Celebrado em 19 de agosto, Dia da Fotografia busca lembrar o poder da imagem para contar histórias, provocar emoções e unir culturas através das lentes (Imagem: Pixabay)

O registro de um nascimento, os primeiros anos de vida, batizados, aniversários, casamentos, férias, idas a grandes eventos, festa com amigos, momentos em família, no trabalho, em casa ou até mesmo sozinho. Em todas as situações, é impossível não pensar em uma câmera para registrar. Não há hoje lugar no mundo onde a fotografia não se faz presente. Ninguém quer deixar de eternizar suas recordações ou memórias. Celebrado neste sábado, 19 de agosto, o Dia Mundial da Fotografia busca lembrar o poder da imagem para contar histórias, provocar emoções e unir culturas através das lentes.

A fotografia pode expressar sentimentos e capturar emoções através de muitas lentes. Por trás das câmeras, existem pessoas à espera de um único momento que transforme uma memória em algo inesquecível. “Você não fotografa com sua máquina. Você fotografa com toda a sua cultura.”, já definiu um dos mais consagrados profissionais da área no Brasil e no mundo, Sebastião Salgado. 

“Eu vejo através da fotografia uma reflexão melhor sobre a sociedade e as pessoas que a compõem, uma oportunidade de pensar e olhar um pouco sobre as coisas que estão ao meu redor” (Jorge Felz, professor da Faculdade de Comunicação da UFJF)

A foto também é uma ferramenta vital na preservação da história. Ela registra culturas, modas e transformações sociais ao longo do tempo. Para o professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Jorge Felz, a fotografia traz um certificado de presença para os acontecimentos, permitindo a compreensão melhor do mundo. “Eu vejo através da fotografia uma reflexão melhor sobre a sociedade e as pessoas que a compõem, uma oportunidade de pensar e olhar um pouco sobre as coisas que estão ao meu redor e, nos meus trabalhos, eu sempre penso nela como uma forma de transformação do mundo.”

A fotografia transcendeu seu papel inicial como um simples meio de registro e transformou-se em uma forma de arte por direito próprio (Foto: Pixabay)

A fotografia transcendeu seu papel inicial como um simples meio de documentação e transformou-se em uma forma de arte por direito próprio. Fotógrafos de todo o mundo exploram a interação entre luz, sombra, cores e composição para criar imagens que evocam emoções, provocam reflexões e contam histórias. De retratos emocionantes a paisagens deslumbrantes e conceituais, a fotografia é hoje uma linguagem visual diversificada.

Graduada em Artes e Design pela UFJF, Géssica Leine teve a oportunidade de trabalhar com fotografia durante sua experiência enquanto aluna da instituição. Para ela, o mais importante é saber lidar com as pessoas quando fotografadas. “A história de cada pessoa importa e é ela quem vai ilustrar a narrativa”. No campo profissional, Géssica ressalta que o olhar do profissional precisa estar treinado para capturar momentos, reações e sentimentos.

“A história de cada pessoa importa e é ela quem vai ilustrar a narrativa” (Géssica Leine, graduada em Artes e Design pela UFJF)

A introdução de filmes fotográficos, câmeras compactas, SLRs (Single-Lens Reflex) e, posteriormente, a invenção de câmeras digitais e smartphones equipados com câmeras de alta resolução, ampliaram a acessibilidade e a praticidade da fotografia para pessoas de todos os níveis de habilidade. De acordo com Felz, a fotografia digital só traz benefícios, pois facilita e permite que qualquer pessoa com um celular em mãos consiga produzir imagens que podem até mesmo servir como denúncia ou documentar um acontecimento histórico. “A pandemia nos mostrou como foi importante todos terem acesso a essa tecnologia ‘do imediato’ e a imagens instantâneas; por isso, acho muito importante a evolução tecnológica nesta área.” 

A invenção de câmeras digitais e de smartphones equipados com câmeras de alta resolução ampliaram a acessibilidade e a praticidade da fotografia para pessoas de todos os níveis de habilidade (Imagem: Pixabay)

Géssica relembra de um momento marcante, em sua passagem como bolsista de Fotografia da UFJF, onde ela registrou em imagens a presença da equipe olímpica chinesa, que havia escolhido a Faculdade de Educação da Universidade para os últimos treinamentos visando a participação nas Olímpiadas de 2016, no Rio. 

Depois, foi feita uma exposição, onde, além de poder mostrar seu trabalho, Géssica manteve contato através de e-mails trocados com alguns membros da equipe feminina da delegação da China. “Eu não teria este contato com elas se não fosse por esta oportunidade de fotografá-las. A magia de poder registrar esses momentos é justamente a chance de documentar essa união entre pessoas de culturas e mundos diferentes.”

À medida em que a tecnologia continua a evoluir, a fotografia permanece como uma constante, capturando os momentos efêmeros da vida e eternizando-os em uma imagem. Neste 19 de agosto, é dia de celebrar também os fotógrafos que nos ajudam a enxergar o mundo de maneira mais profunda e significativa.