-Estar (Cossbe/Siass) e do Núcleo de Planejamento, Inovação e Assistência (Nupla), vinculadas à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas, e conta com apoio do Polo Interdisciplinar de Ensino, Pesquisa e Extensão sobre o Processo de Envelhecimento da UFJF.

Por que nem sempre é fácil pensar na aposentadoria

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Aposentadoria é vivenciada de forma diferente conforme grupo social, gênero e outros recortes (Foto: Priscilla Du Preez/Unsplash)

O processo de aposentadoria, em geral, é permeado por dúvidas, incertezas e inseguranças frente ao novo. Na maioria das vezes, ocorre com o envelhecimento, historicamente vinculado à ideia de incapacidade e dependência. 

O aumento da expectativa de vida, a melhoria nas condições de saúde da população, em geral, e dos idosos, em particular, as reivindicações dos trabalhadores por melhores condições de vida e de trabalho resultando na criação da aposentadoria, permitiram uma nova imagem social da velhice, agora tida como sinônimo de vitalidade e saúde.

No entanto, ao mesmo tempo em que esse processo estimula a autoestima e rompe com certos estereótipos, também cria responsabilidades sobre este grupo social no sentido de buscar a sua sobrevivência em uma sociedade altamente excludente e desigual.

Trata-se de um fenômeno vivenciado de maneira heterogênea entre os trabalhadores. Homens e mulheres, por exemplo, experimentam de modo diferente. Para as mulheres, há a ruptura com a dupla jornada lar/trabalho, podendo representar um estilo de vida mais flexível. Para os homens, o retorno ao lar pode ser marcado por certo estranhamento, após anos de distanciamento, já que muitos tendem a ter o trabalho como foco principal.

Do mesmo modo, as diferenças de classe, raça, identidade de gênero, marcam também de modo diferente esta experiência, ao envolver as condições de acesso a recursos, informações, lazer, saúde, qualidade de vida, oportunidades e condições de trabalho.

Crise e liberdade

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Planejar aposentadoria pode começar em qualquer fase da carreira profissional  (Foto: Gustavo Tempone/UFJF)

A aposentadoria, um direito conquistado ao longo de uma trajetória de vida e trabalho, abrange uma narrativa rica em experiências sociais, participação ativa na sociedade e a presença, ou ausência, de oportunidades no acesso a políticas públicas e serviços essenciais. 

É comum que, nessa etapa, surjam sentimentos conflitantes, afinal o trabalho pode ser tanto fonte de realização e prazer, quanto fonte de sobrevivência e sacrifício.  A aposentadoria pode assumir aspectos, ora de crise, ora de liberdade. Como crise, a aposentadoria costuma vincular-se a não aceitação da condição de aposentado, associado à ideia de inutilidade, ausência de projetos de vida fora do trabalho, perdas financeiras, debilidades na saúde física e mental. Como liberdade, refere-se a um período de realizações, de dedicação a atividades prazerosas sem rigidez de horários, enfim, uma recompensa, após anos de dedicação ao trabalho.  

Em suma, passar por esse processo envolve diversos fatores, internos ou externos, que se associam a condições pessoais, familiares, psicossociais, econômicas, organizacionais, e por isso, requer reflexão e preparação, desde a entrada no mercado de trabalho e ao longo de toda a vida. E você, já parou para pensar na sua aposentadoria? Eis cinco motivos para refletir:

1 – Mais tempo livre
A aposentadoria proporciona um aumento significativo no tempo livre. Isso pode ser uma oportunidade para explorar hobbies, interesses pessoais ou se dedicar a atividades que foram deixadas de lado devido às responsabilidades do trabalho. Pensar a ocupação desse tempo, no presente, nos permite fazer escolhas, desde já, de atividades que nos preencham e satisfaçam internamente.

2 – Mudança na renda
A aposentadoria, muitas vezes, implica uma mudança significativa nos rendimentos, sinalizando a necessidade de organização financeiramente, para alcançar, em longo prazo, um fluxo de renda sustentável, capaz de permitir usufruir com qualidade e maior tranquilidade esta fase.

3 – Alteração nos vínculos sociais
Durante a vida profissional, os vínculos, muitas vezes, estão relacionados ao ambiente de trabalho. Nesse sentido, é importante considerar como desenvolver e manter novos vínculos sociais, seja por meio de atividades sociais, voluntariado, ou outros meios que promovam interações significativas, tendo em vista a aposentadoria.

4 – Envelhecer com qualidade
Planejar a aposentadoria envolve pensar na saúde física e mental. É importante adotar um estilo de vida saudável, considerar opções de assistência médica e planejar atividades que promovam o bem-estar, contribuindo para envelhecer com qualidade.

5 – Mudanças na dinâmica familiar
A aposentadoria muitas vezes coincide com mudanças nas dinâmicas familiares. Pode envolver a redefinição de papéis, ajustes nas responsabilidades familiares e a criação de um ambiente que promova o apoio mútuo. Pensar a aposentadoria inclui considerar como as relações familiares serão impactadas por esse processo e como fortalecê-las.

Outras informações
Coordenação de Saúde, Segurança e Bem-Estar (Cossbe/Progepe)
siass@ufjf.br
(32) 2102-3815