Ações foram realizadas nas unidades do HU dos bairros Santa Catarina e Dom Bosco . (Foto: assessoria HU)

O dia 8 de março começou com panfletagem na entrada da Unidade Santa Catarina do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF, sob gestão da Ebserh). Integrantes do Grupo de Trabalho 8 de Março realizaram a ação com trabalhadores, pacientes e acompanhantes que chegavam à unidade, dando início a uma série de atividades programadas durante todo o mês.

Ainda na parte da manhã, houve panfletagem também na entrada do Ambulatório do HU Dom Bosco e apresentação do Coral da Acispes. À tarde, a panfletagem se estendeu ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

Data Institucionalizada

O Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, é uma data que está institucionalizada no Hospital Universitário. Este ano, foram escolhidos dois temas a serem abordados: Violência e Trabalho/Família. O objetivo é realizar um trabalho informativo, de orientação e conscientização junto ao público interno (trabalhadoras de todos os vínculos, residentes, professoras e alunas) e às usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Grupo de Trabalho 8 de Março, formado por equipe multiprofissional, e coordenado pela Comunicação do HU, vai realizar rodas de conversa com as trabalhadoras e salas de espera em todos os setores, proporcionando um momento de reflexão sobre esses dois temas. Foram elaborados materiais didáticos de apoio às profissionais que vão conduzir as conversas, com dados atualizados, que também serviram de base para os panfletos distribuídos.

Saúde pública

A violência contra a mulher é um problema de saúde pública e precisa ser debatida constantemente, principalmente diante dos mais recentes números divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, presentes na 4ª edição, de 2023, da publicação “Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”.  O relatório afirma que todas as formas de violência contra a mulher apresentaram crescimento acentuado no último ano, em comparação com as pesquisas anteriores. São feminicídios, agressões físicas, ofensas sexuais, abusos psicológicos, assédio sexual no trabalho e no transporte público.

No dia 29 de março, HU promove o seminário “Particularidades do corpo da mulher no atendimento à saúde” para capacitar profissionais de saúde quanto às especificidades do corpo da mulher. (Foto: Assessoria HU)

“A violência contra a mulher é consequência das desigualdades socioculturais e econômicas históricas nas relações de gênero, e que perpassam outras esferas, como a pouca presença de mulheres nos espaços de poder e decisão, a desigualdade salarial e as discrepâncias entre as divisões de tarefas domésticas e familiares”, reitera a jornalista Alessandra Gomes, coordenadora do GT 8 de Março.

Enquanto instituição de ensino, pesquisa e extensão, o Hospital Universitário pretende contribuir com essa discussão, assegura, atentando-se aos princípios do SUS, à Lei Maria da Penha e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (ONU). A equidade, entendida como tratar de forma desigual os desiguais, é um ponto norteador do SUS, e as mulheres estão inseridas neste contexto de desigualdades na saúde.

Já a Lei Maria da Penha, em seu artigo 8º, prevê, como medida integrada de prevenção entre as diversas instâncias da sociedade, “a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres”. Já a ONU tem como meta atingir até 2030 o Objetivo 5 da ODS, que é alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

Capacitação

Atividades do mês da mulher são voltadas para trabalhadores, estudantes e usuários do SUS (Foto: Assessoria HU)

Um momento de capacitação também faz parte da programação do mês da mulher no HU. No dia 29 de março, acontece o seminário “Particularidades do corpo da mulher no atendimento à saúde”. A iniciativa pretende capacitar profissionais de saúde quanto às especificidades do corpo da mulher, objetivando orientar a respeito de questões culturais e historicamente construídas e suas interfaces no atendimento recebido na contemporaneidade.