Quatro propostas da Universidade recebem, somadas, cerca de R$ 470 mil (Fotos: Bruno Barbosa, João Lobo, Pietra Malfitano e Maria Otávia Rezende)

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) anunciou, no fim de novembro, a aprovação de mais 14 projetos pelo Programa Comunicação Pública da Ciência e da Tecnologia. A decisão segue o próprio estatuto da instituição, que aprova a contratação adicional caso exista disponibilidade orçamentária e financeira. O programa contempla ações que promovem a democratização de informações sobre o conhecimento científico e tecnológico produzido em instituições mineiras, estimulando a utilização de novas linguagens e técnicas para divulgar a ciência e suas implicações no cotidiano.

Entre os projetos recentemente aprovados, dois são da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF): “Meliponário e Trilha do Mel como ações para divulgação científica e conservação das abelhas sem ferrão e da flora associada no Jardim Botânico da UFJF”, contemplado com R$ 143.017,11; e “A ciência que fazemos: divulgação científica para a Educação Básica e formação de divulgadores na universidade”, contratado pelo valor de R$ 61.748,28. Levando em consideração todos as propostas deferidas, a Fapemig contemplou 43 projetos com a missão de aproximar ciência e sociedade. Os quatro da UFJF – dois já haviam sido aprovados anteriormente – reúnem o investimento de R$ 471.789,41. 

Projeto aborda desde biologia de abelhas sem ferrão até aspectos como a relação dos povos originários com abelhas nativas (Foto: Bruno Barbosa, João Lobo e Pietra Malfitano)

Uma coleção viva de abelhas da tribo Meliponini
A pesquisadora Ana Paula Gelli de Faria, coordenadora do projeto, ressalta que, uma vez implantado, o Meliponário do Jardim Botânico (JB) da UFJF será o primeiro da região da Zona da Mata mineira exclusivamente voltado para divulgação científica e educação ambiental. A proposta vai inaugurar uma coleção viva de espécies de abelhas da tribo Meliponini – conhecidas como abelhas sem ferrão – no JB. Associada a ela, será implementada a Trilha do Mel. 

Faria salienta que as abelhas, especialmente as espécies nativas sem ferrão, “têm um papel crucial nos processos de polinização e, consequentemente, na manutenção da diversidade da flora e na garantia de segurança alimentar para todos”. A pesquisadora adianta que as interações ecológicas entre plantas e abelhas oferecem muito a ser explorado nos diálogos entre a ciência e a sociedade. “Mais do que o aspecto belo e encantador associado às relações entre flores e seus visitantes, a temática também traz a intensidade de diversos problemas ambientais e sociais, tais como as consequências do declínio das populações de muitas espécies de abelhas em decorrência de ações nocivas do ser humano ao meio ambiente.”

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), também são uma preocupação da equipe do projeto. “Estreitar os diálogos entre a ciência e a sociedade a respeito da importância das relações entre plantas e polinizadores torna-se fundamental para o despertar de que a preservação do meio ambiente e de sua biodiversidade associada é garantia de seu bem-estar”, finaliza Faria.

Projeto leva pesquisadores para escolas públicas de Juiz de Fora e região (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

A ciência que fazemos: divulgação científica na Educação Básica
Outro projeto contemplado pela Fapemig é “A ciência que fazemos”, coordenado pelo pesquisador José Guilherme da Silva Lopes e conduzido em parceria com a Diretoria de Imagem Institucional da UFJF. Deferido anteriormente pela Fapemig, o projeto será aperfeiçoado em sua nova edição, com foco no fortalecimento de pesquisadores e estudantes de iniciação científica e pós-graduação como divulgadores científicos. 

“É uma iniciativa que se destaca justamente pelo formato de divulgação científica que propõe: os próprios produtores de conhecimento vão até salas de aula da Educação Básica, majoritariamente em escolas públicas de Juiz de Fora e região, para conversar sobre como a ciência é feita e, mais ainda, como está mais próxima dos alunos do que eles imaginam”, define o coordenador. 

Lopes ainda frisa que a aprovação do “A ciência que fazemos” é importante frente ao cenário institucional. “O projeto contribui com o desafio atual da UFJF, que é a curricularização da Extensão. O envolvimento e a inserção social de pesquisadores, bem como o fomento à cultura da divulgação científica, também são coisas que vêm sendo muito valorizadas em programas de pós-graduação bem conceituados em todo o país. Com tudo isso, estamos com uma expectativa muito grande. Vamos colocar a mão na massa”, promete Lopes.

Projetos estão alinhados aos ODS da ONU
A Coordenação de Divulgação Científica da Diretoria de Imagem Institucional, em parceria com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Propp), está promovendo uma estratégia de fortalecimento das ações de pesquisa da Universidade, mostrando que estão alinhadas aos ODS da ONU. Os ODS são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. As iniciativas apresentadas nesta matéria estão alinhadas com os ODS 4 (Educação de qualidade), ODS 10 (Redução das desigualdades), ODS 12 (Consumo e produção responsáveis), ODS 13 (Ação contra a mudança global do clima) e ODS 15 (Vida terrestre). Confira a lista completa no site da ONU.