Ação alertou sobre os riscos trazidos pelo tabaco e defendeu políticas públicas visando à redução do consumo. (Foto: Assessoria HU)

Que tal substituir um cigarro por um amendoim torrado? Ou talvez algo mais doce, gotas de chocolate 70%? Foi com essa proposta que muitas pessoas foram abordadas nas entradas das unidades do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF, sob gestão da Ebserh) na quarta-feira, 31 de maio, Dia Mundial sem Tabaco. A data, instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem o objetivo de alertar sobre os riscos trazidos pelo tabaco e defender políticas públicas visando à redução do consumo.

Equipes do Centro Interdisciplinar de Pesquisa e Intervenção em Tabagismo (Cipit) e do Projeto de Extensão Livres do Tabaco estiveram nas unidades Santa Catarina e Dom Bosco, conversando e orientando trabalhadores, estudantes, residentes, pacientes e acompanhantes.

A estratégia de trocar o cigarro pelo brinde é explicada pela enfermeira do Cipit, Taisy Sampaio. “A ideia é auxiliar o tabagista a atravessar os momentos de fissura, ou seja, o desejo imperioso de fumar, sintoma que costuma durar até cinco minutos. Isso é comum durante processo de cessação do fumo, e o ideal nesse momento é desenvolver uma estratégia substitutiva para a chamada gratificação oral, relacionada ao comportamento tabagístico, até o sintoma passar. Por isso, é importante desenvolver alguma estratégia substitutiva”, pontua.

Durante a campanha, os participantes aprenderam a atravessar os momentos de fissura e a desenvolver estratégias para evitar o consumo do tabaco. (Foto: Assessoria HU)

Interessante ressaltar que o tema mundial da campanha da OMS em 2023 é “Cultive alimentos, não tabaco”, daí outra correlação com a proposta de ação no HU e uma preocupação ambiental envolvida. Em sua página oficial, a organização traz a seguinte mensagem: “O cultivo do tabaco é prejudicial a nossa saúde, à saúde dos agricultores e à saúde do planeta. A indústria do tabaco interfere nas tentativas de substituir o cultivo do tabaco, contribuindo assim para a crise alimentar mundial. Esta campanha incentiva os governos a acabar com os subsídios para o cultivo do tabaco e usar esses recursos para ajudar os agricultores a mudar para culturas mais sustentáveis que melhoram a segurança alimentar e a nutrição.”

O uso de produtos do tabaco causa, anualmente, 130 mil mortes no Brasil, sem contar as doenças advindas pelo hábito. Mundialmente, são cerca de 6 milhões de mortes. No HU-UFJF, o Cipit atua há dez anos com ações de prevenção, tratamento e controle do tabagismo, além da realização de estudos, pesquisas e avaliação sobre o tema.

“O paciente tabagista que é internado no nosso hospital se beneficia da abordagem motivacional e medicamentosa realizada durante a internação e no pós-alta, e consegue um apoio estruturado para conquistar a tão almejada e necessária cessação do tabagismo”, assegura a enfermeira Taisy.

Já o Projeto de Extensão Livres do Tabaco, da Faculdade de Medicina, coordenado pela professora e cardiologista Arise Galil, é outro exemplo da junção entre ensino, pesquisa e assistência. A iniciativa funciona como uma ação complementar ao Cipit e atua no acolhimento a pacientes fumantes ambulatoriais do HU Santa Catarina e do HU Dom Bosco. Interessados em parar de fumar, maiores de 18 anos e com doenças crônicas podem entrar em contato, enviando o nome completo e o telefone de contato para o e-mail: livresdotabacoufjf@gmail.com ou por mensagem no Instagram, através do @livresdotabacoufjf.

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