Nesta quarta-feira, 22, a 29ª edição do Seminário de Iniciação Científica (Semic) destacou-se no Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O evento, um dos maiores do gênero no país, reúne anualmente centenas de projetos de inúmeras áreas do conhecimento. Este ano, dentre os mais de 600 projetos submetidos, 36 foram escolhidos para apresentações orais finais, envolvendo 57 bolsistas.
Inicialmente, os inscritos apresentaram seus projetos em forma de resumo e os conteúdos foram disponibilizados no canal do Youtube do Semic. Os projetos mais bem avaliados foram selecionados para a apresentação oral. Os projetos cobriram três grandes áreas de conhecimento: Ciências Exatas e da Terra, Engenharias e Computação; Ciências Biológicas e da Saúde; e Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Letras, Linguística e Artes. Entre os temas abordados estavam a modelagem molecular em quimioterapia do câncer, avaliação de riscos em pacientes de diálise e estudos sobre a educação de mulheres negras.
A pró-reitora de graduação e pesquisa da UFJF, Priscila Faria, destacou: “O Semic é um marco significativo, movimentando um grande número de participantes e ressaltando a pesquisa além da pós-graduação, um exemplo claro do potencial científico da UFJF”.
Projetos em destaque
A estudante Hannah Goés, do curso de Ciências Sociais da UFJF, apresentou o projeto “Trajetórias de escolarização: memórias da educação de mulheres negras e seus desafios”, abordando de que formas o racismo estrutural foi determinante na interrupção da vida escolar de um grupo de entrevistadas.
“Enquanto mulher negra, além de ser objeto de pesquisa, eu sou o sujeito que está pesquisando. Quando nós fomos entrevistar, a sensibilidade e o sentimento era outro e eu me coloquei no lugar dessas mulheres. O conhecimento de que temos a capacidade de estudar, desenvolver e elaborar políticas públicas como solução para problemas específicos pode ser fundamental para apoiar futuras gerações de mulheres negras que aspiram à educação e à carreira docente”, afirma Goés.
Já o aluno Davi Glanzmann, do Curso de Ciências Biológicas, trouxe em sua apresentação o tema sobre “Construção de pele humana biomimética a base de matriz de nanobiocompósito contendo fibroblastos e queratinócitos humanos”. O objetivo central do projeto é criar um modelo de pele para substituir os modelos tradicionais de testes farmacológicos e de cosméticos.
“Apresentar meu projeto aqui no Semic está sendo uma experiência muito boa. A própria iniciação científica já é uma experiência sensacional, muito agregadora na graduação. Estou muito orgulhoso de participar desse evento, que já é uma preparação para outros congressos e seminários no futuro”, avalia Glanzmann.
Formado no Curso de Farmácia da UFJF, Filipe Gonçalves de Oliveira trouxe para o Semic o projeto sobre “Busca por novos tratamentos para doenças neurodegenerativas: estudos in silico e in vitro”. O foco, conforme explicou o farmacêutico, é identificar alvos terapêuticos para doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, utilizando ferramentas computacionais para simular modelos biológicos. Nesse contexto, são testadas moléculas potenciais para uso em medicamentos contra tais doenças.
“Na fase inicial do Semic, conseguimos conversar com a comunidade externa, já que produzimos um material em uma linguagem acessível para o público não especializado – o que é um desafio para nós, que produzimos e falamos de forma muito científica. Isso diminui essa barreira do conhecimento e melhora a nossa capacidade profissional”, pondera Oliveira.
Resultados e vencedores
Os vencedores do Semic serão anunciados nesta quinta-feira, 23, no site do evento e no portal da Pró-reitoria de Graduação e Pesquisa (Propp). Além dos certificados, os três melhores projetos de cada área terão a chance de publicar seus trabalhos na revista “Principia”. Projetos com maior número de visualizações e curtidas no canal do YouTube da Semic também receberão menções honrosas.
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